Melhores álbuns do mês: setembro 2017


Mais um mês que passa, mais alguns neurônios queimados e olheiras nascendo de tanto ouvir lançamentos do nosso tão amado Heavy Metal. Setembro teve de tudo: Debuts matadores, bandas consagradas escorregando na banana, plays aguardados fazendo jus à espera e veteranos surpreendendo com volta às raízes. Como minha regra é de colocar 15 álbuns nessa lista, tive que deixar uma caralhada de delícias de fora, o que cortou meu coração. ‘Medusa’, do Paradise Lost, ‘Relentless Mutation’ do Archspire, ‘Amalur’ do Incursed, ‘Undulating Waves of Rainbiotic Iridescence’ do Gigan e ‘The Well of Urd’, debut do River of Souls, foram algumas das maravilhas que, chorando litros, tive que cortar da lista final. Tudo bem que algumas bandas me ajudaram na escolha soltando cocozinhos, como o retorno triste do Nocturnal Rites com ‘Phoenix’ (o curioso caso da fênix que renasceu e já morreu de novo), e o bom, mas sem sal ‘The Deviant Chord’ da lendária Jag Panzer. 

Sem mais delongas, confira abaixo o que considero as melhores pedidas do mundo metálico para o mês de Setembro. De novo, friso que os álbuns seguem sequência alfabética, portanto não possuem ordem de melhor para o pior. Só coisa fina!

Arallu - "Six" (Black/Death) Transcending Obscurity Records


Seguindo os passos de lendas da cena como Melechesh, Azazel e God Dethroned, os Israelenses do Arallu destroem tudo em seu caminho com ‘Six’, um ode ao Black/Death com elementos musicais característicos do Oriente Médio. Desafiador e profundo.


Argus - "From Fields of Fire" (Heavy/Doom) Cruz del Sur Music


O que dizer de uma das melhores bandas do cast da Cruz del Sur e um verdadeiro mamute musical? O quarto álbum dos estadunidenses do Argus, ‘From Fields of Fire’, sucede o quase perfeito ‘Beyond the Martyrs’ de forma elegante e magistral. Perfeito para os adeptos do True Metal.


Demoniac - "Intemperance" (Thrash) Witches Brew


Quem me conhece sabe que amo um Thrash mais demoníaco e profano, e é exatamente isso que esses malucos Chilenos entregam em seu debut. ‘Intemperance’ já mostra um Demoniac extremamente maduro e muito à frente de centenas de veteranos com seu som visceral e vocais extremamente agressivos. Uma aula de Thrash.


Evil Invaders - "Feed Me Violence" (Speed/Thrash) Napalm Records


Já nos primeiros acordes de “Mental Penitentiary” conseguimos ver o motivo de essa pepita de ouro ter entrado facinho na lista de melhores do mês. Mais rápido do que você ejacula quando aquela delicinha te leva pra cama, os Belgas mais malucos dos últimos tempos destroem e varrem tudo em seu caminho. Dan Beehler esta orgulhoso.


Galneryus - "Ultimate Sacrifice" (Power) Warner Music Japan


Os guerreiros mais açucarados do Japão estão de volta e, pra variar, lançaram mais um álbum muito acima da média. Seguindo a linha de seus trabalhos passados, o Galneryus conseguiu de novo transpor a barreira do virtuoso x acessível e fizeram de ‘Ultimate Sacrifice’ o melhor álbum de Power Metal de setembro, além de um dos melhores do ano no estilo. Palmas para os mestres orientais do Power Neoclássico.


Night (Swe) - "Raft of the World" (Heavy) The Sign Records


Sofisticado e polido, sem perder a essência do que o Heavy representa. ‘Raft of the World’ é disparado o melhor álbum dos Suecos do Night, que conta com doses cavalares de referências ao final dos anos 1970 e começo dos 1980, além de passagens extremamente elegantes.


Numenor - "Chronicles from the Realms Beyond" (Epic Black/Power) Stormspell Records


Caralho, existe Epic Black/Power? Existe, e é lindo. O Numenor, apesar de novinha, já é uma das grandes expoentes do Metal Sérvio contemporâneo e vem em uma sequência de lançamentos de sumo respeito. Terceira obra dos guerreiros capitaneados por Despot Marko Miranović, ‘Chronicles From the Realms Beyond’ brinca com os elementos quase antagônicos do Black e Power e constrói uma experiência mágica, poderosa e cativante. “The Last of the Dragonlords” é um show à parte e o cover de “Valhalla” do Blind Guardian vai fazer você suar pelos olhos.


Septicflesh - "Codex Omega" (Symphonic Death) Season of Mist


Bombástico, cinematográfico e erudito. ‘Codex Omega’ devolve o poder e o pódio ao Septicflesh depois do mediano ‘Titan’ (2014) com composições viciantes e hipnotizantes. Mais uma grandiosa obra dos deuses gregos de Atenas.


Threshold - "Legends of the Shires" (Prog) Nuclear Blast


Essa é a prova definitiva de que o Threshold não é do planeta Terra. Obra linda da banda Prog menos Prog da história, ‘Legends of the Shires’ é uma experiência eletrizante e massiva, com mais de uma hora e meia de duração. Mas calma, aqui não tem aquela punhetagem chata de guitarra e viradas bizarras junto de instrumental cansativo; o Threshold usa dos elementos Prog e cria sua própria fórmula, sempre fresca e divertida. Se a joia completa já não fosse o bastante, os Britânicos ainda conseguiram criar uma das melhores músicas do ano em “Small Dark Lines”. Imperdível.


Zornheym - "Where Hatred Dwells and Darkness Reigns" (Symphonic Black)


Um pouco de Dark Funeral, um pouco de Dimmu Borgir, um pouco de King Diamond pra dar tempero. O instrumental prolífico e os hooks criativos fazem do Zornheym uma banda pra ficar de olho. ‘Where...’ (não vou escrever essa porra de título de novo) é o debut dos suecos e já nasce como grande obra, com potencial pra ser responsável por um possível sucesso futuro dos caras. Alie tudo isso a letras inteligentes e você tem um dos melhores plays de setembro, sem dúvidas.


Menções Honrosas:

Cradle of Filth - "Cryptoriana - The Seductiveness of Decay" (Extreme Gothic) Nuclear Blast


Lembra o que eu escrevi lá em cima sobre veteranos surpreendendo e voltando às raízes? Pois bem, falava do retardado Dani Filth e seu filhote Cradle of Filth. Já havíamos notado considerável melhora em ‘Hammer of the Witches’ (2015), mas ‘Cryptoriana’ coroa o que parece ser o retorno à forma de uma das mais icônicas bandas Britânicas. Com uma aura reminiscente aos ótimos ‘Dusk and her Embrace’ (1996) e ‘Cruelty and the Beast’ (1998), Filth e seus ajudantes entregam um trabalho belo e macabro ao mesmo tempo, digno de atenção.


Impalers - "The Celestial Dictator" (Thrash) Evil EyE/Initiun


Bebendo direto na fonte da escola européia do Thrash Metal™, o Impalers retorna quebrando tudo com seu terceiro play de estúdio. Seguindo a linha de seus antecessores, ‘The Celestial Dictator’ transborda energia e empolga durante todo seu curso. Perfeito pra fãs de Artillery, Paradox e afins.


Myrkur - "Mareridt" (Black/Folk) Relapse Records


Talvez pivô de uma das maiores polêmicas na cena do Metal hoje, a Dinamarquesa radicada nos Estados Unidos Amalie Brunn (mais conhecida por Myrkur) dificulta o trabalho dos haters com seu som extremamente profundo e repleto de feeling. Aliando os elementos clássicos do Black Metal com um toque Folk personalizado, a bela entrega seu segundo álbum de estúdio e divide opiniões na cena. Inegável, porém, é a qualidade do trabalho, que mostra uma garota altamente qualificada e capaz de causar um verdadeiro terremoto com sua maravilhosa rendição do estilo.


Overoth - "The Forgotten Tome" (Death) Hostile Media


Das catacumbas do underground, sempre podemos resgatar uma pérola enterrada e despercebida pelos ouvintes casuais. O Overoth retorna depois de sete anos de seu debut com mais um petardo agressivo e sombrio, mas também melódico e impactante. A partir de seu líder Andy Ennis, os Irlandeses despejam energia invejável e performance magnífica em ‘The Forgotten Tome’, mais um grande exemplo do Death Metal em 2017.


Wolves in the Throne Room - "Thrice Woven" (Black) Artemisia Records


Apesar de não tão impactante quanto os transcedentais ‘Diadem of 12 Stars’ (2006) e ‘Two Hunters’ (2007) – mas também não tão polêmico quanto ‘Celestite’ (2014) – ‘Thrice Woven’ marca a retomada dos irmãos Weaver e mais um grande trabalho do Wolves in the Throne Room. Sombrio, depressivo e cataclísmico; do jeito que queremos os gigantes estadunidenses.


Redigido por Bruno Medeiros

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