Trinca de Ases: Havok


Com a chegada de uma nova geração extremamente talentosa, capaz  de apresentar excepcionais novas bandas e lançar grandes trabalhos, temos ao mesmo tempo muitos medalhões do estilo  voltando a empolgar. Juntamente com os nomes mais recentes, os grandes ícones também vem compondo registros repletos de referências as suas melhores fases e talvez seja este, o principal motivo para o inquestionável auge que o Thrash Metal vive desde a virada do século.

Com esta união entre o “velho” e o novo, o estilo é nos dias de hoje, um dos subgêneros mais cultuados de todo o Metal. É claro que não podemos nos esquecer que o Thrash passou pela década de 90 com seus maiores representantes lançando discos mais amenos e alguns, experimentando sonoridades bem diferentes das mostradas em seus clássicos dos anos 80. Foi apenas a partir do ano 2000, que o gênero finalmente amadureceu e voltou empolgar.

De toda esta nova e promissora safra, uma banda que desde o início me chamou a atenção é o Havok. Formado em 2004, natural dos Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Denver, Colorado, o grupo vem cravando seu nome como um dos principais destaques da cena e conquistando cada vez mais fãs ano após ano.


A banda possui total inspiração nos grandes nomes que ajudaram a moldar o estilo em seu surgimento e conseguem trazer com muita competência, toda essa influência de uma forma bem moderna. Mesmo com todos estes elementos mais atuais, jamais deixam de soar “old school” e cada um dos seus discos, mostra grande evolução, com características marcantes e uma musicalidade bem definida.

A discografia desta grande revelação estadunidense é uma prova irrefutável de que o Metal não vive apenas de bandas formadas na década de 80. Qualquer ouvinte desavisado que por ventura ainda tenha dúvidas sobre a competência desta mais nova geração, certamente irá se surpreender com a qualidade, técnica e criatividade contidas nos três álbuns do grupo. Pra quem ainda não conhece, estes são OS DISCOS a serem ouvidos:

“Burn” (2009)

Álbum de estréia. Uma verdadeira viajem ao mais puro Thrash Metal oitentista. Músicas cheias de viradas repentinas, riffs marcantes, solos muito bem elaborados e os vocais de David Sanchéz, que caem como uma luva na sonoridade da banda.

Faixas como “The Root Of All Evil”, “Morbid Symmetry”, “Category Of The Dead” e “Afterburner” caíram imediatamente nas graças de todos os apreciadores do estilo e transformaram o grupo na mais nova promessa do Metal.



“Time Is Up” (2011)

Sem dúvidas, trata-se de um dos trabalhos mais inspirados apresentados nos últimos anos e inclusive, na humilde opinião deste redator, “Time Is Up” pode até mesmo ser considerado um novo clássico do Thrash.

Sendo uma evolução natural do debut, mas com uma inspiração e criatividade muito acima do esperado, o que chama a atenção é a capacidade do grupo em compor riffs grudentos e tecer canções à moda antiga, em que com poucas audições, solos, refrões e passagens se tornam marcantes e se fixam com facilidade no subconsciente do ouvinte.

Indico a audição cuidadosa do trabalho como um todo e destaco algumas faixas que, sem dúvidas, se tornaram indispensáveis nos “set lists” do grupo. “Fatal Intervention”, “D.O.A.”, “Covering Fire”, “Killing Tendencies” e a faixa título “Time Is Up”, são ótimos exemplos de músicas que tem tudo para ser chamadas de hinos do estilo em poucos anos.



“Unnatural Selection” (2013)

Para muitas pessoas, o terceiro álbum é o que marca a consolidação de uma banda. Se esta afirmação realmente é verídica, podemos afirmar que o Havok passou no teste com louvor e se firma na cena Thrash com possibilidades reais de alçar vôos mais altos.

“Unnatural Selection” apresenta todas as principais características dos dois registros anteriores e ainda consegui dar mais um passo. O disco mostra uma nova faceta da banda, onde canções mais cadenciadas e grudentas, que acrescentam ainda mais elementos a sonoridade encorpada do quarteto.

“Worse Than War” e “It’s True” são provas desse amadurecimento, enquanto “Give Me liberty, Or Give Me Death”, “Unnatural Selection” e “I Am The State”, mostram o Thrash rápido, cortante e habitual do grupo, fazendo com que o trabalho mantenha o nível de qualidade apresentado até o momento, em todos os seus lançamentos.




Este ano, o novo álbum da banda será lançado. Aguarde, pois mais Thrash Metal de qualidade vem aí!

por Fabio Reis


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...