Fanatismo no Metal


No dicionário, a palavra fanático quer dizer: aquele que se mostra excessivamente entusiástico, exaltado, de uma devoção quase sempre cega; um apreciador apaixonado. 

Já fanatismo tem o sentido de: faccionismo partidário; adesão cega a um sistema ou doutrina; dedicação excessiva a alguém ou algo; 
paixão.

A música como forma de arte desperta diversos tipos de sensações e sentimentos nas pessoas. O Heavy Metal em específico, é absolutamente apaixonante e por possuir uma exorbitante quantidade de padrões musicais, faz com que as pessoas tenham diferentes percepções sobre uma mesma canção ou álbum.A questão mais importante e que precisa ser entendida, é que tudo relacionado a música é unica e exclusivamente definido por opiniões, simples assim. Os gostos são pessoais e a única verdade que pode ser considerada absoluta é que não existe bom ou ruim, existe preferência.

Muitos entendem este conceito e fazem com que as discussões sobre Heavy Metal se tornem experiências extremamente agradáveis. Cada indivíduo é capaz de dissertar sobre as suas impressões pessoais e analisa seus discos ou bandas favoritas, fazendo com que aconteça uma verdadeira troca de conhecimentos e informações. 

A experiência de debater e opinar sobre o gênero musical que amamos quase sempre dá errado quando as duas palavras que iniciaram este texto se fazem presentes. O FANATISMO por medalhões do Metal geralmente faz com que diversos fãs FANÁTICOS se unam para defender uma visão distorcida. A argumentação é cega, sem ponderação e baseada apenas na paixão, simples opiniões são transformadas em argumentos irrefutáveis e quem ousar não concordar, é atacado e ridicularizado.


Diversas bandas são conhecidas por possuírem fãs fanáticos e tais pessoas são as responsáveis por idolatrar e elevar integrantes de grupos à uma posição intocável onde os músicos são colocados acima do bem e do mal. 

O fator que deveria ser a total prioridade quando o assunto é Heavy Metal, a música, acaba ficando em segundo plano. Manowar, Iron Maiden, Angra, Megadeth, AC/DC, Sepultura, Kiss e claro, a bola da vez, o Metallica, são alguns dos gigantes que possuem milhares de seguidores e basta que lancem uma mera nova canção, para que o mundo do Metal se transforme numa guerra sem fim.

Nada é mais chato e desagradável que um fã fanático querendo transformar a sua verdade em regra para todos. Esse tipo de pessoa acaba perdendo o foco e deixa de ser um amante do Metal como um todo, passando a ser um mero ufanista defensor de apenas alguns poucos artistas ou bandas, não consegue ou não quer analisar com imparcialidade, prefere encontrar desculpas e inventar teorias fantásticas para que seu amor cego possa ser justificado.

Não quero aqui tentar impedir ninguém de possuir os seus ídolos ou ter uma banda do coração, muito longe disso, tenho as minhas preferências também, mas gosto de deixar essa paixão restrita apenas à música e analisar cada álbum lançado. Se me agrada eu elogio, se não me agrada eu crítico e exponho os motivos pelos quais não gostei, as histórias das grandes bandas devem ser respeitadas, mas não é por que possuem um passado brilhante que o atual momento deve ser tratado como se o grupo ainda estivesse em seus dias de glória, muitas vezes não estão. É claro que pensando dessa forma, voltamos ao fator gosto pessoal e de repente, o último álbum do Iron Maiden ou a música nova do Metallica podem ser pra você, tão bons quanto o que as bandas lançaram no passado, o erro é querer transferir essa impressão aos outros em forma de decreto.


Alguns dos argumentos mais utilizados pelos fanáticos, são os pífios e enfadonhos "Faça melhor ou cale-se" e o "Nunca tocou um instrumento e quer falar mal". Seguindo esse raciocínio "super lógico", não posso reclamar do sabor do pão que compro, pois não sou padeiro e não sei fazer pão. Não posso achar um slogan ruim pois nunca estudei propaganda e marketing. Não devo me inconformar com o péssimo atendimento de um médico, afinal o que eu sei sobre medicina? Aliás, por que eu compro CD's e escuto música? Se apenas quem faz melhor ou toca algum instrumento pode tecer críticas, qualquer banda que ouço deveria ser ótima, não?

Esta semana, com o lançamento da nova música do Metallica, as opiniões se dividiram como era previsto e nas rodas de discussões, redes sociais e fóruns de debate, a canção foi e ainda é o assunto do momento. Obviamente, se tratando do quarteto estadunidense, os fãs se dividem em uma relação de amor e ódio. 

A banda possui uma trajetória muito bem sucedida, é uma das maiores (senão a maior) comercialmente e possui álbuns que são clássicos absolutos do Metal,  porém muitos headbangers não superaram a drástica mudança de musicalidade dos anos 90 e o grupo perdeu enorme prestígio entre esses fãs. Em contrapartida, existem aqueles que amam tudo que a banda toca, fala e faz. 

O que deve ficar claro, é que qualquer artista, por mais influente e relevante que possa ter sido no passado, nunca estará acima de críticas, elas sempre virão, impiedosas e ácidas, assim como os elogios.

Pessoal, precisamos entender que o Heavy Metal é "apenas" um gênero musical, não estamos em um estádio, torcendo fanaticamente por um time de futebol e fazendo parte de torcidas organizadas, onde quem não está conosco é automaticamente um inimigo em potencial. Ame, odeie, ache bom ou ruim, emita opiniões, critique, ressalte, debata... tudo é válido quando se tem em mente que a sua opinião não é a única e todas as outras também merecem respeito. 

Lembre-se, qualquer tipo de fanatismo é burro. 

Qualquer um! 

por Fabio Reis

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