Todos que amam Power Metal sabem quanto o estilo esta cheio de bandas genéricas (aquelas que não possuem identidade, apenas tocam sem emoção/características próprias). Esse ano, porém, brindamos um lançamento muito bom, um clássico Power Metal, rápido, conciso e bem executado - sem muitas firulas - com bases mais pesadas e um vocal característico fino e que combina bem com o estilo.
"Dead Raising Towers" é a faixa de abertura do disco. Possui um feeling diferente, com bastante peso, e pegadas cavalgadas (não na velocidade da luz) com bastante presença do baixo, um refrão bem legal e uma bateria clássica e direta, com bumbos duplos e uma caixa com um timbre agradável. O solo deixa um pouco a desejar, sendo simples e previsível, dando um grande corte na empolgação inicial que a música causa. A faixa seguinte, "Future Millennia", é mais empolgante, pelo fato de nos relembrar os tempos antigos de bandas como Hammerfall. Uma música épica, sem firulas, com presença e peso; o solo dessa é um pouco mais bem colocado na música, e apesar de novamente simples, é muito claro e bem transcrito para a atmosfera dá música.
A faixa-titulo do álbum nos mostra a grande influência de nomes como Paragon, a já citada Hammerfall e até mesmo Helloween, essa com bases mais carregadas, sons mais rápidos e vocal mais direto com um refrão trabalhado. O solo dessa música talvez seja o mais bem colocado do trabalho, cadenciado, bem ambientado e com algumas técnicas de difícil execução. Como toda boa banda de Power, o Lancer mandou logo duas músicas ("Victims of Nile" e "Envy of the Gods") com mais de 7 minutos bem feitas e bem parecidas, já que ambas começam mais calmas e depois assumem as características do estilo: rápidas e épicas.
Para os fãs de Power Metal europeu - com toda sua velocidade e clichês do estilo como gritinhos e firulinhas - eis que surge a faixa "Iscariot", rápida, rítmica e bem linear. Uma faixa boa e bem disposta no meio do álbum. Já "Follow Azrael" é uma canção mais lenta, e que me lembra um pouco as faixas do Helloween dá época Kiske (não sei porque essa impressão surgiu, mas decidi compartilhar com vocês). “Freedom Eaters” segue o mesmo princípio, mas tendo a velocidade como sua aliada. E, como em todo disco, a baladinha chega até nos: "World Unknown", com seus acordes dançantes no ar, é um trabalho bem executado, com sentimento e onde um instrumento combina com o outro, a vibração do baixo se encaixa muito bem à bateria mais suave, e a sonoridade da voz se encaixa muito bem aos dedilhados tocados. Uma música muito bonita!
As últimas faixas deste registro seguem o princípio de "menos é mais" (menos exibicionismo é igual a mais trabalho em conjunto, menos clichês é igual a música bem focada) e é bem apresentada para os fãs de um bom Metal! É claro que os duetos com guitarras são um cliché, mas um cliché bom e saudável! Quando bem feitos eles enriquecem a música, como no caso de "Widowmaker". Porém, como nem tudo são flores, a faixa "The Wolf and the Kraken" se torna um pouco perdida dentro do play. Com riffs bons e parte rítmica bem feita, a música não é ruim, mas não empolga tanto como as outras faixas do disco, ou seja, uma faixa que não faria diferença se estivesse fora do trabalho.
Apesar de alguns pontos negativos, ‘Master’ foi bem feito, bem produzido e bem trabalhado. O disco possui personalidade e características que fazem com que consigamos distinguir a qualidade da banda, porém estas mesmas características fazem com que o álbum se torne um pouco (bem pouco mesmo) enjoativo. Mas continuemos acompanhando o grande avanço dos caras; daqui a alguns anos iremos ouvir discos muito bons do Lancer!
Integrantes
Sebastian Pedernera - Bateria
Fredrik Kelemen - Guitarra
Peter Ellström - Guitarra
Isak Stenvall - Vocal
Emil Öberg - Baixo
Faixas
1. Dead Raising Towers
2. Future Millennia
3. Mastery
4. Victims of the Nile
5. Iscariot
6. Follow Azrael
7. Freedom Eaters
8. World Unknown
9. Widowmaker
10. Envy of the Gods
11. The Wolf and the Kraken
12. Follow Azrael (Reprise)
Nota: 7.9
Por Yurian Paiva