Janeiro é mês de férias, dar uma barrigada na piscina, viajar pra roteiros paradisíacos...MAS O CAPETA NÃO TIRA FÉRIAS, CARALHO! Pra variar um pouco, o ano do Metal começou muito bem, obrigado, com lançamentos de todos os tipos, tamanhos e gostos. Deixei, pra variar, muita coisa fina de fora como a volta à forma do Pestilence com o ótimo ‘Hadeon’, mais um belo (porém um pouco abaixo do normal para a banda) trabalho do Summoning em ‘With Doom We Come’, e porradas maravilhosas de Monolithe, White Wizzard, Ocean of Grief, Sinistro, Bloodshot Dawn, Portal, Dagon, Perpetratör e até dos veteraníssimos do Magnum. Mas como a chinela canta e só temos 15 vagas, essas bandas vão chorar no travesseiro a assistir outras maravilhas tomarem o ranking. Então, sem mais mimimi, aí vão os melhores plays desse começo de ano caralhudo!
PS: Atenção especial para os estilos. Note que esse mês foi completamente dominado pelo Metal extremo, com o Death, Black e a mistura Prog dos dois engolindo sem dó os demais. Antes que você comece a encher meu saco e dizer que isso tem viés parcial, já te digo (e provo, abaixo) que meu critério é tudo, menos pessoal. Mas claro que, no final das contas, isso é um ranking meu e não necessariamente ilustra as escolhas dos outros membros do Mundo Metal, então xingue, esperneie e coloque seus favoritos nos comentários.
Apathy Noir - Black Soil
(Death/Prog/Doom)
Independente
O Doom, o Prog e principalmente o Death Metal são as armas da dupla Sueca Viktor Jonas e Mattias Wetterhall, que elevam mais ainda o status de cult do Apathy Noir com ‘Black Soil’, seu quarto álbum de estúdio. Gravado durante o curso de mais de um ano completamente na raça, o play destoa tanto das centenas de bandecas de quinta que têm gravadoras gigantes por trás que dá até raiva da cena. Profundamente íntimo e inspirado.
Arkona - Khram
(Pagan/Folk)
Napalm Records
Bandassa veterana liderada pela belíssima Masha "Scream" Arkhipova, conseguem o que é praticamente impossível nos dias de hoje quando falamos de uma banda com mais de 15 anos de carreira: lançar seu melhor trabalho. Não acredita? Baixe, compre, pirateie ou sei lá o que diabos você faz pra ouvir música, mas confira por sí só e seja surpreendido.
Corrosion of Conformity - No Cross No Crown
(Sludge)
Nuclear Blast
Não gosto de Corrosion of Conformity nem de Sludge. Nem a pau. Então imagine você o quão bom é esse álbum pra eu ter colocado entre os dez primeiros do mês em detrimento a outros que fazem muito mais minha cabeça. Mas como a parada aqui é ser imparcial, é merecidíssimo o lugar nos holofotes pra esses monstros do Sludge/Crossover mundial, que doutrinam mais uma vez em ‘No Cross No Crown’.
Hamferð - Támsins likam
(Doom/Death)
Metal Blade Records
Um dos álbuns mais emocionantes, complexos, cativantes e atmosféricos que ouvi no último ano, no mínimo. As histórias, o enlace, o instrumental e a execução de ‘Támsins likam’ são a prova de que o Hamferð vai ter vida longa na cena do Metal. E de todos os lugares do mundo, é das Ilhas Faroé que saiu essa maravilha, o que torna a aura ainda mais impressionante.
Hooded Menace - Ossuarium Silhouettes Unhallowed
(Death/Doom)
(Death/Doom)
Season of Mist
Desgraça, morte, horror e o oculto dão as caras mais uma vez na nova pepita de ouro dos Finlandeses mais viris desse lado do lago Saimaa. Com mais de 10 anos de carreira e em seu quinto álbum, o Hooded Menace enfia suas garras no topo da cena e se solidifica como uma das bandas mais confiáveis do Death/Doom em ‘Ossuarium Silhouettes Unhallowed’.
Lione/Conti - Lione/Conti
(Power)
Frontiers Records
Fabio Lione e Alessandro Conti poderiam fácil fácil se odiar, criar rixas ou até mesmo sair na porrada, já que dividem a atenção de Luca Turilli e fazem um som quase idêntico em suas bandas, mas os caras resolveram cagar pra todas essas criancices e criar um play pra fazer todos os fãs de Rhapsody, Vision Divine e DGM gozarem na calça. Projeto maravilhoso e execução maravilhosa só poderiam resultar nessa delícia maravilhosa.
Mammoth Grinder - Cosmic Crypt
(Death/Hardcore)
Relapse Records
Mais uma vez, uma banda que não gosto entra no top 10 dos álbuns do mês; e mais uma vez, a parada é tão destruidora que eu não poderia deixar de colocar. Unindo o poder extremo e agressividade do Death com a crueza e rebeldia do Hardcore, os Texanos do Mammoth Grinder mostram a que vieram com ‘Cosmic Crypt’, álbum tão bom quanto seu nome indica. Imperdível para os fãs desse gênero híbrido.
Orphaned Land - Unsung Prophets & Dead Messiahs
(Folk/Prog)
Century Media Records
O Orphaned Land se tornou um fenômeno por aliar o extremamente atraente som Folk do Oriente Médio com um Death Metal inspirado em seu começo de carreira, e a partir daí foi só ladeira acima. ‘Unsung Prophets & Dead Messiahs’ traça um paralelo entre a realidade contemporânea e o Mito da Caverna de Platão, e o resultado é esse: um dos mais bonitos, pessoais e sofridos álbuns de 2018 até agora. Uma das poucas bandas hoje em dia que conseguem ilustrar em música suas lutas, conquistas e derrotas da vida real.
Seasons of the Wolf - Last Act of Defiance
(Heavy)
Iron Shield Records
Uma das mais viris e respeitáveis bandas do Heavy/Prog estadunidense voltou com força total depois de uma enxurrada de percalços e azares pelo caminho. Onze anos depois do matador ‘Once in a Blue Moon’, o Seasons of the Wolf volta – mais fraco, naturalmente – com ‘Last Act of Defiance’, continuando com a composição e produção analógicas e com ainda muita lenha pra queimar. Já em “Solar Flare” é fácil perceber que a porrada é certeira, e quando o fim do álbum chegar com a faixa-título você com certeza vai botar de novo pra rolar. Belo retorno.
Tribulation - Down Below
(Prog Death/Black)
Inventivos, inspirados e macabros, os Suecos do Tribulation fazem estrago completo em ‘Down Below’, consolidação da fase mais progressiva e menos crua do grupo. Das maravilhosas “The Lament”, “Subterranea” e “Lacrimosa” ao clímax em “Here Be Dragons”, o play é uma verdadeira orgia para os fãs do Metal extremo, mas bem trabalhado.
Menções Honrosas:
Human Serpent - For I, The Misanthropist
(Black)
Ogmios Underground
Niilismo, morte, ódio ao cristianismo e sim, muita misantropia inundam a mente do Human Serpent e isso transparece no instumental e composições de forma linda. I e X se unem ao macabro pra nos presentear com ‘For I, Misantropist’, trabalho digno de figurar ao lado de bandas como Mgla, Satanic Warmaster e Rotting Christ como essencial do estilo.
In Vain - Currents
(Prog Death/Black)
Indie Recordings
Cinco anos depois do lendário ‘Ænigma’, o In Vain tinha a difícil tarefa de manter a qualidade do álbum de 2013. Isso infelizmente não aconteceu, mas os caras são tão bons que, mesmo caindo de produção, conseguiram pelo menos um lugarzinho nas menções honrosas do mês. ‘Currents’, mais em contato com emoções, sentimentos e filosofia, é perfeito pra fãs de Ne Obliviscaris, In Mourning e Borknagar.
Mike Lepond’s Silent Assassins - Pawn and Prophecy
(Heavy/Power)
Frontiers Records
Alan Tecchio nos gritos e a trinca de Mikes no instrumental. Mike Lepond (baixo, Symphony X, Heathen’s Rage e milhares de outras), Metal Mike Chlasciak (guitarra, Halford, ex-Testament) e Michael Romeo (guitarra, teclado, bateria, Symphony X) explodem os alto-falantes e atacam direto na jugular com o segundo álbum de estúdio do projeto paralelo de Lepond, ‘Pawn and Prophecy’. E sim, você leu direito: o gordinho sósia do Malmsteen, além de fritar a guitarra como sempre e mandar bala no tecladão da massa, também toca bateria nessa porra! Haja energia!
Shining – X – Varg Utan Flock
(Black)
Season of Mist
Verdadeira força da natureza, o Shining vem angariando legiões de fãs desde 1996. Seu mais novo trabalho é a epítome de todas as fases da banda, do Black mais cru e pútrido ao som mais trabalhado e orgânico. Visceral!
Watain - Trident Wolf Eclipse
(Black)
Century Media Records
Trevas, caos e Lúcifer sempre foram os assuntos mais abordados pelo grande Watain, banda que sempre prezou pela imagem e atmosfera sombrias. Em ‘Trident Wolf Eclipse’ a fórmula continua a mesma, e os Suecos destroem de novo tudo em seu caminho com riffs avassaladores, vocal demoníaco e poder puro.
Redigido por Bruno Medeiros