Iron Reagan - "Crossover Ministry" (2017)

Relapse Records

Mundo Metal [ Lançamento ]


Desde seus primórdios, em meio a década de 60, o Heavy Metal se espalhou como um rastilho de pólvora mundo afora, evoluiu e se consolidou, como um dos estilos musicais mais importantes, influentes e duradouros, o mesmo e seus sub estilos, proliferaram substancialmente e até hoje não demonstram qualquer sinal de fadiga. 

Gêneros como Thrash Metal, Death Metal, Heavy Metal, etc., que eram bem distintos entre si, estão sendo cada vez mais consubstanciados por novas bandas todos os dias, levando a música pesada a um novo patamar. 
A evolução do Metal nos últimos quarenta anos é notável e uma das razões para o mesmo se desenvolver plenamente é por não oferecer nenhuma limitação ou restrição criativa, a não ser aquelas impostas por fãs xiitas que seguem cegamente regras inventadas sabe-se lá por quem. 

Uma das bandas que mais se destaca na cena atual é o Iron Reagan de Richmond, a banda executa um Thrash com uma pegada oitentista mesclada  com Hardcore/Punk na medida certa. 
A sonoridade dos caras é inteligente, rápida e cativante como o inferno, pesada o suficiente para agradar headbangers e subversiva o bastante para agradar punks. 

A banda começou como um projeto entre membros do Municipal Waste e Darkest Hour, em 2012, mas logo ganhou destaque e terreno, posso afirmar categoricamente que a mesma deixou essa característica de lado, assumindo uma identidade própria. 

"Crossover Ministry" é o terceiro registro do quarteto, registro esse, que eleva a banda à outro nível, superando em alguns aspectos seus dois trabalhos anteriores, "Worse Than Dead" (2013) e "The Tyranny of Will" (2014).

São 18 faixas da mais pura pancadaria, em apenas 30 minutos, regadas a temas politizados, sarcásticos e niilistas, retendo os mesmos paradigmas que os fãs do estilo esperam em uma banda do gênero. 
A música contida nesse registro é agressiva, enérgica e oferece uma catarse em cada um de seus poderosos golpes amplos e concisos, golpes esses, não destinados aos fracos de ouvido. 

O álbum é tão drasticamente linear que nem vou tentar destrincha-lo faixa a faixa, no entanto, vale a pena mencionar alguns destaques;


A apocalíptica "A Dying World", não desperdiça um único segundo sequer para demonstrar a energia característica da banda, preenchida com riffs rápidos, a canção termina antes que você perceba. 
"Dead with My Friends", a melodia mais longa do álbum, com passagens mais rápidas e grooves ameaçadores. 
''Fuck the Neighbours'' é o hino humorístico do disco, provavelmente foi composta em alguma noite de bebedeira. 
''More War'' uma das melodias mais angustiantes do registro, encontra-se em algum lugar entre o Thrash e Hardcore/Punk, possui uma interessante mensagem sócio crítica.
"Megachurch" parece ser uma paródia interessante de Ghost e apresenta uma atmosfera, hipnotizante e melódica em seus versos, enquanto a faixa ainda nos oferece o melhor instrumental do álbum. 
“Dogsnotgods” e “Shame Spiral” são peças que criam uma experiência que remetem as glórias passadas do Metal, ao mesmo tempo em que definem um novo modelo para o futuro, um lugar onde a necessidade de liberação de indignação e revolta é susceptível a proporcionar conforto para as multidões de desprotegidos e oprimidos.
Todas as canções possuem um timing perfeito para acomodar sonoridade e velocidade, a produção do álbum é meticulosa, o som ressoa vívido nos ouvidos. 

O vocal raivoso de Tony Foresta, ecoa em cada palavra proferida certa urgência desenfreada, os riffs das guitarras gêmeas de Mark Bronzino e Landphil Hall são um muro de beleza e caos, o baixo de Rob Skotis, é tão radioativo quanto os desertos pós-Chernobyl, enquanto os tambores de Ryan Parrish, soam vigorosos, precisos, mas incrivelmente simples, nada aqui está fora de lugar. 

A banda mais uma vez encontrou o equilíbrio perfeito entre temas sérios e um passeio de diversão juvenil. Quanto mais você ouve, mais você mergulha na impetuosidade de suas canções. 

Obviamente uma adição essencial a qualquer coleção de fãs do gênero, mas também um ponto de partida recomendável para os novos fãs potenciais que estão procurando uma mistura convincente, intensa e desencadeada do espírito do Thrash com a crueza do Hardcore/Punk. 
Se você curte bandas como D.R.I., S.O.D., Cryptic Slaughter, e Attitude Adjustment, "Crossover Ministry" é tiro certeiro!

Formação:

Ryan Parrish - Bateria
Mark Bronzino - Guitarra
Landphil Hall - Guitarra
Rob Skotis - Baixo
Tony Foresta - Vocal

Faixas:

01.A Dying World
02.You Never Learn
03.Grim Business
04.Dead with My Friends
05.No Sell
06.Condition Evolution
07.Fuck the Neighbors
08.Power of the Skull
09.Crossover Ministry
10.More War
11.Blatant Violence
12.Parents of Tomorrow
13.Bleed the Fifth
14.Megachurch
15.Shame Spiral
16.Dogsnotgods
17.Eat or Be Eaten
18.Twist Your Fate


Avaliação: 9.0

Por Claudio Santos

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