Todos nós amamos listas assim. Adoramos ver coisas que curtimos sendo reconhecidas e gostamos mais ainda de reclamar de um xodó que não recebe as honras que temos toda a certeza de merecerem. Por essas e outras, vamos começar esta maravilhosa guerra contra os headbangers e cravar os melhores álbuns do mês, todos os meses a partir de agora. Já deixo claro aqui que a lista é inteiramente de minha autoria e não reflete os gostos, opiniões e eventuais loucuras dos outros membros do Mundo Metal, então se quiser espernear, discutir amigavelmente ou sair na mão com alguém, pode me procurar; elogios e tapinhas nas costas tambêm são bem-vindos.
Ao passo que o fim do ano vai chegando, meu gás vai diminuindo e talvez eu tenha deixado passar algumas obras maravilhosas, já que eu tenho ouvido muito álbum merda nos últimos tempos (talvez meu dedo e intuição não sejam mais os mesmos). De qualquer forma, me orgulho de ser um doente mental e ter sérios problemas com minha necessidade patológica de ouvir o maior número de lançamentos possíveis, seja de estilos que amo de paixão como Epic Heavy, Death/Doom ou Power (sim, eu amo Power, e quanto mais açucarado melhor, foda-se), ou de sub-gêneros que não tenho apreço nenhum como Post-Metal e Stoner.
Dito isso, vamos ao que interessa. Pra variar, o mês de agosto foi recheado de lindezas satânicas, plays aguardados e diversidade na cena, então a tarefa foi árdua e as escolhas chorosas. Depois digam o que acharam da seleção, o que faltou, o que na lista deveria ser obliterado da face da Terra de tão ruim e o que diabos eu ainda estou escrevendo quando eu deveria estar ouvindo a caralhada de álbuns que já sairam em Setembro. Spoiler: não tem Accept!
PS: As bandas seguem em ordem alfabética e não ordem de melhor para o pior, porque isso já seria cruel demais com o redator.
Akercocke – ‘Renaissance in Extremis’ (Prog Black/Death)
Sexto álbum de estúdio dos britânicos e a prova que dez anos de hiato não machucaram em nada esses malucos. Técnica apurada, loucuras instrumentais, letras poderosas e a certeza de que uma das mais virtuosas e melhores bandas de Londres em atividade é o Akercocke.
Cormorant – ‘Diaspora’ (Black/Folk)
Já pela capa dá pra ver a maluquice que é ‘Diaspora’, quarto trabalho dos estadunidenses do Cormorant. Essa bagaça aqui tem mais de uma hora de marretadas e lapsos de virtuose divididos em apenas quatro músicas, uma melhor que a outra. Se quer uma hora bem gasta, ouça essa parada.
Demon Eye – ‘Prophecies and Lies’ (Heavy/Doom)
Psicodélico e arrastado na medida certa. Terceira obra dos estadunidenses, esse aqui é só deitar na cama e viajar.
Incantation – ‘Profane Nexus’ (Death)
Jack Starr’s Burning Starr – ‘Stand Your Ground’ (Heavy/Power)
O veteran guitarrista e seus comparsas tão veteranos quanto surpreendem mais uma vez com mais de uma hora do melhor que o US Metal tem a oferecer. Obrigatório para os fãs tradicionais do bom e velho Metal
Lör – ‘In Forgotten Sleep’ (Epic Prog/Folk/Power)
Poderia colocar esses moleques como “inclassificáveis”, tamanhos são os elementos, nuances e influências em ‘In Forgotten Sleep’. Basta dizer que essa delícia em forma de música provavelmente vai estar na minha lista de melhores do ano...no geral.
Portrait – ‘Burn the World’ (Heavy)
Apesar de serem relativamente novos na cena, os caras do Portrait têm uma maturidade absurda e tocam como verdadeiros gigantes da cena. ‘Burn the World’ é a quarta obra dos caras e vale cada riff, verso e refrão. Que delícia, cara!
Pyrrhon – ‘What Passes for Survival’ (Technical Death)
É difícil saber o que se passa na cabeça de Doug Moore. Suas idéias são tão tenebrosas e sua teia de pensamento tão complexa, que o simples fato de o cara conseguir transcrever suas neuroses nas letras do Pyrrhon já é motivo suficiente pra aplausos. Mas ainda temos a velocidade desenfreada, os riffs recheados de ódio e as camadas de técnica presentes no terceiro play da banda. Imperdível e obrigatório.
Sons of Crom – ‘The Black Tower’ (Epic Heavy/Black)
Suécia e Finlândia são dois dos países mais caralhudos na história do Metal. O que acontece então se juntarmos um filho da puta Sueco e um arrombado Finlandês? Acontece o Sons of Crom e seus orgasmos fonográficos. Épico, sombrio e minuciosamente mannufaturado, ‘The Black Tower’ ganhou facinho um lugar nos melhores do mês.
Vulture – ‘The Guillotine’ (Speed/Thrash)
Os caras são da High Roller Records, se vestem como os doidos do Exciter e tocam como os bastardos do Razor. Que debut, amigo, que debut.
Menções honrosas:
Crimfall – ‘Amain’ (Symphonic Power/Viking)
Os prodígios de Helsinki entregam mais uma bela obra cheia de passagens épicas e bombásticas. Prato cheio para os pseudo-Vikings de plantão.
Dark Avenger – ‘The Beloved Bones: Hell’ (Power)
Quem me conhece sabe que eu não babo ovo pra banda nenhuma e sou da idéia de não apoiar qualquer merda de banda que nasce por aqui só por ser Brasileira; então se o Dark Avenger esta aqui, merece estar. Mário Linhares e sua trupe conseguiram aliar as características do Power mais denso com letras e história muito bem feitas, nesse que é um dos melhores trabalhos brazucas do ano, com toda a certeza.
Paganizer – ‘Land of Weeping Souls’ (Death)
Mais um veteraníssimo representante do Death Metal entregando fogo, poder e destruição. Rogga Johansson conseguiu de novo, meus amigos.
Leprous – ‘Malina’ (Prog)
Apesar de não ser muito fã da abordagem completamente Prog (prefiro a mistura com outros gêneros), é impossível não rasgar seda pros Noruegueses do Leprous. Mais uma vez, um trabalho viciante e profundo.
Venom Inc. – ‘Avé’ (Black/Speed)
O trio mais trevoso que você conhece sambou na cara das inimigas (mais precisamente, do Chronos mesmo) e surpreendeu a todos com essa pedrada no saco aqui. Demolition Man, Abaddon e Mantas não estão pra brincadeiras, e Avé é prova concreta disso.
Redigido por Bruno Medeiros