Entrevista: Woslom


Mantendo a tradição de sempre revelar nomes de respeito no Thrash Metal, o Brasil nos últimos anos apresentou um grande número de bandas no estilo, bandas ótimas e capazes de se destacar mesmo com as excelentes revelações internacionais. Certamente o Woslom é um dos melhores grupos desta safra e em 2016, chega ao seu terceiro trabalho de estúdio, um disco excepcional e com condições de ser equiparado a qualquer lançamento do gênero no ano.

"A Near Life Experience" consolida a banda como uma das principais do país e apresenta composições com alto grau técnico e criativo. Conheça um pouco mais sobre a trajetória do grupo através desta entrevista feita pelo redator Fabio Reis para o nosso blog.

Boa Leitura!


1 - Primeiramente, gostaria de registrar o meu apreço pela sonoridade de vocês, na minha opinião, uma das melhores bandas de Thrash Metal da atualidade e com uma discografia absolutamente perfeita até o momento, parabéns! 

Minha primeira pergunta é referente a distância entre o ano que marca o início das atividades do grupo, 1997, e o lançamento do primeiro álbum, 2010. Quais os fatores que impediram o Woslom de lançar seu álbum de estréia mais cedo?

Fernando: Obrigado pelas palavras. Bem, nós costumamos dizer que a banda iniciou-se mesmo em 2010 quando realmente decidimos fazer algo mais sério e sólido. Em 97 éramos apenas colegas de escola, eu (Fernando Oster) e o Chico (Francisco Stanich). Tivemos muitas mudanças de formação ao longo dos anos. Quando resolvemos realmente gravar o primeiro álbum, decidimos em manter o nome pois era um nome único criado por nós lá no passado. Então respondendo a sua pergunta, quem impediu de lançarmos o primeiro álbum antes fomos nós mesmos.

2 - "Time to Rise" (2010) foi muito bem recebido pela crítica e três anos depois, vocês lançaram "Evolustruction"(2013), outro disco muito elogiado. A banda acaba de lançar "A Near Life Experience"(2016) e novamente sobram ressalvas positivas ao trabalho executado. Como vocês se sentem vendo os álbuns de vocês sendo tão elogiados pela crítica?

Rafael: No Brasil, as dificuldades para se conseguir as coisas são imensas, então tudo é feito com muito esforço e dedicação. Anos de estudo em música e aprimoramento de nossos instrumentos são investidos para tentarmos proporcionar sempre o melhor. É um amor verdadeiro que temos pelo Heavy Metal, e termos esse retorno positivo do público e da mídia especializada sobre nossos discos nos honra demais. Agradecemos muito esse carinho e esperamos nos manter firmes nessa longa jornada em busca pelo melhor.


3 - "A Near Life Experience" é certamente um dos grandes discos do ano. Conte-nos um pouco sobre o processo de composição do álbum.

Rafael: Geralmente sou eu quem traz o embrião da canção (riffs e as idéias de harmonias sobre versos e refrões), pois os caras confiam bastante em mim para essa função. Posteriormente, filtramos as melhores idéias e trabalhamos na pré-produção. É legal dizer que as letras e temas são compostos por último no processo, mas nesse terceiro álbum, muita coisa surgiu antes e tivemos uma participação muito forte de todos, o que na minha opinião nos deu o melhor álbum até o momento.

4 - Percebo que a divulgação do novo trabalho tem sido bem forte e intensa. Vocês são assessorados pela Metal Media e o disco foi lançado pela Shinigami Records. Qual a importância desses dois nomes no notório crescimento da banda?

Fernando: A Metal Media está conosco desde o inicio, no lançamento do Time to Rise, já é uma parceria de longa data. Nós temos a nossa forma de trabalho e ela se encaixa perfeitamente na forma como a Assessoria trabalha também. Já a Shinigami veio agora no ultimo trabalho. Os dois primeiros nós optamos por um lançamento totalmente independente, porém nunca conseguimos dar foco em uma distribuição no território brasileiro. Então nós buscamos a Shinigami para fazer essa parte que nós não conseguíamos fazer direito. E tanto pra nós quanto pra eles tem sido muito bom.

5 - O Woslom fez três turnês européias e uma sul americana, qual o saldo que tiraram dessas excursões? Como sentem a recepção ao som de vocês e ao das bandas brasileiras internacionalmente?

Fernando: A nossa proposta sempre foi tocar o máximo possível, somos uma banda de palco e estrada, nós queremos levar nosso som aonde for possível e interagir diretamente com a cena. E claro, quanto mais ativo você for, mais coisas acontecem pra você, então sempre que for possível nós vamos excursionar por ai. O Brasil é muito respeitado lá fora e isso é devido ao Sepultura sem dúvidas. Então os headbangers acabam se interessando muito por conhecer bandas brasileiras pois sabem que aqui existe uma grande cena e um amor incondicional ao metal. E claro, o brasileiro por si só já é muito bem recebido em qualquer lugar e isso acaba sendo algo muito legal por onde nós passamos.


6 - É notória a dificuldade que as bandas brasileiras enfrentam e apesar de perceber uma melhora nos últimos anos, ainda está muito longe do ideal. Qual a maior dificuldade que vocês encontram no nosso underground hoje e quais os fatores que podem apontar como os que impedem um grupo de crescer?

Rafael: A dificuldade hoje para as bandas na minha visão se baseia nas novas tendências surgindo e não sabermos o que fazer quanto a isso. Formatos clássicos como apresentações ao vivo passam por mudanças com o aumento gritante de pessoas com acesso a internet na palma de suas mãos, e isso se torna um grande desafio para artistas independentes. Penso que prosperar nesse meio seja fruto de trabalho constante, planejamento e organização interna.

7 - Quais as bandas que mais influenciaram a sonoridade do Woslom?

Silvano: Com certeza todas as bandas de Thrash da Bay Area, como Metallica, Slayer, Megadeth, Testament, Exodus, Death Angel etc. Esses nomes influenciaram diretamente no som do Woslom, pois são bandas que temos o apreço em comum. Sem falar no Thrash Alemão, na nova geração do Thrash e também indiretamente as influências pessoais, como Motörhead, Iron Maiden, Mercyful Fate, entre muitas outras.


8 - Nos dois primeiros álbuns, vocês gravaram alguns vídeo clipes (ótimos por sinal), neste novo disco disponibilizaram duas faixas no canal oficial do Youtube, "Underwold Of Agression" e "Lords Of  War", existe a intenção de gravar um vídeo? Por que?

Silvano: Sim, inclusive estamos trabalhando nisso e muito em breve será lançado! Adianto que neste clipe traremos algumas imagens da nossa última turnê na Europa, com isso esperamos compartilhar as experiências que estávamos vivenciando em outros países. Por sermos uma banda underground, acreditamos que a maior forma para atingirmos o público, é divulgando nosso trabalho na internet. Sendo assim é essencial que tenhamos o vídeo clipe como mais uma ferramenta de divulgação.




9 - Como o Woslom enxerga a questão dos downloads e streamings? Realmente prejudica ou pode ser usado como um mecanismo de divulgação, o grupo está adaptado a essa “nova” realidade?

André: Nossa opinião sobre downloads é saber que hoje em dia é uma forma muito utilizada por essa nova geração, temos que estar sempre atualizados e disponibilizar todo tipo de material para divulgação sem julgar a maneira utilizada. Na verdade não nos prejudica, pelo contrário, cada vez mais pessoas conhecem nosso trabalho e isso é ótimo.

10 - Recentemente vocês fizeram alguns shows importantes, foram destaque no projeto Rock na Praça e tocaram ao lado do Angelus Apatrida em São Paulo. Conte-nos um pouco sobre estes momentos.

Silvano: O Rock na Praça foi uma iniciativa do Fabrício Ravelli, que faz com que esse evento cresça cada vez mais e traga o público para prestigiar ótimas bandas, com uma ótima estrutura e o melhor, de graça. Ele está ajudando para que a cidade tenha cada vez mais eventos como este e enraíze a cultura do Rock e Metal em São Paulo. O Rock na Praça foi um show marcante, pois tocamos para um público enorme na frente da galeria do rock, lugar mais do que especial para todo headbanger e tivemos uma ótima recepção. O show do Angelus Apatrida foi excelente, pois abrimos para uma banda da nova geração do Thrash, que gostamos demais. E agora em Setembro tocaremos no Maximus Festival que promete muito!!!

11 - Uma curiosidade minha, de onde vem e o que significa o nome Woslom? 

André: Woslom vem de um som que foi ouvido num ritual de iniciação. Ops não podemos falar sobre isso, risos.

12 - Espaço livre para que deixem um recado aos amigos e fãs.André: Gostaríamos de agradecer à todos amigos que tem nos ajudado. Se você conhece alguém que nunca ouviu o Woslom, ou nunca foi à algum concerto nosso, nos ajude apresentando nosso material. Obrigado a você Fabio Reis pelo espaço cedido para essa entrevista e por todo suporte. Esperamos encontrar todos vocês por aí!


O Woslom hoje é formado por:

Silvano Aguilera (vocal e guitarra)
Rafa Iak (guitarra)
Andre Mellado (baixo)
Fernando Oster (bateria)

Conheça algumas das mais marcantes composições pertencentes aos registros anteriores:









por Fabio Reis

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