Morbid Angel - “Kingdoms Disdained” (2017)

Silver Lining Music

Mundo Metal [ Lançamento ]



O ano de 2017 certamente é um ano especial para o Death Metal, tivemos varias bandas consagradas do estilo gravando novos trabalhos, entre as maiores estão nomes como Obituary, Immolation, Suffocation, Cannibal Corpse e agora se junta ao clube o gigante Morbid Angel.

A banda capitaneada por Trey Azagthoth não lançava nada de novo desde o controverso “Illud Divinum Insanus” (2011), o disco é apontado quase que unanimemente pelos fãs da banda como o pior da discografia do Morbid Angel, e vale lembrar que em 2011 as expectativas para o novo disco da banda com David Vincent, depois de seu aguardado retorno, eram muito altas.

Agora seis anos depois é Steve Tucker que retorna para a banda e quem em meados dos anos 2000 iria dizer que o Morbid Angel com Tucker iria superar a banda com Vincent, bem pelo menos comparando apenas o ultimo registro de ambos na banda, não vamos envolver a fase clássica na comparação ainda.

Assim como nos últimos álbuns, a banda é um power trio com Tucker e Trey além do estreante na banda Scott Fuller (ex-Abysmal Dawn, ex-Havok) que assume as baquetas, que já foram durante tanto tempo de Pete Sandoval, mas da pra dizer que Fuller não deixou a desejar. 
A única ressalva é que por vezes a produção de Erik Rutan (Hate Eternal, ex-Morbid Angel , ex- Ripping Corpse) não tenha sido tão bondosa com Scott, mas ainda sim é uma grande participação individual do mesmo, boa estreia.

Já Azagthoth por sinal merece um paragrafo a parte o homem é uma maquina de riffs e solos é de se destacar o trabalho das seis cordas em faixas como “Piles of Little Arms”, “Architect and Iconoclast” e “Paradigms Warped”, a criatividade musical dele é coisa de outro mundo sempre mantendo o clima denso e pesado em todos os acordes, sem dúvidas Azagthoth ainda consegue fazer das suas “magicas” e em “Kingdoms Disdained” ele mais uma vez “tirou alguns coelhos da cartola”.

Não tem como negar que “Kingdoms Disdained” é muito, mas muito mesmo, superior, que o seu antecessor e melhor também que “Heretic” (2003), depois de varias audições julgo que se trata de um trabalho no mesmo nível que os dois primeiros trabalhos de Tucker na banda, “Formulas Fatal to the Flesh”(1998) e “Gateways to Annihilation” (2000), Tucker por sinal está em ótimo momento cantando e tocando muito, adoro seu gutural mais abafado lembrando aquelas vozes de entidades demoníacas de filmes antigos, vocalista para nenhum fã de Vincent botar defeito.


A banda voltou a executar um som realmente cativante que não da descanso em momento algum, um registro absolutamente  hipinótico, o qual prende a atenção do ouvinte do começo ao fim, nos apresentando uma sonoridade extremamente pesada, densa e com aquela aura negra brutal que só o Morbid Angel sabe criar, nada menos do esperávamos de Trey companhia.

Uma das poucas ressalvas é quanto à produção do disco, a banda buscou o experiente guitarrista e produtor Erik Rutan, e de fato o disco tem um pouco de Hate Eternal, mas senti a mesma um pouco abafada, em especial nos solos e a caixa da bateria que acabam soando estranhas, principalmente na segunda faixa “D.E.A.D.”. Enfim, não gostei totalmente das escolhas de Rutan, contudo não é nada que atrapalhe o produto final, apenas é algo que não passou despercebido e não me agradou.

São onze faixas, juntas possuem uma duração de pouco mais de 47 minutos de audição, todas bem homogêneas, sendo as que mais me chamaram atenção foram: “Paradigms Warped” e “For no Master” essas, serias candidatas a entrarem para as preferidas dos fãs dessa nova era que se inicia na banda, além de possivelmente serem incluídas nos futuros setlists.

Sempre que uma banda de renome dentro do seu estilo grava um novo álbum é inevitável que o novo trabalho seja primeiro comparado com o seu anterior e depois com os álbuns da melhor fase da banda. E com “Kingdoms Disdained” não poderia ser diferente e quando comparado com os trabalhos mais recentes do Morbid Angel o disco se destaca fácil, mas se compararmos com um trabalho clássico como “Blessed Are the Sick”(1991) ou “Covenant”(1993) ai já fica difícil achar argumentos a favor de “Kingdoms Disdained”.


“Kingdoms Disdained”, possui muito mais acertos que erros sendo uma excelente retomada de uma banda que ficou seis anos sem lançar material novo e que nos últimos lançamentos decepcionou bastante seu publico.

Esse novo trabalho resgata minhas boas impressões acerca do futuro da banda, e se o leitor queria ouvir um novo disco verdadeiramente de Death Metal do Morbid Angel penso que não irá se decepcionar. 

Comemorem. pois os portões do inferno foram abertos e o anjo mórbido está de volta, se renda e se entregue de corpo e alma às trevas e ao pecado! 

Nota: 8.8

Formação:

Trey Azagthoth - guitarra e teclado
Steve Tucker - vocal e baixo
Scott Fuller - bateria

Faixas:

01. Piles of Little Arms
02. D.E.A.D.
03. Garden of Disdain
04.The Righteous Voice
05. Architect and Iconoclast
06. Paradigms Warped
07. The Pillars Crumbling
08. For No Master
09. Declaring New Law (Secret Hell)
10. From the Hand of Kings
11. The Fall of Idols

Redigido por Vitor Hugo Quatroque

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