Hangar 110 - São Paulo – 29/07/2016
Na última sexta-feira do mês de julho, a banda de Death/Thrash Metal Voodoopriest realizou um show esmagador, ao lado das bandas Black Laguna e Ancesttral, na casa de shows Hangar 110, localizada na região do Bom Retiro, em São Paulo. Ainda que tenha sido um evento marcado por poucos presentes, Vitor Rodrigues (ex-Torture Squad) e sua trupe não deixaram pedra sobre pedra e realizaram uma apresentação poderosa e irrepreensível.
Os portões da casa se abriram às 19h e pouco depois, o evento teve início com a banda Black Laguna, que executa um competente Southern/Groove Metal. O grupo foi fundado em 2012 e conta com um EP lançado em 2014, o autointitulado “Black Laguna”. A banda realizou uma apresentação coesa e que serviu como um breve aperitivo para o que estava por vir no decorrer da noite.
A banda seguinte foi o Ancesttral, grupo de Thrash Metal com fortes influências de Heavy Metal tradicional formado em 2003 e que no momento divulga o seu mais recente trabalho, “Web of Lies”, o segundo álbum de estúdio dos músicos, lançado em 15 de julho desse ano. O repertório apresentado foi focado principalmente nas composições do novo disco, porém também contou com canções mais antigas e o show em si foi bem executado e interessante. Aliás, um ponto bem interessante a ser ressaltado acerca do grupo é o fato dele seguir uma linha de Thrash mais melódica, o que é no mínimo bem interessante, tendo em vista que, nessa onda de bandas novas do estilo, a grande maioria opta por executar um som mais veloz, cru e agressivo.
Algum tempo depois, é hora da atração principal subir ao palco: Voodoopriest, uma das melhores bandas do cenário atual do Metal nacional. Uma introdução ecoa pela casa e sem muita demora, entram em cena os riffs certeiros de “Dominante and Kill”, a faixa de abertura de “Mandu”, o primeiro álbum de estúdio da banda, lançado em 2014. A música é recebida com muito gosto pelos presentes, que cantam e “bangueiam” com muito gosto.
O que dizer a respeito de Vitor Rodrigues? É um frontman nato, dono de uma presença de palco absurda e qualquer elogio para esse músico é pouco. A destreza que o mesmo possui de transitar seus vocais de linhas rasgadas e agudas para guturais graves e potentes é absurdamente insana. E o que falar dos demais integrantes da banda? A dupla de guitarristas César Covero e Renato de Luccas é perfeita e a “cozinha” de baixo e bateria, encabeçada respectivamente por Bruno Pompeo e Edu Nicolini é entrosadíssima, jamais desapontando.
O show prossegue com a segunda faixa de “Mandu”, “Religion in Flames”, seguida das matadoras “Aftermath of a Mass Suicide” e “Kamakans”, do EP autointitulado de 2013. Igualmente furiosa e viciante, “Eye For an Eye” faz com que o público continue agitando intensa e ininterruptamente. Os músicos fazem uma breve pausa e então Vitor anuncia que irão tocar a faixa título do debut da banda. Eis que todos ovacionam “MANDU!”. É muito interessante a atmosfera que essa composição possui ao vivo. Ainda que o público fosse muito pequeno, o carismático vocalista agradeceu a presença de todos e pelo apoio ao Metal brasileiro, além de dar uma leve “alfinetada” naquelas pessoas que preferem ficar em frente ao computador a prestigiar bandas nacionais.
Sem perder tempo, ainda fomos brindados com “Warpath” e “Swallowed By the Waters”, duas porradas capazes de devastar pequenos vilarejos com seus arranjos descomunais. A destruição prossegue com a estrondosa “Reborn” e chega ao fim de forma apoteótica com o hino “Juggernaut”, que encerra a apresentação e deixa aquele gostinho de “quero mais!”.
Durante todo a apresentação, Vitor e cia. demonstravam estar bastante animados, sempre interagindo com a plateia, seja com gestos ou palavras, demonstrando uma imensa empatia com todos. Por mais que a casa estivesse relativamente vazia, não há como negar a qualidade das apresentações realizadas pelas três bandas. Eventos como esse provam mais uma vez que o cenário de bandas nacionais é realmente muito poderoso e não fica devendo absolutamente em nada com relação a atrações internacionais. Tudo bem, isso pode soar extremamente manjado e clichê, porém é um fato que não pode ser contestado. É uma realidade e que muitos eventos como esse continuem ocorrendo. Os fãs da música pesada agradecem!
♫ “Arising to destroy
Commanding destruction
Unmerciful machine
Massive bloodshed
Jug-ger-naut
Juggernaut
Termination time is now" ♫
Integrantes:
Vitor Rodrigues (Vocal)
César Covero (Guitarra)
Renato de Luccas (Guitarra)
Bruno Pompeo (Baixo/Vocal de Apoio)
Edu Nicolini (Bateria)
Setlist:
01. Intro
02. Dominate and Kill
03. Religion in Flames
04. Aftermath of a Mass Suicide
05. Kamakans
06. Eye For an Eye
07. Mandu
08. Warpath
09. Swallowed By the Waters
10. Reborn
11. Juggernaut
Texto e imagens por David Torres