Hazy Hamlet - “Forging Metal” (2009)



Depois de uma década de existência o Hazy Hamlet debutava com "Forging Metal", registro feito de uma forma totalmente independente e cuja gravação, consumiu quatro anos de trabalhos até sua finalização. Sem pretensão alguma de ser musicalmente inovadora, a banda executa um Heavy Metal clássico e épico, com garra e alma, como os próprios integrantes dizem, um dos maiores objetivos do grupo é mostrar que é possível realizar um trabalho de alto nível de forma autônoma, apresentando a paixão pelo “underground” e o profissionalismo de uma banda assinada.

São notáveis durante os 50 minutos de duração de “Forging Metal”, a grande influência de bandas como Manowar, Grave Digger e Running Wild, além de outras que marcaram o gênero. Não é preciso se esforçar para notar também elementos do Power Metal, algo que a banda fazia nas suas primeiras “demos” e “singles” que antecederam esse “full-length” mais que aguardado.

O vocal de Arthur Migotto lembra por vezes o de Chris Boltendahl (Grave Digger), alias o trabalho de voz é um dos pontos fortes do disco, Arthur é um excelente cantor e possui uma entonação muito potente, encaixando-se perfeitamente com a proposta do grupo e ainda demonstrando um ótimo “felling”, que dá ainda mais vida às historias e lendas que são abordadas nas letras da banda.

Um disco pesado como esse necessita de uma boa dupla para constituir a cozinha e Fabio Nakahara e Hermano Filho, baixo e bateria respectivamente, sabem dar o devido andamento e peso que o disco necessitava, além de dar consistência para que a guitarra de Júlio Bertin se destaque ainda mais. Júlio consegue encaixar seus solos e riffs de maneira magistral reforçando ainda mais o estilo clássico do álbum que a todo o momento busca pela sonoridade das bandas clássicas dos anos 80. 



A obsessão é tão grande em se fazer o bom e velho “mais do mesmo”, que na gravação dos seus trabalhos a banda utiliza amplificadores valvulados e sintetizadores analógicos para fazer um som ainda mais próximo do “vintage” e do clássico.

Fugindo da analise musical, a beleza do álbum começa já pela capa, impossível não elogiar a bela arte produzida pelo ilustrado carioca Celso Mathias, concordemos que a cena de Odin forjando uma espada é realmente perfeita para um álbum chamado “Forging Metal”.

Como destaques musicais, separo “Funeral For A Viking”, “Chariot Of Thor” e “Forging Metal”. Na letra de “Funeral for a viking”, temos detalhes sobre o ritual funerário dos povos vikings e a sua percepção sobre a morte, em  “Chariot Of Thor”, é narrada uma batalha mitológica cujo  protagonista é o deus nórdico Thor e por fim, em “Forging metal”, o hino absoluto da banda e um verdadeiro louvor ao Heavy Metal, ressaltam também a paixão do grupo por automotores. 

Vale mencionar que as outras faixas seguem basicamente a mesma formula e caso o ouvinte demonstre interesse em qualquer uma das canções citadas, provavelmente irá se identificar com todo o álbum.

Neste excelente e premiado debut, o Hazy Hamlet nos presenteia com uma audição de um nível elevadíssimo. Para quem gosta de Heavy Metal em seu estado mais puro e direto, daqueles que fazem balançar a cabeça e erguer o punho enquanto se canta junto um dos refrões presentes no trabalho, esse é um disco que não pode faltar na coleção. 





Integrantes:

Hermano Filho (bateria)
Fabio Nakahara (baixo)
Júlio Bertin (guitarra)
Arthur Migotto (vocal)

Faixas:

 1. The Beginning of the End - Part 1 (abertura)
 2. The Beginning of the End - Part 2
 3. Black Masquerade
 4. Metal Revolution
 5. Field of Crosses
 6. Funeral for a Viking
 7. Chrome Heart
 8. Chariot of Thor
 9. Forging Metal
10. The Faces of Illusion


por Vitor Hugo Quatroque
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