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Mundo Metal [ Lançamento ]
O Heavy Metal em geral sempre teve, desde seu início, algumas regiões no mundo como sendo foco de proliferação de bandas. Tivemos a Inglaterra na época da NWOBHM, Detroit e Los Angeles em épocas diferentes nos Estados Unidos, regiões da Alemanha, e definitivamente, uma das regiões que mais tem nos mandado bandas nas últimas duas décadas é a Escandinávia. Noruega, Dinamarca, Finlândia e Suécia brigam pela liderança na “exportação de bandas” de todos os estilos, do AOR ao mais brutal Black Metal.
O Wail é oriunda da Noruega e no dia 02 de janeiro de 2018 lançou o seu álbum de estréia, “Resilient”. A banda foi formada em 2015, na cidade de Lillehammer (famosa por ter sido sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994 – página de Metal também é cultura). Ainda pouco ou quase nada conhecidos, eles praticam um Heavy Metal tradicional com toques de Hard rock e até Power Metal, em alguns momentos lembrando os seus conterrâneos mais conhecidos, o TNT e outras bandas oitentistas.
A arte da capa nos remete direto para as bandas de Heavy Metal do início dos anos 80, com um desenho não muito trabalhado, mas que dá uma ideia do que iremos encontrar na parte que mais importa: o som produzido pelos noruegueses.
A abertura vem com “Never No More”, uma excelente música, mas de saída já damos de cara com o principal problema do álbum: a produção. Não que seja uma produção ruim, mas nos passa a impressão que o álbum foi feito para o vocalista Joakim Joreng aparecer mais que a banda. Sua voz potente aparece lá na frente e o restante dos instrumentos lá no fundo. Um excelente riff e um refrão do tipo “ cante junto”, agregado a bons solos de guitarra que nos remetem ao velho Maiden (mas bem de longe ok?) fazem esta faixa de abertura a melhor do álbum.
Na sequência temos “He Is finally Here”, que começa mais pesada, com um riff, forte, mas lá está a voz do nosso excêntrico vocalista na frente de tudo novamente (deem uma olhada nas fotos de divulgação e depois me digam o que acharam da gravatinha do cara). Esta Faixa lembra um pouco do que nosso saudoso Dio fez na fase mais dourada da sua carreira solo (de “Holy Diver” à “Dream Evil”). A audição segue com “By Your Hand”, a mais “TNT” do álbum, grande riff de abertura, que fará Ronnie Le Tekkro (mentor do TNT) orgulhoso. Os caras aprenderam bem ouvindo seus álbuns.
“Dark Messiah” altera totalmente o clima do álbum, com uma bela intro de piano, e logo entrando com riffs que nos levam ao Maiden novamente, mas como citei antes, sempre mantendo aquela distancia saudável no que se refere a qualidade. Uma boa música, mas que não acrescenta muito.
Vamos adiante e chegamos a “Initiation” e aqui, creio que seja o ponto mais baixo do álbum, uma música que tenta emular aquelas passagens épicas do Manowar, com partes faladas e sussurradas pelo nosso “cantante”, mas a impressão que fica é que eles tiveram a pretensão de construir algum tipo de hino para ser cantado pelas plateias nos seus futuros shows, porém não foram muito bem sucedidos (eu acho). No final, damos graças por ela ter apenas 2:45 min. Totalmente dispensável.
“Thrill Of The Hunt” coloca as coisas nos trilhos novamente, boa música, com uma pegada mais Power Metal, bons riffs e bom refrão, novamente naquele clima “canta junto com a gente, pessoal!”. Bons solos de guitarra também. ”Mary” inicia com uma introdução de baixo, e é a primeira vez que lembramos que a banda tem baixista em todo o disco. Mais uma vez, um bom riff de guitarra, outro bom refrão e um excelente solo. ”Protector” também inicia com o baixista Tokjell Hagen Voll dando o tom, faixa rápida com uma pegada bem NWOBHM, e creio que nessa, Joakin tem sua melhor performance vocal em todo o álbum.
Chegamos ao final com a faixa título “Resilient” e ela possui um riff que nos lembra também o TNT-fase-Heavy-Metal. No meio da música há passagens mais lentas com a adição de alguns teclados em destaque e bons solos de guitarra.
O álbum vai agradar a apreciadores de Heavy Metal tradicional e Hard Rock, mas repito, a produção poderia ser mais caprichada. Um problema que identifiquei é uma certa indefinição quanto ao estilo do Wail, basta ver as diversas influências e semelhanças com bandas de estilos diferentes citadas. Por ser o primeiro disco dos noruegueses, podemos relevar estes pequenos problemas e esperar que a banda melhore nos trabalhos futuros, o registro tem boas composições e os músicos muito potencial. Vale a audição.
Nota 7,5
Integrantes:
Joakin Joreng (vocal)
Thor B. Gundensen (guitarra)
Kin-Ruben Sletten (guitarra)
Tokjell Hagen Voll (baixo)
Simen Hagen Voll (teclado)
Memet Odegaaed Cataltepe (bateria)
Faixas:
01. Never No More
02. He Is Finally Here
03. By Your Hand
04. Dark Messiah
05. Initiation
06. Thrill of the Hunt
07. Mary
08. Protector
09. Resilient
Redigido por José Henrique Godoy