Lançamento: Skeletonwitch - "The Apothic Gloom" (2016) (EP)


Ah, os Estados Unidos da América. Torta de maçã, patriotismo, baseball, Hollywood e…Metal. Obviamente, não é nenhum segredo que o país norte-americano exportou algumas das mais proeminentes bandas da cena Metal mundial, desde as mais conhecidas da criançada, como o Slayer, Megadeth e Metallica (bleeeeehh), até as jóias do underground como Crescent Shield, Manilla Road, Ancient Empire e outras tantas. No meio do caminho, residindo no limbo entre a ‘gloriosa’ supremacia comercial e o sofrido anonimato esta o Skeletonwitch, quinteto de Thrash/Death Metal da pequena cidade de Athens, Ohio. Tão pequena que a cidadezinha tem menos de 24.000 habitantes (pra você poder comparar, eu moro na Mooca, em São Paulo, bairro que tem quase 80.000 habitantes). Com 13 anos de atividade e 5 álbums lançados, o Skeletonwitch continua a crescer e recrutar seguidores com sua mistura de Thrash e Melodic Death Metal, e nesse ano estão de volta com The Apothic Gloom, primeiro EP lançado pelos caras desde o decente Worship the Witch lá atras, em 2006.

O play começa com a faixa-título, com uma intro acústica que calmamente se torna em uma faixa clássica do Skeletonwich, cheia de solos e quebra de ritmos. A mistura entre a agressividade dos pedais duplos – que muitas vezes faz as vezes de passagens comumente vistas no Death Metal – e a habilidade de mudar de vocais guturais para mais amenos sem muita dificuldade do novo homem do microfone, Adam Clemans, fazem da música uma bela porta de entrada. Na sequência, “Well of Despair” soca seu baço e cospe na sua cara através do alto-falante desse seu som podre (você fala que tem uma vitrola e fica mostrando uns LP’s pra contar vantagem, mas todo mundo sabe que você não tem porra nenhuma), em uma faixa repleta de riffs rápidos e brutais, acompanhados de outra ótima performance do homem das baquetas Dustin Boltjes, enquanto os membros fundadores e guitarristas Nate “N8 Feet Under” Garnette e Scott Hendrick rasgam seus instrumentos com proficiência. Na parte média da canção podemos claramente ver a influência Thrash da banda, o que faz da paulada uma ótima pedida, bem diversificada e divertida. “Black Waters” é a faixa mais ‘groove’ de todas, e enquanto é rápida e agressiva na mesma medida que as demais, é também muito singular; o principal motivo disso é a mixagem de som diferente adotada aqui, com as linhas de baixo de Evan Linger soando mais altas e poderosas. “Red Death, White Light” fecha a porradaria com impressionantes 07:12 minutos de duração, ilustrando bem a influência dos caras por bandas como o Amon Amarth, basicamente na construção dos riffs e na atmosfera mais épica. 

Há um pouco de tudo no som do Skeletonwitch, de Goatwhore e Battlecross à The Black Dahlia Murder e Exmortus, então se você não é familiarizado com o som dos caras mas curte as bandas que citei acima, pode ouvir sem medo. The Apothic Gloom consegue se manter bem no mar de bons lançamentos desse ano, e enquanto o Skeletonwitch poderá nunca mais chegar ao nível de qualidade que vimos da banda em Beyond the Permafrost, os caras da pequena cidade de Athens com certeza vão continuar lançando boa música por muitos anos. 

Nota: 7.5


Integrantes:

Nate "N8 Feet Under" Garnette (guitarra)
Scott Hedrick (guitarra)
Evan Linger (baixo)
Dustin Boltjes (bateria)
Adam Clemans (vocal)

Faixas:

1. The Aphotic Gloom
2. Well of Despair
3. Black Waters
4. Red Death, White Light

Por Bruno Medeiros
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