Com toda certeza, um dos lançamentos mais aguardados do ano
é este novo trabalho do Accept. Desde seu retorno, o veterano grupo alemão
lançou dois grandes álbuns, "Blood Of The Nations" (2010) e
"Stalingrad" (2012). Duas obras de excepcional qualidade e que não
decepcionaram os fãs mais antigos como também conquistaram uma safra de novos
ouvintes.
Os dois registros possuem todas as características marcantes
da banda e o fato do ex-vocalista, o carismático UDO Dirkchneider, não ter
aceitado participar da reunião, acabou por não fazer muita diferença. Mark
Tornillo assumiu muito bem o papel e possui um timbre de voz muito parecido com
o de seu antecessor. O Accept soou renovado, com ótimas novas canções, muito
fiel as suas raízes e a alta qualidade dos últimos álbuns criaram toda uma
expectativa para esta nova empreitada.
"Blind Rage" é um trabalho que acerta na mosca,
apesar de mostrar uma banda que não se arrisca em nenhum momento fora de sua
sonoridade habitual, contém tudo que um fã quer escutar em um álbum da banda.
No decorrer das 11 faixas, o desfile de composições inspiradas e executadas com
extrema paixão e feeling dão a sensação de que o grupo não envelheceu.
Se algumas bandas da velha guarda dão nítidos sinais de
cansaço e seus últimos trabalhos não possuem a mesma garra e pique de suas
épocas áureas, o Accept a cada álbum mostra que isso não se aplica a eles. O
que fica evidente é que de longe, tanto "Blind Rage", quanto qualquer
um dos dois trabalhos anteriores, mostram uma banda em alta e que continua numa
total ascendência. Mesmo com tantos anos de carreira, estes verdadeiros mestres
do metal alemão mostram uma vontade e garra que remete a grupos debutantes.
O novo trabalho se destaca como um todo, possui faixas muito
acima da média , com momentos de velocidade e canções diretas como "Trial
Of Tears", "Bloodbath Mastermind", "Final Journey" e
"Stampede", que abre o álbum e é o primeiro single do registro,
possui um vídeo clipe muito bem feito que foi disponibilizado a alguns meses
atrás pela banda. As cadenciadas "Fall Of the Empire", "Wanna Be
Free", "From The Ashes We Rise" e "The Curse" acertam
em cheio e fazem com que o álbum possua uma alternância de ritmos bem agradável.
Além das já citadas, temos "Dying Breed" com um
andamento pegajoso (no bom sentido) que vicia desde a primeira audição e faz o
ouvinte repeti-la sequencialmente."Dark Side Of My Heart" trás um ar
de modernidade e possui um refrão daqueles que ficam na cabeça e "200
Years", na minha opinião, a melhor faixa do álbum, é uma típica música do
Accept, com "backing vocals" muito bem encaixados e uma levada que
remete a álbuns clássicos da banda.
Um fato que merece ser lembrado e receber todos os louvores,
é a competência e versatilidade de Wolf Hoffmann, suas linhas de guitarra são
precisas, com características próprias e que primam por manter a sonoridade da
banda intacta no decorrer de todos estes anos. Wolf consegue entrar para aquele
grupo restrito de guitarristas, que possuem um estilo tão próprio e único, que
ouvindo uma música aleatoriamente, com poucos segundos transcorridos e apenas
algumas notas ou acordes, já é possível reconhecer quem está tocando.
Esta habilidade nata, faz com que os solos do álbum sejam
espetaculares, daqueles que bandas como Iron Maiden, Judas Priest, e o próprio
Accept eram especialistas. Solos que não necessitam de "mil notas por
segundo" e possuem melodias de fácil assimilação, com muito sentimento e
harmonias totalmente contagiantes.
O Accept com "Blind Rage", não nos trás nada de
novo e nem de inovador, mas com certeza nos remete a um tempo em que o estilo a
cada lançamento, nos trazia um novo clássico. É um trabalho forte, repleto de
faixas que empolgam e possui a marca registrada da banda em cada uma das faixas.
Pode ser chamado de "mais do mesmo" por muitos, mas como seria ótimo
se todas as bandas consagradas, lançassem um álbum tão bom como esse vez ou
outra.
Forte candidato a figurar na maioria das listas de melhores
do ano. Nas primeiras colocações diga-se de passagem.
Tracklist:
1 -
"Stampede"
2 - "Dying Breed"
3 - "Dark Side of My Heart"
4 - "Fall of the Empire"
5 - "Trail of Tears"
6 - "Wanna Be Free"
7 - "200 Years"
8 - "Bloodbath Mastermind"
9 - "From the Ashes We Rise"
10 - "The Curse"
11 - "Final Journey"
2 - "Dying Breed"
3 - "Dark Side of My Heart"
4 - "Fall of the Empire"
5 - "Trail of Tears"
6 - "Wanna Be Free"
7 - "200 Years"
8 - "Bloodbath Mastermind"
9 - "From the Ashes We Rise"
10 - "The Curse"
11 - "Final Journey"
Lineup:
Mark Tornillo (Vocal)
Wolf Hoffmann (Guitarra)
Herman Frank (Guitarra)
Peter Baltes (Baixo)
Stefan Schwarzmann (Bateria)
Wolf Hoffmann (Guitarra)
Herman Frank (Guitarra)
Peter Baltes (Baixo)
Stefan Schwarzmann (Bateria)