A sessão "do mais fraco ao melhor" foi criada com o objetivo de tentar elencar os álbuns de determinadas bandas, do menos expressivo ao mais significativo. Os critérios usados para o ranking são diversos, como aceitação crítica do álbum em questão, importância do lançamento para a época, nível técnico em comparação a outros trabalhos da banda e fator diversão (obviamente), entre outros.
Note que não há aqui certezas ou leis, apenas uma análise feita por mim para decidir a ordem dos álbuns baseado nas informações acima e, portanto, se seu álbum favorito estiver abaixo no ranking ou se aquele play que você acha uma merda estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata. De qualquer forma, tentarei potencializar ao máximo os critérios técnicos acima e minimizar interferências pessoais.
Pra começar da melhor forma possível, hoje teremos um dos maiores expoentes do Heavy Metal mundial e uma das bandas que mais influenciou novos grupos pelo mundo afora: o Running Wild.
Criado em 1979 pelo então garoto Rolf Kasparek, a banda obviamente dispensa as minhas apresentações e certamente mora nos corações da maioria dos headbangers do Brasil e do mundo. Primeira banda a utilizar a temática pirata no mundo do Metal, o Running Wild é responsável por alguns dos melhores álbuns de todos os tempos e um ótimo ponto de partida para esta nova seção. Sem mais delongas, aqui estão todos os discos lançados pelos Privateers Alemães até hoje, do menos expressivo ao melhor da carreira.
Ready for Boarding!
15 - Resilient (2013)
Resilient é o mais recente álbum da carreira dos Alemães. Considerado pela crítica como um trabalho medíocre, é fácil ver fãs mais radicais da banda torcerem o nariz para composições como “Adventure Highway” ou “Desert Rose”. Claramente a mais fraca disposição de uma banda que outrora lançou álbums quase perfeitos.
14 - Rogues en Vogue (2005)
Rogues em Vogue é considerado por muitos como o declínio definitivo da carreira de Rock ‘n’ Rolf. Muito abaixo da média e inspirado pelos devaneios do frontman como compositor, o álbum não agradou à epoca e até hoje é bastante criticado.
13 - Shadowmaker (2012)
Seria Shadowmaker o retorno triunfal de uma das maiores bandas de todos os tempos? Essa foi a pergunta que todos nós nos fizemos quando Rolf anunciou o retorno do Running Wild apenas 3 anos depois de encerrar as atividades do grupo. Apesar de pequenos lapsos do antigo Running Wild, como “Sailing Fire” e “Dracula”, a pegada mais Hard e menos rápida adotada a partir de 2000 tomou conta mais uma vez da (falta de) criatividade de Rolf, resultando em um retorno acompanhado de um belo asterisco.
12 - Victory (2000)
Para muitos, o começo do fim. Apenas dois anos depois de um belo álbum com The Rivalry, o lançamento de Victory pegou os fãs de surpresa com uma pegada bem mais lenta e com o abandono quase que completo da temática pirata tão amada pelos fãs. Um álbum mediano com um ou outro ponto forte e muitos pontos fracos.
11 - The Brotherhood (2002)
The Brotherhood conseguiu resgatar de certa forma o prestígio perdido com Victory, com canções dignas do Running Wild como “Welcome to Hell”, The Ghost” e, curiosamente, uma das melhores composições da carreira da banda com “Pirate Song”. No entanto, ainda haviam muitas influências Hard e claramente Rolf não era mais o mesmo, o que pudemos ter certeza com o lançamento dos álbums posteriores.
10 - Masquerade (1995)
Masquerade copiou as formulas adotadas em Pile of Skulls e Black Hand Inn e manteve uma sequência quase perfeita nos anos 1990 para o Running Wild. Com uma faixa título fortíssima acompanhada de uma introdução maravilhosa, o álbum é um ótimo exemplo do Speed/Power Metal alemão, e poderia facilmente figurar mais acima no ranking.
9 - Branded and Exiled (1985)
O álbum marcou o fim de um ciclo mais sério e anárquico da banda, e contém composições para sempre clássicas como a faixa título, “Chains and Leather” e “Fight the Oppression”. Uma bela ilustração da fase mais rebelde e sombria do Running Wild.
8 - Pile of Skulls (1992)
Pile of Skulls foi lançado pouco mais de um ano após o aclamado Blazon Stone, e é um álbum extremamente técnico e honesto. Com uma produção à frente de seu tempo na cena do Metal, o trabalho manteve o alto nível apresentado na fase de ouro do Running Wild e segurou bem a metade do pico criativo de Rolf.
7 - The Rivalry (1998)
Considerado o último grande álbum do Running Wild, The Rivalry entregou composições memoráveis como “Kiss of Death”, “Return of the Dragon” e “Ballad of William Kidd”. É inclusive o álbum favorito de muitos fãs devido à gama de diferentes linhas musicais, de faixas cadenciadas à mais rápidas.
6 - Under Jolly Roger (1987)
O álbum mais marcante para grande parte dos fãs de Running Wild que tiveram a sorte de terem acompanhado seu lançamento. A mudança considerável no estilo da banda e a adoção dos temas piratas, aliados a uma musicalidade ímpar, fizeram de Under Jolly Roger um dos álbums mais importantes da década de 1980 para o Metal Europeu, e o início de uma dinastia que duraria muito tempo.
5 - Gates to Purgatory (1984)
Um início de carreira avassalador, influências do que viria a ser o Black Metal, composições memoráveis, honestidade com os fãs e atitude mais Metal impossível. Foi assim que o Running Wild apareceu para o mundo, destruindo tudo em seu caminho com Gates to Purgatory. Extremamente respeitado por headbangers de todas as cenas, desde o mais casual até o mais extremo.
4 - Blazon Stone (1991)
O álbum mais versátil da carreira dos Alemães. Com letras magníficas e atmosfera cativante, Blazon Stone apresentou aos fãs o lado mais inteligente de Rolf Kasparek, desde composições críticas como “Slavery” a épicas como “Little Big Horn”.
3 - Port Royal (1988)
A consolidação como reis do metal pirata e o motivo pelo qual Rock ‘n’ Rolf é um dos melhores compositores de todos os tempos. Faça um desafio consigo mesmo: tente achar uma música ruim, ou até mesmo medíocre em Port Royal. Conseguiu?
2 - Black Hand Inn (1994)
Meu álbum favorito do Running Wild e um dos melhores álbums de todos os tempos, na minha opinião. O ritmo frenético e épico ao mesmo tempo faz com que Black Hand Inn seja um dos trabalhos mais acessíveis da carreira dos Alemães, com clássicos absolutos como “Souless”, “The Phantom of Black Hand Hill” e a melhor música da história do Running Wild (na minha opinião), “The Privateer”.
1 - Death or Glory (1989)
A epítome do que Running Wild representou para a cena do Metal. Um nível de criatividade inacreditável, atenção máxima aos detalhes, produção cristalina e verdadeiros hinos do Metal são apenas alguns dos elementos que fazem Death or Glory ser tão especial. Divertido, profundo, crítico e, mais importante, feito com paixão e respeito ao que é a cena do Heavy Metal.
Esta seria a sua ordem? Comente. Nos apresente o seu gosto e faça a sua sequência!
por Bruno Medeiros