Algumas bandas, mesmo com longas carreiras e uma grande quantidade de álbuns lançados, não conseguem atingir a chamada perfeição em nenhum de seus lançamentos. Este fato não as desmerece e nem torna suas discografias menos interessantes, mas sem dúvidas, quem não gostaria de ter associado a sua trajetória, um daqueles discos acima de qualquer crítica, excepcionais da primeira à última faixa e sempre mencionados por todos os headbangers como clássicos absolutos?
Muitos nomes consagradas conseguiram apresentar obras de arte ao menos uma vez, mas grupos como o judas Priest, fogem de qualquer padrão e ao longo dos anos alcançaram momentos mágicos como este mais de uma vez e possuem em sua discografia, alguns discos que podem ser chamados de obras primas.
Citarei aqui três pérolas que o grande Priest nos brindou e que considero simplesmente acima do bem e do mal: "British Steel" (1980), "Defenders Of The Faith" (1984) e "Painkiller" (1990). Obviamente, três trabalhos que dispensam apresentações, possuidores de musicalidades ímpares, à frente de seu tempo e repletos de clássicos e performances arrebatadoras por parte dos integrantes.
Muitas das canções imortais do grupo estão em "British Steel", lançado em 1980, o registro é de uma qualidade absurda e também praticamente um sinônimo do termo Heavy Metal. O álbum foi lançado quando a NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal) estava em franca ascensão e acabou associando o Judas ao movimento, mesmo a banda tendo sido formada muitos anos antes. Aproveitou-se do acontecido e moldando sua musicalidade aos padrões do que vinha sendo lançado na época, o grande Judas abocanhou uma parcela significativa dos fãs e entusiastas da NWOBHM com este lançamento.
Musicalmente, o que temos é praticamente uma coletânea de hinos do Heavy Metal, composições do porte de "Rapid Fire", "Metal Gods", "Grinder", "Breaking The Law", "United" e "Living After Midnight", são desfiladas uma após a outra e o resultado não poderia ser outro, é um dos mais premiados registros do Priest e também, o primeiro grande sucesso da banda, um dos trabalhos de maior repercussão na época. Simplesmente obrigatório!
Músicas como "Jawbreaker", "The Sentinel", "Love Bites", "Some Heads Are Gonna Roll", "Rock Hard Ride Free" e "Freewheel Burning", são do mais alto bom gosto e expressam toda a classe da banda. Com uma precisão cirúrgica, as composições exibem duelos estonteantes dos guitarristas K. K. Downing e Glenn Tipton, uma das maiores duplas de todos os tempos e apresenta Halford em seu ápice, cantando como nunca, com performances fabulosas e alcançando timbres e notas invejadas por grande parte dos vocalistas de Metal da época.
"Painkiller" deixou todos de queixos caídos e para muitos, é considerado a obra máxima do Judas. Canções como "Hell Patrol", "Night Crawler", "Metal Meltdown", "A Touch Of Evil" e a faixa título "Painkiller", representam uma verdadeira destruição sonora que não deixa pedra sobre pedra. Com toda certeza é um dos discos mais frenéticos e emblemáticos de toda a história, praticamente reinventando a sonoridade do grupo e dando novas definições sobre como um álbum de Heavy Metal deveria soar.
Ah! Ia quase me esquecendo: performance brilhante de Rob Halford, solos e riffs matadores de K.K. Downing e Glenn Tipton. parte rítmica precisa e sólida de Ian Hill e Scott Travis. Perfeição!
É claro que álbuns como "Sad Wings Of Destiny", "Sin After Sin", "Screaming For Vengeance" e "Stained Class", poderiam estar tranquilamente nesta trinca, porém como em tudo relacionado a música, as análises são simplesmente uma questão de gosto e tratando-se de Judas Priest, temos um grande leque de álbuns sensacionais para avaliar...
por Fabio Reis
por Fabio Reis