Metal Blade Records
Mundo Metal [ Lançamento ]
Você já deve ter lido meus elogios à NWOTHM (New Wave of Traditional Heavy Metal) e como eu digo que o movimento é uma adição maravilhosa pra nossa rica cultura. Bandas como Air Raid, Ambush, Enforcer, RAM, Midnight Priest e Skull Fist nos mimam com contos épicos e som da velha escola, mantendo a chama do Metal mais do que viva. E também, é claro, existe o Visigoth
Trazendo a epicidade de grandes como Manilla Road, Cirith Ungol e Omen com um pouco de Doom à la Grand Magus, ao mesmo tempo que adicionam elementos novos a esses sons consolidados, os nativos de Salt Lake City queimaram tudo com riffs caralhudos e grandeza pura em sua estréia com 'The Revenant King' (2015). Três longos anos depois, os visigodos voltaram com ‘Conqueror’s Oath’ e uma missão quase impossível: superar seu antecessor.
Mantendo a mesma formação do primeiro disco, mas mudando um pouco do seu estilo de composição, os americanos, fico feliz em dizer, não decepcionam os fãs do Metal épico. Começando já na sacanagem com "Steel and Silver", Jake Rogers (vocal), Leeland Campana (guitarras), Jamison Palmer (guitarras), Matt Brotherton (baixo) e Mikey T. (bateria), mostram desde o início o motivo pelo qual são uma das bandas mais aguardadas, celebradas e respeitadas por aí hoje em dia. Épica, grandiosa e inspiradíssima, a música permanece fiel ao título do álbum e sacia toda a fome do metalhead pelo som dos bons tempos.
"Warrior Queen", primeiro single lançado pelos caras em 2018, é com certeza a música que lembra mais 'The Revenant King'. A aura mais direta e animada dita a parada, mas os refrões já característicos liderados pela voz única de Rogers fazem outra viagem mágica pro lado épico do metal; isso sem mencionar o último verso e ponte, que são um show à parte.
Deixando a espada e a feitiçaria pra trás e atacando a jugular sem dó vem "Outlive Them All", uma música “putaquepariu” de linda ilustrada num ataque rápido e certeiro, no que é com certeza uma das melhores composições da carreira desses arrombados. Você vai querer esmagar sua cabeça na parede, beber seu próprio sangue escorrendo do seu rosto e depois matar todos os seus inimigos em uma fúria cruel, cega e orgásmica; essa porra é pura felicidade.
"Hammerforged" e "Traitor's Gate" consolidam essa pequena mas notável mudança de som de uma atmosfera Doom pra uma mais (US) Power Metal. A primeira é um verdadeiro hino pra meter o punho no ar e bater cabeça, com mais uma puta performance de refrão, enquanto "Traitor's Gate" atinge direto nos corações moles, com um início melancólico que de repente explode em uma faixa agressiva combinando perfeitamente com a letra, banquete pros entusiastas do trve cvlt.
Se eu tivesse que escolher o ponto mais fraco aqui, seria "Salt City". Prestando homenagem à sua terra natal, o Visigoth acerta nas doses de atmosfera mas peca um pouco na execução, fazendo com que a música seja basicamente só uma versão Heavy Metal de "Detroit Rock City". A segunda metade do álbum é, de fato, mais fraca do que a primeira, mas "Blades in the Night" e a faixa título passam longe de serem as famosas “fillers” ou mesmo músicas medíocres: ambas fazem bem seu trabalho, cada uma em seu próprio estilo. "Blades in the Night" é um Metal direto e sem firulas, com pouco espaço pra outros elementos frufru, e "Conqueror’s Oath" é a música mais densa e lenta aqui; essa tem uma abordagem mais pura e triste, com bateria e guitarras simples que destacam os vocais e a mensagem lírica em vez do próprio instrumental.
O Visigoth conseguiu fazer o que parecia quase impossível ao ultrapassar a qualidade do maravilhoso debut em ‘Conqueror’s Oath’, seja na parte lírica, de composição, instrumental ou de produção. Eu raramente fico com arrepios nos dias de hoje ouvindo um som, mas dessa vez foi batata, não tive a mínima chance; então acredite em mim, irmão, quando digo: este álbum é a definição do que o Metal representa, significa e é. Ao tocar de coração e fazer o que eles amam, esses guerreiros de Salt Lake City, de todas as porras de lugares possíveis pra se fazer Metal, estão redefinindo o gênero para as gerações futuras, mantendo os elementos centrais do que é aclamado no estilo como a visão mais pura da música e adicionando idéias frescas - embora não inteiramente originais - pro caldeirão. Todos ajoelhem-se ao Visigoth, conquistadores do Metal.
Nota: 9.3
*Nota do site The Metal Club: 9.34
Formação:
Jamison Palmer (guitarra)
Leeland Campana (guitarra)
Jake Rogers (vocal)
Matt Brotherton (baixo)
Mikey T. (bateria)
Faixas:
1. Steel and Silver
2. Warrior Queen
3. Outlive Them All
4. Hammerforged
5. Traitor's Gate
6. Salt City
7. Blades in the Night
8. The Conqueror's Oath
Redigido por Bruno Medeiros
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