No início dos anos oitenta, o Metal estava se popularizando cada vez mais e ganhando diversas ramificações. Um dos subgêneros que surgiu e se proliferou constantemente na década foi o Thrash Metal, o que não é nenhuma novidade, ocasionando o surgimento de incontáveis bandas, álbuns e trabalhos realmente marcantes nesse estilo musical. Em 1982, formou-se o Destruction, na Alemanha. Com um “line up” encabeçado por Marcel Schirmer (Schmier) nos vocais e no baixo, Mike Sifringer (mais conhecido apenas como Mike) na guitarra e Thomas Senmann (Tommy Sandmann) na bateria, o “Power Trio” de Thrashers germânicos gravou duas “demos”, uma em 1983 e outra em 1984 e, em novembro desse mesmo ano, lançaram o histórico EP “Sentence of Death”. Esse último registro funcionou como um aperitivo saboroso para o que estava por vir no ano seguinte, o clássico e aclamado álbum de estreia do grupo, “Infernal Overkill”.
Produzido pelos próprios integrantes da banda e lançado em 24 de maio de 1985, através da gravadora Steamhammer, “Infernal Overkill” teve a sua arte de capa ilustrada por Udo Linke, que também elaborou capas para as bandas Lethal Aggression e Suckspeed. A seguir, iremos dissecar faixa a faixa desse petardo esmagador de ossos que completou hoje o seu 31º aniversário.
Um “riff” crescente e poderoso, aliado a uma “cozinha” de baixo e bateria mortífera dão início ao álbum com um grande hino, “Invincible Force”. Como se vê, o disco já se inicia “fraquinho”, não?! Logo nos primeiros segundos da faixa de abertura, Schmier profere um agudo ensandecido à lá Tom Araya nos primórdios de Slayer e a partir daí, a pancadaria não tem fim. Palhetadas secas e ríspidas rasgam os alto-falantes com facilidade. O refrão consiste apenas na repetição do título que batiza a composição, entretanto, há um dito popular que alega que “menos é mais” e no caso dessa música, pode apostar que é mesmo! O “Speed/Thrash” de “Death Trap” é algo simplesmente lindo de se ouvir! Os “riffs” são completamente maníacos e aliados às linhas vorazes de bateria e aos vocais sempre rasgados, proporcionam um entretenimento magnífico aos apreciadores dessa sonoridade. Outro hino!
“The Ritual” é a terceira faixa e é, particularmente, a minha favorita do disco. Mais cadenciada, mas tão empolgante quanto as anteriores, é uma composição recheada de “riffs” cortantes e cativantes, além de solos hipnotizantes e recheados de “feeling” em suas notas cruas e viscerais. A seguir, temos outra grande pedrada, “Tormentor”. O engraçado é que durante a década de oitenta, era praticamente um clichê das bandas de Thrash Metal terem alguma música nomeada “Tormentor”, vide Slayer e Kreator (que, aliás, chamava-se “Tormentor antes de mudarem o nome da banda). Essa composição é mais uma vez alucinante e direta ao ponto, sem qualquer tempo para firulas desnecessárias e frescuras chatas.
Outro hino se inicia: “Bestial Invasion”. Dona de um refrão marcante e duro como uma rocha, muito bem acompanhada por “riffs” e solos perversos e poderosos, bem como uma “cozinha” de baixo e bateria maleficamente sincronizada e vocais furiosos e bem encaixados, essa composição já nasceu um clássico! A contagiante instrumental “Thrash Attack” vêm logo em seguida e representa exatamente o que o seu nome é: um legítimo e mortal ataque Thrash Metal! Desafio qualquer admirador do estilo a ouvir essa música sem ao menos “banguear” um pouco. Podem apostar, é uma tarefa mais que árdua, pois cada palhetada te convida a acompanhar o ritmo e o compasso empolgante da faixa. Outra de minhas músicas prediletas dessa obra e certamente um dos muitos destaques desse maravilhoso álbum.
Começando de forma lenta, “Antichrist” traz novamente “riffs” infectantes que não demoram muito para conduzir o ouvinte a mais uma sessão regada a puro caos e baderna musical. Como tudo o que é bom, dura pouco, o álbum se encerra com a ótima “Black Death”, a composição mais longa do álbum, possuindo pouco mais de sete minutos de duração. O que nós temos aqui? A mesma fórmula musical das músicas anteriores do trabalho, contudo, sabiamente utilizada, proporcionando diversão total aos ouvintes e encerrando esse registro de maneira impecável.
Sujo, rápido, dono de uma levada empolgante e energética fortemente influenciada por Venom, “Infernal Overkill” é uma das incontáveis obras primas do Thrash Metal mundial. Cada composição aqui presente vale ouro e influenciou, influencia e sempre influenciará diversas bandas e músicos mundo afora. Um trabalho perfeito e incorrigível, obrigatório na coleção de qualquer “Thrash Maniac” que se preze!
♫ “Hell storms, rush over the earth
Bestial invasion!” ♫
Integrantes:
Marcel Schirmer (Schmier) (Vocal / Baixo)
Mike Sifringer (Mike) (Guitarra)
Thomas Senmann (Tommy Sandmann) (Bateria)
Faixas:
01. Invincible Force
02. Death Trap
03. The Ritual
04. Tormentor
05. Bestial Invasion
06. Thrash Attack
07. Antichrist
08. Black Death
Escrito por David Torres