Discografia básica de METAL


100 bolachas que você tem que ter na sua coleção de qualquer jeito. [Parte I]


1 - MANOWAR [Usa] (1982) "Battle Hymns"


O Manowar foi fundado no ano de 1980, após o baixista Joey DeMaio conhecer o guitarrista Ross The Boss durante um tour do Black Sabbath na qual ele (DeMaio) trabalhava como técnico de baixo da banda inglesa, sendo que para o posto de vocalista, Joey convida um antigo amigo de infância, Louis Marullo, que viria a ser conhecido posteriormente como Eric Adams.

Donos de um estilo bombástico e muito pesado de fazer Heavy Metal, a banda produz uma demo tape no ano de1981, que serve de pavimentação para o lançamento de seu debut no ano seguinte. “Battle Hymns”, que contou com o baterista Donny Hamzik completando a banda, é um álbum perfeito de cabo a rabo, da capa até a última nota, um disco empolgante com faixas do mais alto quilate, onde destaco duas faixas épicas e grandiosas: “Dark Avenger”, que devido a poucas informações que eu tinha acesso sobre a banda até então, confesso ter acreditado na época que comprei o disco que a música era executada por uns três vocalistas diferentes no mínimo, devido ao impressionante dom que Eric Adams tem de mudar o tom da sua voz no decorrer da música, ficando mais agudo em determinados momentos, mais grave em outros e até suave, sem falar na narrativa de Orson Welles no meio da faixa e a levada instrumental impecável do resto da banda. “Battle Hymns” é o hino definitivo do grupo e um dos maiores momentos dentro do Heavy Metal, impossível não se sensibilizar com música tão bem feita e tão bem construída.

Muito tem se falado do Manowar através dos anos, suas falastrices, roupas e atitudes, muitos torcem o nariz para isto, mas não é isso que eu ouço, eu ouço música, e neste quesito o Manowar tem competência de sobra e gravou alguns discos que entraram definitivamente para os anais da história da música pesada. Este foi o primeiro deles, um álbum bem balanceado e atemporal, indicado para quem está iniciando no Mundo metálico e também aos que já fazem parte deste mundo, ou seja, obra obrigatória para todos.


2 - ACCEPT [Ger] (1982) "Restless And Wild"


Formado na Alemanha em 1976, o Accept já era uma banda muito importante e havia criado uma carreira bem consistente dentro da Alemanha com seus três primeiros trabalhos, mas com este “Restless and Wild”, seu quarto disco de estúdio e o primeiro a ser lançado em escala mundial, a banda cresceu demais. Com uma das formações mais precisas da sua história e talvez a mais importante da vida do grupo, contando com o carismático Udo Dirkschneider nos vocais, o guitarrista Wolf Hoffmann, o baixista Peter Baltes e o batera Stefan Kaufmann, lançam em 1982 este disco pra lá de emblemático e na minha opinião o embrião do Speed Metal ao lado de “Metal on Metal” do ANVIL como veríamos a conhecer depois, sempre fico na dúvida entre “Fast as a Shark dos germânicos e “666” dos canadenses.

“Restless and Wild” é um album com uma energia incrível e músicas pra lá de empolgantes, a começar pela arrasa-quarteirão “Fast as a Shark”, seguida pela potente faixa título e seguindo em frente com mais oito joias metálicas, culminando com a cadenciada “Princess of the Dawn”. A gravação e produção do disco são excelentes para a época e garantem a diversão e prazer do ouvinte.

Depois deste álbum o Accept subiu feito um foguete em direção ao sucesso, sacramentando isso com seus álbuns posteriores, mas como nada na vida é fácil, brigas e intrigas internas aliadas a mudanças de formação trouxeram o grupo para o limbo novamente até ressurgir das cinzas e voltar aos poucos a ser uma banda de expressão mundial, mas aí já é uma outra história...


3 - JUDAS PRIEST [Uk] (1980) "British Steel"


Disco que dispensa maiores apresentações, basta saber que é um dos álbuns mais balanceados do grupo, muito bem executado, muito bem produzido e com canções fora de série.

Lançado no ano de 1980, “British Steel” foi o disco que catapultou o Judas Priest rumo ao estrelato. Todas as faixas são de alta qualidade, com destaques para “Breaking the Law”, “United”, “Metal Gods” e “Living After Midnight”, faixas estas que obtiveram uma maior repercussão na mídia e sempre lembradas pela banda na maioria de seus shows.

Nada contra elas, eu as adoro, porém minhas preferidas sempre foram “Rapid Fire” (que, dependendo da versão que você tenha deste álbum, abre o disco mostrando ao que a banda veio. Aqui no Brasil, por exemplo, a faixa de abertura é “Breaking The Law”), “Steeler” e a sensacional “You Don't Have to Be Old to Be Wise” (“Você não precisa ser velho para ser sábio”), sensacionais demais, tendo de quebra ainda completando este petardo as maravilhosas “The Rage” e “Grinder”.

Resumidamente, mais um disco perfeito que você tem que ter na sua coleção, o puro aço britânico.


4 - DIO [Usa] (1983) "Holy Diver"


Após ser “espirrado” do Sabbath sob acusações de insubordinação e sabotagem (não acredito nisto, porém existe a lenda de que o baixinho, secretamente, invadiu o estúdio onde o álbum “Live Evil” estava sendo mixado e, por conta própria, resolveu dar mais destaque a sua voz frente aos outros instrumentistas da banda), Dio resolveu montar a sua própria banda.

Ronnie então junta forças com alguns músicos “meia boca” do quilate de Viviam Campbell na guitarra, Jimmy Bain no baixo e o batera que o acompanhou quando saiu do Sabbath, o “fraquíssimo” Vinnie Appice, hahahaha. Time montado, composições prontas, muito ensaio e em 1983 soltam o soberbo “Holy Diver”, um disco prá lá de atemporal e que de cara agradou a gregos e troianos. Aliás, é muito dificíl Ronnie James Dio não agradar a alguém que se diga curtidor de música pesada, vide os grandes clássicos que gravou pelas bandas por onde passou.

“Holy Diver” foi praticamente sucesso imediato, e não é para menos, o álbum é repleto de faixas clássicas como “Stand Up and Shout”, “Don't Talk to Strangers”, “Rainbow in the Dark” e a espetacular faixa título, que tornam esse registro mais do que obrigatório em sua coleção!


5 - GIRLSCHOOL [Uk] (1981) "Hit and Run"


Após soltarem seu primeiro e excelente debut "Demolition" no ano anterior, as garotas do Girlschool fincaram o pé de vez e lançaram este soberbo disco no ano de 1981, coincidindo com o auge da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM para os mais íntimos).

O som das garotas do Girlschool não é uma coisa lapidada, com músicas melodiosas ou grandes solos, elas possuem muitas influências punk em suas composições e por isso acabam soando mais cruas e diretas, porém muito, mas muito legal. Neste álbum acertam em cheio, pois o mesmo é recheado de músicas fortes, barulhentas e bem grudentas, destacaria as rápidas “C'mon Let's Go”, “Victim”, “Watch Your Step” e “Yeah Right”, mas as faixas mais cadenciadas e rock’n’roll também são muito bacanas, como a faixa título, “Future Flash” e “Kick it down”. Temos também neste álbum um cover para “Tush”, do ZZTop, que em minha opinião soou bem melhor que a versão original dos barbudões.

Após este álbum ainda lançaram o ótimo "Screaming Blue Murder", porém na sequência começaram a se render ao mercado americano, gravando álbuns que não agradaram a maioria dos antigos fãs. Se gosta de Heavy Metal feito por mulheres e com muita qualidade, este aqui é tiro certo.
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