Slayer - Repentless (2015)


Primeiramente, o Slayer em estúdio nunca me decepcionou, gosto de todos os registros, até mesmo dos mais controversos. O meu grande problema em relação a banda são as apresentações ao vivo, já que Tom Araya nitidamente não consegue mais cantar de forma aceitável diversos clássicos do grupo. Citando os álbuns mais recentes, "Christ Illusion" considero excepcional e "World Painted Blood", apesar de ser um bom disco, pareceu dar alguns sinais de cansaço e me soou um tanto repetitivo, apesar de possuir ótimos momentos.

É claro que com todas as mudanças, polêmicas e acontecimentos trágicos que marcaram a história recente da banda, respectivamente a conturbada saída de Dave Lombardo, o retorno de Paul Bostaph e a lamentável morte de Jeff Hanneman, que foi prontamente substituído por Gary Holt, a expectativa era enorme, tão grande como as especulações e choradeiras precoces de uma boa parte dos fãs mais "radicalóides", que se tornaram em grande parte, verdadeiras viúvas de Lombardo e Hanneman...


Verdade seja dita, os músicos pouco ligaram para opiniões e críticas, seguiram trabalhando no novo álbum e enfim, depois de muita espera, ele foi lançado. "Repentless" é COM TODA CERTEZA um grande disco, me arrisco a dizer que o melhor desde "Divine Intervention". Os novos integrantes, na minha visão, fizeram muito bem a musicalidade do grupo, mesmo Paul Bostaph não participando da criação das músicas e Gary Holt sendo creditado apenas como músico convidado, obviamente ambos possuem características BEM diferentes dos antigos membros e contribuíram com os seus estilos próprios, fazendo do Slayer uma banda que soa totalmente renovada.

Quem esperava um trabalho burocrático, mediano ou era da turma do "Slayer já era faz tempo", terá que rever seus conceitos e engolir a seco pedradas do porte de "Repentless", "Take Control" e "You Against You". O disco é muito equilibrado e conciso, contém faixas extremamente agressivas e rápidas, mas também momentos mais cadenciados e de extremo bom gosto, como em "Cast The First Stone" e "Vices".


A sequência formada por "Implode", "Piano Wire" e "Atrocity Vendor" é simplesmente destruidora, uma explosão de riffs poderosos que remetem aos grandes momentos do passado e se tornarão totalmente indigestas para aqueles que proclamaram aos quatro ventos que "Slayer sem Jeff Hanneman não é Slayer". Baboseira GIGANTE que foi refutada da melhor maneira possível: Com um ótimo álbum.

Para quem possuía alguma dúvida se Kerry King iria sentir a pressão de ser o "único" criador da banda, "Repentless" é um argumento e tanto a seu favor. Disco absolutamente sem ressalvas e para ser ouvido na totalidade. É criativo, inspirado, agressivo e possui a marca da banda. Simplesmente imperdível!


Integrantes:
Tom Araya (Baixo, Vocal)
Kerry King (Guitarra)
Gary Holt (Guitarra)
Paul Bostaph (Bateria)

Faixas:
01 - Delusions of Saviour
02 - Repentless
03 - Take Control 
04 - Vices
05 - Cast the First Stone
06 - When the Stillness Comes
07 - Chasing Death
08 - Implode
09 - Piano Wire 
10 - Atrocity Vendor 
11 - You Against You 
12 - Pride in Prejudice



Escrito por Fabio Reis  

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...