Mundo Metal [ Indica ]
O ano de 2016 realmente foi excelente em relação aos ótimos lançamentos que surgiram mundialmente, milhares de bandas fizeram trabalhos simplesmente espetaculares, e isso aconteceu com diversos gêneros, incluindo o Metal extremo, é claro, ocorreu até de grupos mais antigos surpreender o público com o seu trabalho.
O que acontece é que, muitas dessas bandas que são mais antigas em determinado gênero ao passar dos anos elas mudam a sua proposta musical de outrora, lógico que há excessões, existem grupos que ainda querem permanecer com a sua musicalidade antiga em suas músicas, mesmo que aqui ou ali se encontre algo que seja um pouco "modernoso".
A banda que eu estou me referindo é nada mais, nada menos que os alemães do Bethlehem, o grupo foi formado em 1991, e está na ativa, inicialmente a sua proposta musical era executar um Black/Doom Metal bem cru e sujo, porém depois de alguns anos isso mudou completamente, e a banda começou a investir em um Experimental Rock/Metal.
Ao fazer essa mudança drástica em sua sonoridade, digamos que a banda perdeu milhares de fãs, principalmente os que já a acompanhava desde o seu início de carreira, depois da mesma lançar alguns discos que já não chamava mais a atenção do público como antes, sendo considerados bem fracos, eis que o grupo resurge das cinzas e lança o excelente full-lenght denominado "Bethlehem", e que lembra bastante os primeiros álbuns da banda.
Esse álbum sem dúvidas alguma conseguiu superar todas as expectativas do ouvinte, além da sua musicalidade perfeita, é claro, à arte da capa também ficou ótima,a mesma apresenta boas características, ou seja, um "ar" bem sombrio, e até mesmo um pouco aterrorizante.
O registro contém exatamente dez faixas, e possui cinquenta e um minutos de duração, as letras das músicas abordam temas como, a morte, o suicídio, a loucura, o abstrato, e o surreal, certamente não haveria temáticas que combinasse mais com o que a banda faz.
O grupo também demonstra um ótimo trabalho em relação a sua sonoridade, a mesma ocorre algumas mudanças de andamentos em seu instrumental ao decorrer do registro, em sua maior parte ela está mais rápida, e em outros momentos um pouco cadenciada.
As linhas de guitarra são impecáveis, a mesma nos apresenta riffs cortantes, viscerais e rápidos, a cozinha também não deixa nada à desejar, tanto a bateria, quanto o baixo fazem um belo trabalho, ambos transmitem uma enorme técnica e agressividade, e o vocal é um gutural extremamente rasgado, doentio e desesperador.
Um outro fator muito importante nesse registro que o deixou ainda melhor, foi a atmosfera que o álbum possui, esse foi um dos pontos cruciais que fez com o mesmo lembrasse bastante com o que banda já fez em seus primeiros primórdios, a mesma apesar de não ser tão crua, é bem obscura, fúnebre e mórbida.
O interessante é que, a banda conseguiu balancear bem o álbum, o grupo fez um registro nem tão agressivo, e nem cadenciado demais, tanto que é possível notar que há bons solos aqui e acolá, além disso o disco ficou muito bem trabalhado, produção impecável e uma musicalidade ímpar.
Aos apreciadores de Metal extremo, os que já conhecem a banda, e até mesmo os que ainda não conhecem, ouçam esse álbum, vale muito à pena, está sensacional.
Integrantes:
Bartsch - Baixo, Teclado
Wolz - Bateria
Karzov - Guitarra, Teclado
Onielar - Vocal
Faixas:
01. Fickselbomber Panzerplauze
02.Kalt' Ritt in leicht faltiger Leere
03.Kynokephale Freuden im Sumpfleben
04.Die Dunkelheit darbt
05.Gängel Gängel Gang
06.Arg tot frohlockt kein Kind
07.Verderbnisheilung in sterbend' Mahr
08.Wahn schmiedet Sarg
09.Verdammnis straft gezügeltes Aas
10.Kein Mampf mit Kutzenzangen
Por Marconi Silva