Suffocation - Pierced from Withim (1995)


20 anos do brutal e técnico “Pierced from Withim”

No Metal, temos bandas que combinam um peso estarrecedor com uma técnica absurda e descomunal com uma facilidade incrível e o Suffocation certamente é uma delas. Hoje, 01 de maio de 2015, não apenas uma, mas duas grandes obras da carreira dos norte americanos fazem aniversário. “Human Waste”, o “EP” de estreia dos músicos, completou hoje o seu 24° aniversário e cheguei a publicar uma resenha comemorativa dissecando essa obra faixa a faixa e agora, irei fazer o mesmo com “Pierced from Withim”, o mortal terceiro trabalho de estúdio desses grandes ícones do Death Metal mundial.

Após terem lançado dois álbuns de estúdios irrepreensíveis e um “EP” de tirar o fôlego, o Suffocation retorna com um registro ainda mais pesado e técnico. “Pierced from Within” foi lançado em 1 de maio de 1995, através da gravadora Roadrunner Records. Produzido por uma das figuras mais carimbadas do Metal Extremo, o excelente Scott Burns (Napalm Death, Terrorizer, Cannibal Corpse) e contando com uma curiosa e extasiante arte de capa concebida pelo finado artista japonês Hiro Takahashi, o álbum é mais um tijolo bem encaixado na invejável discografia do grupo.

A bateria de Doug Bohn e os “riffs” de Doug Cerrito e Terrence Hobbs iniciam o álbum com a arrasadora faixa-título, “Pierced from Withim”, dando início a um espetáculo de técnica e brutalidade sem limites. Nessa faixa de abertura já temos diversos elementos fantásticos e que não decepcionam. Mudanças de andamento bem construídas e nada forçadas, incluindo um trecho bem “Doom” na metade da música que leva qualquer um a “banguear” no mesmo ritmo, solos alucinantes, um baixo pulsante de Chris Richards, além dos tradicionais “death growls” do vocalista Frank Mullen fazem desse som um dos grandes destaques do registro.

O “riff” inicial de “Thrones of Blood” vem logo após, marcando o início da excepcional segunda faixa do álbum. Uma composição mais cadenciada que a primeira, mas ainda trazendo variações de andamento e ritmo bem conduzidas, com uma “cozinha” de baixo e bateria de outro mundo, um trabalho de guitarras fenomenal, incluindo “riffs” e solos magníficos. Pessoalmente, a minha faixa predileta dessa obra. As quatro cordas de Chris Richards introduzem a ríspida “Depths of Depravity”, uma composição que novamente une velocidade, técnica e selvageria de uma forma magistral. Tudo é muito bem conduzido e há “feeling” em cada acorde.


Sem deixar que o ouvinte tenha um segundo de descanso, esses monstros ressurgem com mais uma pedrada impiedosa, “Suspended in Tribulation”. As quebras no ritmo da música simplesmente não param e beiram o sobrenatural. É impressionante a agilidade e a precisão adotada pelos músicos. Nenhum instrumental atropela o outro, por mais brutal que seja o estilo de composição da banda. “Torn into Enthrallment” se inicia de forma lenta e tranquila. Ouvindo a sua introdução, o ouvinte pensa que terá um pouco de paz e calmaria, mas rapidamente “riffs” intensos entram em cena e a faixa se torna cada vez mais agressiva e brutal, retomando o estilo tão característico da banda. Bateria e baixo furiosos, “riffs” e solos certeiros e mais mudanças extraordinárias de andamentos. Mais um grande destaque!

“The Invoking”, a sexta faixa, é mais uma faixa acelerada e carregada de “riffs” e solos cavalares. É impressionante como a banda consegue manter a qualidade das músicas sem decair. Não há como ficar entediado. A excelente regravação para “Synthetically Revived”, presente no “EP” “Human Waste” é outro ponto alto desse trabalho, ganhando uma roupagem nova e ainda melhor. Se a versão original já é excelente, essa aqui é ainda melhor, possuindo um aspecto mais profissional.

Por sua vez, a desumana “Brood of Hatred” em nada deve com as faixas anteriores e novamente traz todos os elementos que o ouvinte deseja escutar, tudo concebido de forma exímia e sensacional. O “gran finale” fica reservado para mais uma excelente regravação, “Breeding the Spawn”, faixa do homônimo segundo álbum da banda, encerrando esse terceiro registro de forma mais que satisfatória.

Sucintamente, “Pierced from Withim” é um grande álbum, com certeza. Há um clima soturno e tétrico que exala em cada faixa e cada composição parece completar a outra. Um trabalho realmente genial, dono de uma qualidade inquestionável e deve ser ouvido por qualquer fã de Metal Extremo que se preze.

Tracklist:

01. Pierced from Within 
02. Thrones of Blood 
03. Depths of Depravity 
04. Suspended in Tribulation 
05. Torn into Enthrallment 
06. The Invoking 
07. Synthetically Revived 
08. Brood of Hatred 
09. Breeding the Spawn

Lineup:

Frank Mullen (Vocal)
Terrance Hobbs (Guitarra)
Doug Cerrito (Guitarra)
Chris Richards (Baixo)
Doug Bohn (Bateria)


Escrito por David Torres

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