Conheça Ced - Um dos maiores músicos da atualidade


Eu nunca imaginei que um dia pagaria pau pra uma criatura de apenas 26 anos, principalmente agora que vou lá com meus cinquenta e quase hora da morte anos.

Vira e mexe vejo caras e mais caras dizendo com uma prepotência sem tamanho e um mínimo de conhecimento de causa que o metal está morto, que não existe nada de bom, de novo, de atual, de complexo, de inovador e mais um monte de bostas que esses tantos ignorantes insistem em pregar mundo afora como se fosse uma religião antiga, morta nos old 80's, mas viva na memória de saudosistas amargos por terem suas vidas insignificantes caminhando ao epitáfio sem nexo e sem propósito racional.

Saibam, pois, que o metal não morreu e preservar-se-á vivo por muitos anos ou, até mesmo, décadas, em virtude da existência de algumas mentes brilhantes, totalmente desgarradas de rótulos, tendências, linhas de composição ou a porra que seja que venha dessa legião de cagadores de regras que habitam as profundezas do inferno metal e que, vez em quando, submergem de suas existências pífias para expor seus pensamentos e atitudes retrógrados em detrimento ao próprio pensamento lúcido e da ambiguidade lúdica.

Uma dessas mentes iluminadas que reina no universo metal, mas pouco comentada, em consequência dos narizes torcidos e olhos cerrados dos intolerantes conservadores da "cena", é, sem dúvida alguma, Cederick Forsberg ou, simplesmente, CED. Nascido aos 10 de julho de 1989, na sueca Sandviken, ele tem estado presente em muita coisa fodasticamente fodida em toda sua fodacidade e fodeza surgida nos últimos 5 anos.


O menino tem sob sua batuta nada mais, nada menos que 5 bandas maravilhosamente estupendas, de vertentes diversas:

BLAZON STONE: chamada de Running Wild genérico, mas que de genérico não tem nada, é coisa de qualidade estritamente específica, música de primeiríssima linha, conduzida por componente 100% ativo da nobre liga cúbica de corpo centrado (aço). São 2 álbuns onde ele faz tudo, exceto cantar, o que deixa a cargo do excelente Erik Nordkvist (da obscura Assaultery) no magnífico “Return to Port Royal” de 2013 e do também soberbo búlgaro Georgy Peichev, (oriundo das bandas de thrash “Mosh Pit Justice” e “The Outer Limits”, ambas da Bulgária) no magistral “No Sign of Glory”, do ano de 2015.

BREITENHOLD: Um luxo de speed/power sueco com 2 álbuns lançados consecutivamente, “Secret Words” em 2014 e “The Inn of Sorrowing Souls” em 2015. O que Ced faz nesses 2 álbuns? Absolutamente tudo! Breitenhold é uma das tantas One Band Man de valor imensurável e que tanto está em moda nos tempos atuais. Quem não conhece essa belezura que busque conhecer.

CLOVEN ALTAR: É uma banda de heavy/power que no curto espaço entre 2014 e 2015 lançou um EP e um full lenght, ambos magníficos. O modernoso que não é chato, o clichê que respeita as origens e não soa repetitivo. Pelo nome sugestivo percebe-se que Ced busca inspiração num vasto amálgama de vertentes.


Mas essa busca incansável, na verdade, se baseia num sem número de bandas, seja old school ou atual, mainstrean ou underground. O garoto é, essencialmente, um pesquisador. São riffs dos mais grudentos, solos complexos e apaixonantes, variações de bateria, baixo comandando a cozinha no volume exato da proposta da banda e os vocais por conta do metalcore yankee Dustin Umberger, da extinta “Oubliette”.

LECTOR: é uma mistureba heavy/death/power/doom de encher os olhos e ouvidos. Uma grata surpresa da música feia (na verdade essa porra é linda demais). Aqui ele divide as tarefas e apresenta-se apenas no comando da cozinha (baixo e bateria), deixando guitarras e voz para o desconhecido (muito mais ainda que o próprio Ced) Robbin, também sueco. Deem-se a oportunidade! Vale a pena. “Bubonic Dawn” é o único registro, datado de 2014.

MORTYR: Thrash/speed, senhores. De fino trato, por sinal. Ced está completamente transtornado nesse trabalho. É uma porradaria assustadora na bateria, riffs complexos e grudentos, solos acachapantes, baixo vigoroso e ainda conta com o vocal do insano, ensandecido Jank, mais um desconhecido (sei lá de onde ele tira esses porras pra comporem seus projetos).

ROCKA ROLLAS: Dessa a maioria já ouviu falar (mas tenho quase certeza que pouquíssimos reservaram um tempinho pra um teaser sequer da banda).

Sem dúvidas é o melhor trabalho de Ced. Um power/heavy vigoroso, exato, emocionante.


Após uma demo promocional em 2011 onde ele faz exatamente tudo, no mesmo ano, acompanhado de Josef (???), Ced apresenta ao mundo o esplendor, de tão virtuoso, “The War of Steel Has Begun”. Um álbum perfeito, obra óbvia de uma personalidade perfeccionista e isso, imediatamente, chamou a atenção do mundo.

2012, o EP “Conquer”;

2013, mais um full, “Metal Strikes Back”, Joe (???) nos vocais ;

2014, outro full, perfeito como os anteriores, “The Road to Destruction”, a partir desse álbum a banda conta com lineup completa;

E pra concluir a magnitude da obra de um gênio, em 2015, outra cacetada virtuosa: “Pagan Ritual”. O título do álbum sugere algo conhecido aos senhores? Pois é! Obra do senhor Ced.

Além de tudo isso, Ced atua como baterista nos lives de 2013 do Steelwing, outro magnífico grupo da nova safra sueca (o bagui lá é loko e amplo); auxilia nos vocais da Starblind (mais uma belezura sueca); é produtor da banda de death metal Corrosive Carcass, também de lá e responsável pelas mixagens da grindcore Infanticide e da thrash polonesa Raging Death.

Querem alguém mais eclético que Ced? Tá pra nascer ainda. Acredito eu que ele seja o mais novo Midas Touch do metal ou o verdadeiro Midas da NWOTHM.

por Luís Henrique Campos

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