Lançamento: Suicidal Tendencies - “World Gone Mad” (2016)


Sempre que uma banda veterana anuncia que recrutou um grande músico, muito aclamado em um determinado estilo musical e que irá produzir um material de composições inéditas, as expectativas são inúmeras e os apreciadores de tais artistas ficam extremamente ansiosos, sedentos pelo que virá.  Veteranos do Hardcore Punk/Crossover Thrash, o Suicidal Tendencies retornou ao Brasil em julho desse ano para uma única apresentação em São Paulo e agora, exatamente três anos após o lançamento do último álbum, “13” (2013), Mike “Cyco Miko” Muir e sua trupe estão de volta! Muito se especulou com a entrada do lendário baterista Dave Lombardo (o eterno ex-Slayer) na banda e realmente, a sua adição somou e muito ao grupo. “The World Gone Mad”, o décimo segundo álbum de estúdio do grupo estadunidense, tem lançamento agendado para o dia 30 de setembro, através da Suicidal Records e o que nós temos nele? Onze faixas bem construídas e que certamente irão fazer a alegria de muitos fãs.

O mais novo trabalho da banda se inicia com “Clap Like Ozzy”, uma canção que claramente faz menção ao rockstar Ozzy Osbourne e a forma como o músico bate palmas quando está nos palcos.  Essa foi a primeira das novas composições a ser divulgada. De imediato, podemos conferir como o novo lineup da banda está totalmente entrosado. A “cozinha” de baixo e bateria, encabeçada pelos recém-membros da banda Ra Díaz e Dave Lombardo, é simplesmente um luxo absurdo, soando pesada e grooveada na medida certa. O trabalho de guitarras de Dean Pleasants e do também novato na banda Jeff Pogan é igualmente fantástico e os vocais de Mike Muir são inconfundíveis como sempre, é claro! Uma tremenda forma de iniciar o registro.

Após uma breve introdução, se inicia “The New Degeneration”. Um som mais cadenciado marca os seus momentos iniciais, mas não se enganem, pois a música ganha mais peso e velocidade com o passar dos minutos. Quando for executada ao vivo, seu trecho mais rápido fará a festa daqueles que curtem um bom mosh pit. O groove é incessante e matador e o trabalho instrumental desenvolvido pela banda é simplesmente descomunal.  “Living for Life” é uma composição que se inicia vagarosamente e com uma harmonia viajante, com Mike cantando de modo extremamente suave, até que temos uma drástica variação no andamento. A canção explode em uma experiência completamente frenética, alucinante e prazerosa.


Logo depois, “Get Your Fight On!” tem início, apresentando arranjos calmos e que remetem a algumas composições de discos como “Lights... Camera... Revolution” (1990) e “The Art of Rebellion” (1992). Sem muita demora, somos presenteados como mais uma boa dose de riffs e solos bombásticos. O groove é incessante e fabuloso. Esses caras realmente não sabem brincar! A faixa título entra em cena: “World Gone Mad!” Palhetadas arrastadas caracterizam o seu início e a composição cativa o ouvinte em cheio logo que o refrão surge. Lombardo prova por que é um dos bateristas mais aclamados da música pesada mundial, desfilando um entrosamento absurdo com seus companheiros de banda. 

Em seguida, é a vez de “Happy Never After”, que possui riffs novamente bem construídos, graves e viciantes. É outra faixa que não destoa nada das demais. Os momentos finais são os melhores, quando o ritmo acelera e Lombardo surpreende com as suas habilidades com as baquetas e os pedais. O baixo também desempenha um trabalho bastante admirável, sempre muito vivo e pulsante, enquanto as guitarras desfilam criatividade por onde passam.  O álbum prossegue com “One Finger Salute”. Seus versos iniciais já são o suficiente para instigar o ouvinte e não demora nada para nos depararmos com mais um andamento veloz e irresistivelmente empolgante. Uma baita música! Feeling absurdo em cada nota.


“Damage Control” é outro exemplo de composição que consegue mesclar cadência e energia com perfeição. As guitarras são precisas, a “cozinha”, então, nem se fala! Totalmente incisiva! A música mais veloz do disco é “The Struggle is Real”. Sua levada rápida e potente é totalmente contagiante! Tal qual em outras faixas, incessantes solos de guitarra permeiam toda a composição, sempre muito prazerosos de se ouvir. Pra variar, todos os membros se destacam, tornando a faixa muito mais do que apenas uma excelente canção, mas o trabalho de uma equipe completamente entrosada e criativa. 

Uma composição lenta e repleta de melodia, “STill Dying to Live”, tem início. É uma composição que também remete um pouco aos sons criados pela banda nos anos noventa. Seus momentos finais são bem agitados. Para encerrar esse novo trabalho de estúdio, o grupo entrega uma balada de muito bom gosto, “This World”, detentora de belas harmonias, que põem fim ao registro com sabedoria. 

“World Gone Mad” traz um Suicidal Tendencies revigorado e criativo, fruto de músicos que esbanjam talento em cada faixa, além de uma notável integração entre si, o que faz toda diferença. Com certeza é mais um grande lançamento desse ano tão produtivo e merece ser conferido por todos os fãs e apreciadores.


Integrantes:

Mike Muir (vocal)
Jeff Pogan (guitarra)
Dean Pleasants (guitarra)
Ra Díaz (baixo)
Dave Lombardo (bateria)

Faixas:

01. Clap Like Ozzy  
02. The New Degeneration  
03. Living for Life  
04. Get Your Fight On!  
05. World Gone Mad!  
06. Happy Never After  
07. One Finger Salute  
08. Damage Control  
09. The Struggle Is Real  
10. Still Dying to Live  
11. This World

Por David Torres
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