Lançamento: Desaster - "The Oath Of An Iron Ritual" (2016)


Old school, um termo muito usado pelos amantes do heavy metal. E, essencialmente, do que se trata? Basicamente, são bandas atuais que seguem, quase a risca, os padrões da velha escola oitentista, principalmente no que tange à crueza e ao simplismo, algo relativo à singularidade.

E por falar em singularidade, podemos relacionar a velha escola à singularidade espaço-tempo, onde um ponto do espaço-tempo no qual a massa, associada com sua densidade e sua curvatura, ao campo gravitacional são contínuas. Passa como uma integral que tem sua diferencial contínua, onde o limite matemático de tal geodésica é a singularidade.

Assim podemos relacionar o espaço-tempo com à velha escola do heavy metal. Tudo está intrinsecamente ligado, compondo uma massa de densidade incalculável, o universo numa casca de nós, parafraseando aqui eu, Stephen Hawking.

São incontáveis as bandas seguidoras eméritas da old school, mas nenhuma delas utiliza uma gama tão extensa de elementos primordiais quanto a alemã Desaster.


No álbum "The Oath of an Iron Ritual" tais elementos são amplamente perceptíveis. Nele constam as raízes do thrash, do speed, do heavy, do death e do black metal. Prestando a atenção devida à audição pode-se identificar sinais claros de "fast picking", "sweety picking" e "legatos", todas técnicas do shred, característico do thrash e do speed metal e, porque não dizer do death metal. As distorções das guitarras, em muitos momentos, são em "tremolo piccking", as vocalizações rasgadas, mas menos agudas e a bateria em "blast beats" determinam o lado black metal da banda, além da virtude poética das composições, ligadas ao satanismo, ao niilismo e ao anticristianismo e à produção relativamente de baixa fidelidade do gênero.

Isso nos leva ao final dos anos 70 e início dos 80, onde "tudo começou", lá onde o proto-speed de Judas Priest e Accept assombraram o mundo com a rispidez e a velocidade determinantes em muitas de suas canções. E porque não dizer à rebeldia e à insensatez linguística da NWOBHM? Em "The Oath of an Iron Ritual", de 2016, podemos citar um sem número de resgates de bandas da tão aclamada old scholl. É fechar os olhos e sentir (nos ouvidos) as influências e tendências das teutônicas Sodom, Destruction e Kreator, a sujeira de Celtic Frost, Venom, Buldozzer, Possessed, a virtuose e complexidade de Schuldner, lapsos lá e cá de Acid, Angel Dust, Metallica e Iron Maiden, muito de Slayer e lapsos ainda menores de Ufo, Uly Roth e Neil Peart, mesmo eles estando lá, mas todas de fácil assimilação se prestada a devida atenção aos sinais evidentes das fontes inesgotáveis de inspiração da década de ouro.

Como não podia ser diferente, em relação à sua magnífica discografia, é um álbum que pontuará muito e vigorará inexoravelmente entre os melhores do ano. Por que não entre os 10 melhores? Por que não no top5/2016?

Fácil, fácil! Barbada!


Integrantes:

Infernal (guitarra)
Odin (baixo)
Tormentor  (bateria)
Sataniac (vocal)

Faixas:

 1. Intro (The Oath)  
 2. Proclamation in Shadows
 3. End of Tyranny 
 4. The Cleric's Arcanum 
 5. Haunting Siren 
 6. Damnatio ad Bestias 
 7. Conquer & Contaminate 
 8. The Denial 
 9. The Oath of an Iron Ritual
10. At the Eclipse of Blades

por Luís Henrique Campos

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