Algumas bandas de Metal se destacam por possuir um estilo bem definido, onde repetem uma mesma fórmula ao longo de toda a sua carreira, conquistando fãs fieis que ficam satisfeitos com cada disco que traz aquele "mais do mesmo" de sempre. Isso é um fato e longe de ser uma crítica, afinal muitas vezes, o gênero não necessita de nenhuma inovação para ser competente e atrair o interesse do público.
É claro que nem todos os grupos se satisfazem com essa proposta e por isso, existem aqueles que são conhecidos por não se apegar a rótulos. Tais nomes são caracterizados por proporcionar mudanças acentuadas em sua musicalidade e não se importar em arriscar, surpreendem o ouvinte com álbuns diferenciados e muitas vezes, experimentais. É claro que nem todas as vezes acertam no alvo, porém sem dúvidas, são consideradas bandas diferenciadas.
Sobre o Vektor, me vejo na obrigação de encaixar o grupo naquele caso raro que transcende as classificações. É uma banda marcada por características ímpares e dificilmente poderá ser associada a qualquer outra, já que em sua musicalidade, há uma quantidade tão grande de elementos únicos que a única palavra que representa de forma adequada a sua música é: originalidade.
O grupo estadunidense nascido em 2004 na pequena cidade de Tempe, Arizona e atualmente instalado na Philadelphia, é daqueles em que a cada disco lançado, precisamos escutar cada uma das canções atentamente e por inúmeras vezes, tamanha é a quantidade de detalhes que podem passar despercebidos.
Desde os primeiros álbuns, "Black Future" (2009) e "Outer Isolation" (2011), o Vektor apresenta viagens sonoras incríveis e neste terceiro trabalho, o excepcional "Terminal Redux", a história não é diferente. A veia progressiva é tão forte quanto a agressividade imposta pelos elementos do Thrash Metal, que são utilizados sem nenhuma moderação e de uma forma bem peculiar.
Durante todo o registro, temos composições onde ao mesmo tempo em que a brutalidade é uma das principais características, harmonias extremamente complexas e passagens instrumentais inusitadas são frequentes e fazem com que o disco se transforme numa maravilhosa viagem inóspita em direção ao desconhecido. Faixas como "Charging The Void", "LCD (Liquid Crystal Desease)", "Collapse", "Pillars Of Sand" e "Recharging The Void", fazem de "Terminal Redux", um lançamento em que a audição se torna obrigatória a todos os amantes da música extrema de qualidade.
É até desnecessário mencionar que individualmente, todos os músicos se destacam e dominam seus respectivos instrumentos como poucos. A parte rítmica formada pelo baixista Frank Chin e o baterista Blake Anderson é um verdadeiro espetáculo. Viradas, variações e uma precisão absurda, fazem desta cozinha uma das melhores da atualidade. A dupla de guitarristas Erik Nelson e David DiSanto (também vocalista) não deixa por menos e é a responsável por riffs, linhas e solos espetaculares.
Quem já era admirador do Vektor antes de "Terminal Redux", passará a admirar ainda mais e quem nunca deu uma chance para a banda ou simplesmente, nunca havia se deparado com nenhum material do grupo, chegou a hora de conhecer um dos melhores nomes da nova geração do Metal.
Altamente recomendado!
Integrantes:
David DiSanto (vocal e guitarra)
Erik Nelson (guitarra)
Blake Anderson (bateria)
Frank Chin (baixo)
Faixas:
1. Charging the Void
2. Cygnus Terminal
3. LCD (Liquid Crystal Disease)
4. Mountains Above the Sun
5. Ultimate Artificer
6. Pteropticon
7. Psychotropia
8. Pillars of Sand
9. Collapse
10. Recharging the Void
por Fabio Reis