The Doomsday Kingdom​ - "The Doomsday Kingdom" (2017)

Nuclear Blast Records

Mundo Metal [ Lançamento ] 



The Doomsday Kingdom é um projeto idealizado pelo líder, baixista e liricista do Candlemass, Leif Edling. Leif é conhecido na praça por ser um multi-instrumentista, mestre de criação e produtor ocasional, tendo aparecido e colaborado em atos como Avatarium, Witchcraft, Krux, Hexenhaus e Nemesis. Nessa nova empreitada, Leif – usando o codinome “The Doomfather” (o que é difícil de retrucar) – juntou alguns pesos pesados da cena Metal pro debut de seu mais novo filho. Ao lado dele estão Andreas Johansson (bateria, Narnia, Rob Rock, Royal Hunt), Marcus Jidell (Avatarium, ex-Evergrey, ex-Royal Hunt, Candlemass [ao vivo]) e o poderoso Niklas “Viper” Stålvind (vocal, Wolf).

‘The Doomsday Kingdom’ chegou às prateleiras no último dia 31 de março e continua de onde 'Never Machine' parou. As guitarras crocantes e com low-tune, bateria cirúrgica, os vocais ardilosos e as linhas de baixo que são marca registrada de Leif são abundantes aqui, e apesar de uma gravadora grande ter agarrado a banda pelas bolas, a produção e mixagem são muito semelhantes às do EP lançado de forma independente: altamente atmosféricas, o que é uma  boa notícia. A composição também não foi prejudicada no processo da Nuclear Blast de engolir bandas, e apesar de não ser tão animal às vezes, é claramente satisfatório. "Silent Kingdom", faixa de abertura do play, ilustra bem isso, com uma boa dose de atitude nas levadas e no coro e uma pequena história muito legal dentro das letras. O ritmo médio da música ajuda a construir um nível forte e saudável de emoção, e o desempenho dos caras não deixa nada de ruim pra reclamar.


"Never Machine" incorpora o clássico “slow-to-mid tempo” Doom Metal, com melodias assombrosas e atmosfera poderosa. Novamente mostrando letras inteligentes, a canção é uma epítome de tudo que é o Doom Metal; tem aquela vibração meio Black Sabbath dos anos 70 tão bem-vinda pelo gênero, e aliada à produção crua se torna uma música extremamente legal. "A Spoonful of Darkness" poderia ser melhor; o refrão e a ponte não são tão atraentes aos ouvidos e a parte rítmica é apenas passável. Curiosamente - e compreensível, pelo fato de Leif Edling ser um mestre em criar passagens atmosféricas - a faixa instrumental "See You Tomorrow" é de longe a mais interessante dessa budega. É por isso que Leif se auto-intitula o "Doomfather": o desempenho instrumental da pepita é grandioso, com piano e outros elementos atmosféricos se entrelaçando perfeitamente à construção pouco ortodoxa para formar uma aura profundamente assustadora e envolvente.

"The Scepter" conta uma história sobre uma guerra entre duas rainhas, a vermelha e o preta. Com um começo denso e um solo de dedilhado prolífico, é construída entre uma passagem densa e mais lenta e um refrão forte e blasfemo. "Hand of Hell" retrata o lado mais pesado do álbum, com riffs à lá Halford e uma linha mais direta; é uma boa pedida pra quebrar o clima triste e mais depressivo comum à trabalhos de Doom Metal, por ser a parte Heavy do play. A faixa faz maravilhas como uma canção despretensiosa e é bastante divertida.

Os dois pedaços mais longos do álbum fecham o ciclo, "The Silence" e "The God Particle". A primeira é uma lição de Heavy/Doom desgraçada, onde as guitarras tonificadas e a agressividade dos vocais ditam o ritmo, enquanto a seção depressiva também chuta crânios na metade da música para consolidar ainda mais o fundo macabro e funeral. "The God Particle" já não é tão boa. Ela meio que se arrasta até o fim por ser muito lenta em algumas partes, e não oferece muito em termos de desempenho e composição geral. A parte “balada” dessa faz um trabalho decente em ser triste e sombria, mas no final das contas é só uma música esquecível.


‘The Doomsday Kingdom’, bem como o EP que o precedeu, é uma viagem pessoal às catacumbas da mente de Leif. Como eu disse acima, dou aos caras pontos extras por não desmoronarem às necessidades de uma gravadora que só pensa em lucro. Não é sem suas falhas e na realidade é inferior a 'Never Machine' - principalmente porque a melhor música naquele EP, "The Whispering", não está aqui e algumas escolhas de timbre e canções não correspondem a todo o conceito do trabalho -, mas é muito equilibrado e definitivamente vale a pena conferir. Leif continua a dar lições à geração leite com pêra sobre como fazer Doom Metal e, pelo andar da carruagem, ainda vai continuar a fazê-lo por um longo tempo.


Integrantes:

Niklas Stålvind - Vocal
Marcus Jidell - Guitarra
Leif Edling - Baixo
Andreas Johansson - Bateria

Faixas: 

01. Silent Kingdom
02. Never Machine
03. A Spoonful of Darkness
04. See You Tomorrow
05. The Sceptre
06. Hand of Hell
07. The Silence
08. The God Particle


Nota: 8

Redigido por Bruno Medeiros

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