Mundo Metal [ Clássicos ]
Para começar o dia de maneira insana e intensa, iremos revisitar um poderoso petardo dos ingleses do Bolt Thrower, "The IVth Crusade", o quarto álbum de estúdio da banda. Poderia resumir que esse disco é um primor não apenas da banda, como do Death Metal como um todo. Realmente, é mesmo uma tremenda pena que encerraram as atividades, entretanto a vida segue e as obras de todos os artistas influentes que se prezem permanecem intactas. Com o Bolt Thrower, não haveria de ser diferente, não é mesmo?
Contando com uma belíssima arte de capa, que nada mais é que a obra "Entry of the Crusaders into Constantinople", um trabalho artístico concebido pelo artista francês Eugène Delacroix, o álbum se inicia com a avassaladora faixa título, que funciona como um "convite irrecusável" para o ouvinte que aprecia Metal Extremo, arremessando-o em um turbilhão caótico de riffs sujos e precisos. Sem dúvida, uma legítima trilha sonora para uma Cruzada violenta e sádica.
O restante do álbum também é vistoso, brutal e perfeito, trazendo faixas igualmente destruidoras como "Icon", "Where Next To Conquer, "As The World Burns", "Spearhead", "Celestial Sanctuary", "Dying Creed", além da atmosférica "spoken word" "Through the Ages (Outro)". "The IVth Crusade" também conta com uma ótima produção para os padrões da época e cada integrante da banda dá o melhor de si em cada composição.
As guitarras de Gavin Ward e Barry Thomson são soturnas, intensas e viscerais, tanto nos riffs como nos solos, que possuem um timbre niilista e apocalíptico, perfeito para a proposta da banda. A "cozinha de bateria e baixo, encabeçada respectivamente por Andy Whale e Jo Bench é muito entrosada e proporciona todo o clima caótico exigido pelas letras e os vocais cavernosos e malevolentes de Karl Willetts são o "toque de mestre" para a obra como um todo. Sem muita firula, mas muito poder de fogo em cada nota, "The IVth Crusade" é uma obra literalmente demolidora e que merece ser apreciada por todos os fãs de Metal Extremo.
Por David Torres