Memoriam​ - "For the Fallen" (2017)

Nuclear Blast Records

Mundo Metal [ Lançamento ] 



O amado e notório baterista de longa data do Bolt Thrower, Martin "Kiddie" Kearns, faleceu inesperadamente aos 38 anos em 2015. Este evento infeliz levou os lendários Britânicos a terminar suas atividades no ano passado, em respeito ao seu falecido membro e a falta de desejo de continuar fazendo algo que não parecia mais o certo, como o próprio frontman Karl Willets disse em entrevista. Mas, como acontece com todos nós, há coisas que simplesmente não podemos ficar longe, e com esses loucos aqui o grude é a música. Então, depois de menos de um ano do final do Bolt Thrower, Karl e seus leais amigos Scott Fairfax (guitarras), Frank Healy (baixo, Benediction, Sacrilege) e Andrew Whale (bateria e, na verdade, o primeiro baterista do Bolt Thrower) uniram forças homenageando seu irmão caído da melhor maneira possível: fazendo música. E aqui é onde começa o Memoriam.


Se você colocou as mãos nos EP’s de estréia dos britânicos, ‘The Hellfire Demos I’ e ‘The Hellfire Demos II’, você já sabe o que esperar aqui: Death/ Doom Metal feito direitinho e com grande paixão e serviço aos fãs. Eu digo serviço aos fãs porque porra, convenhamos, todo mundo esta esperando um pouco de Bolt Thrower no DNA do Memorian, e eles cumprem com a promessa. 'For the Fallen', como eu já disse, continua de onde os dois EP’s anteriores pararam. Na verdade, três das oito faixas já foram lançadas como parte dos EP’s, então olha que legal: você já conhece quase metade do play. A faixa-título abre o disco com uma atmosfera fresca e densa que rodeia o álbum inteiro; um riff simplista mas nada menos que incrível cobre a música e dita o ritmo como um chamado à guerra, o que torna a música extremamente interessante. "War Rages On" e "Resistance", lançadas no primeiro EP 'The Hellfire Demos I', são duas músicas que mantêm a aura depressiva e soturna da parada. A primeira vai direto na jugular, com bateria de cagar nas calças e riffs bem construidos, enquanto a segunda leva a parte Doom do som um patamar acima, ficando realmente macabra e pesada; As levadas mais lentas dão uma bela injeção de energia na música.


Todas as outras canções têm algo a oferecer, seja com a construção Doom como em "Reduced to Zero", a rápida e enérgica "Corrupted System" - que na real mistura a velocidade do Death com alguns elementos mais punk - as prolíficas e sombrias linhas de guitarra em "Flatline" (a melhor música do álbum para mim) e na similar à essa, "Surrounded (by Death)", com uma boa quantidade de agressividade, especialmente na parte média quando os caras ficam malucos e explodem numa festa brutal, tudo isso mantendo o elemento depressivo - desta vez aliado à raiva e ferocidade. "Last Words" leva a depressão e os níveis emocionais ao ponto do ataque cardíaco, com performances estelares de Karl Willets e Scott Fairfax. A faixa se constrói de fininho no hino épico do álbum e definitivamente consegue seu propósito. Novamente apostando em uma atmosfera densa e macabra, o Memoriam dá o golpe final enquanto o ferro ainda está quente na forma de uma música diversificada e foda pra caralho.


O Memoriam alimenta seu som com emoções fortes e significados pessoais. 'For the Fallen' é porrada na maioria das músicas e apesar de ter alguns pequenos contratempos, esses não tornam o álbum sem graça ou sem inspiração. A homogeneidade do registro e a falta de clímax tornam um pouco difícil para ele ser memorável (olha o trocadilho), mas é um esforço muito decente, de qualquer forma. Recomendado.

Integrantes: 

Frank Healy - Baixo
Andrew Whale - Bateria
Scott Fairfax - Guitarra
Karl Willetts - Vocal


Faixas: 

01. Memoriam
02. War Rages On
03. Reduced to Zero
04. Corrupted System
05. Flatline
06. Surrounded (By Death)
07. Resistance
08. Last Words


Nota: 7.5

Por Bruno Medeiros

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