Os dez melhores discos da nova safra do Thrash (Parte 1): Havok - "Time Is Up" (2011)


Não poderia começar esta série de resenhas senão com este trabalho dos estadunidenses do Havok. Uma das bandas pertencentes a nova geração do Thrash e que além de soar old school, possui uma série de características que merecem ressalva.

Se o amigo leitor é fã do estilo, mas ainda não ouviu a musicalidade do quarteto oriundo da cidade de Denver, Colorado, o primeiro elemento que irá chamar a atenção será a forte influência das bandas da Bay Area de meados da década de 80. O mais legal nisso tudo é que apesar dessa referência, o grupo não soa como uma cópia de nenhuma delas e apresenta um som bem original, tanto com relação a construção das faixas como também no que se refere aos riffs, solos e refrões. 

O Havok nasceu em 2004 e este "Time Is Up", é o seu segundo registro oficial, para a maioria dos fãs é também a sua obra prima, impecável do início ao fim e repleto de canções marcantes, o disco  se destacou até mesmo em meio aos ótimos trabalhos que vem sendo lançados pelos medalhões do estilo.

Há uma infinidade de novos nomes do Thrash, porém poucos conseguem a diversidade do Havok. Suas composições possuem como principal característica, soar extremamente diferentes entre si e aquela sensação de estar escutando um disco com uma única faixa contínua é absolutamente inexistente. As mudanças rítmicas e os riffs elaborados, trazem de volta aquele fator que as bandas antigas usavam e abusavam, onde após ouvir poucos segundos de alguma composição, sabíamos quem era o artista, qual a música e o disco, esse é um diferencial importante e que poucos grupos conseguem atualmente.


Sobre as faixas de "Time Is Up", temos um trabalho altamente empolgante desde a abertura com "Prepare For Attack" até o encerramento com a música que dá nome ao álbum. Para destacar algumas composições, precisarei usar além de critérios técnicos, o meu gosto pessoal, já que o disco é homogêneo e qualquer canção citada poderia ser mencionada como destaque tranquilamente.
Citarei apenas quatro momentos do álbum, pois acredito que são os capazes de resumir toda a proposta da banda. São eles:

"Fatal Intervention": Uma canção direta, com ótimos riffs, andamento acelerado, um refrão grudento e com uma das principais características da banda: solos marcantes, daquele tipo que você "canta o solo" e dessa forma, fugindo das fritações e exibicionismo exacerbado. Um ótimo cartão de visitas.

"D. O. A.": Esta considero não apenas a melhor faixa do álbum, como uma das melhores de toda a carreira da banda. Com um início arrebatador que conta com um solo em dueto de David Sanchez e Reece Scruggs e um andamento bem cadenciado, a composição vai se desenvolvendo até chegar em seu clímax, com breques certeiros, riffs cavalgados e explode num final a lá Slayer, com andamento rápido e vocais viscerais, transformando os momentos finais em insanidade pura.

"Covering Fire": A típica música de Thrash Metal, uma porrada do início ao fim, mostrando que o grupo faz jus ao título de old school e sabe conceber também ótimos clichês do estilo. Uma das preferidas dos fãs nos shows. Indispensável.

"Killing Tendencies":  Cadenciada, com um refrão pra lá de grudento, mostra mais uma faceta do grupo. As linhas de guitarra são excelentes e a capacidade de criar harmonias de fácil aceitação sem fugir da principal proposta é outro elemento interessante na musicalidade do Havok.

Sou um admirador assíduo desta nova safra do gênero e a esta pérola do estilo, se fosse dar uma nota, certamente seria 10 pelo conjunto da obra. Indico também a audição dos outros dois registros, "Burn" (2009) e "Unnatural Selection" (2013), ambos excelentes. 

Atualmente, o grupo se encontra produzindo e gravando seu mais novo trabalho, ainda sem nome, mas com previsão de lançamento para o final do ano. Certamente, um dos discos mais aguardados 2016 e provavelmente, o que estabelecerá de vez o Havok como um dos grandes nomes do Thrash Metal contemporâneo.

Na segunda parte desta série, teremos Metal brazuca, aguardem!

Integrantes:

David Sanchez (vocal e guitarra)
Reece Scruggs (guitarra)
Pete Webber (bateria)
Nick Schendzielos (baixo)

Faixas:

1. Prepare For Attack
2. Fatal Intervention
3. No Amnesty
4. D.O.A.
5. Covering Fire
6. Killing Tendencies
7. Scumbag In Disguise
8. The Cleric
9. Out Of My Way
10. Time Is Up

por Fabio Reis

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