Oriundos de Birmingham, Inglaterra, o Benediction é um dos maiores representantes do Death Metal mundial. Nesse ano, a banda completa 26 anos de carreira e em todos esses anos, lançou excelentes e influentes trabalhos e é exatamente sobre isso que irei abordar.
Contando inicialmente com um "line up" encabeçado por Paul Adams (baixo), Peter Rew e Darren Brookes (guitarras) e Mark "Barney" Greenway (vocais), a banda foi formada em fevereiro de 1989 e nesse mesmo ano lançaram a demo "The Dreams You Dread". Vale mencionar que a banda chegou a gravar um álbum com esse mesmo título anos mais tarde, em 1995. Após o lançamento da demo, os britânicos assinaram com a poderosa gravadora Nuclear Blast Records e através do selo lançaram o clássico "debut" "Subconscious Terror", em 2 de setembro de 1990. O que dizer sobre essa maravilha? É um verdadeiro massacre sonoro, recheado de pedradas que abrem um sorriso de orelha a orelha em qualquer admirador de música extrema, esteja onde ele estiver.
A malevolente introdução "Intro - Portal to Your Phobias" abre a bolacha, emendando com a voraz faixa-título, um legítimo hino do Death Metal! Outras composições, como a sensacional "Artefacted Irreligion", a arrastada "Grizzled Finale", a instrumental "Suspended Animation" e a destruidora "Spit Forth the Dead" fazem desse disco uma obra indispensável! A primeira baixa do grupo foi a saída do exímio "frontmen" Mark "Barney" Greenway que se juntou para o Napalm Death logo em seguida, aonde permanece até os dias de hoje. Sem perder o pique, os músicos recrutam o igualmente monstruoso Dave Ingram para assumir os vocais à partir daquele momento e embarcar em uma devastadora turnê, ao lado do Bolt Thrower e do Nocturnus.
Sem perder tempo, em 10 de outubro de 1991, a banda retorna com o excelente "The Grand Leveller", registro que pessoalmente considero o melhor da carreira da banda. Esse petardo reúne composições pesadíssimas e muito bem construídas, repletas de "riffs" e alternâncias de andamento bem encaixadas, aliadas a uma atmosfera mórbida e sinistra que cativa e encanta qualquer fã de Death Metal que se preze. Impossível ficar indiferente em meio a preciosidades como "Vision in the Shroud", "Graveworm", "Undirected Aggression" e as maravilhosas "Jumping at Shadows" e "The Grand Leveller", a fantástica faixa título.
Aqui já é bastante perceptível a evolução da banda, tanto na construção das músicas como nas letras, o que proporcionou um entusiasmo internacional muito grande. Durante o início da década de 90, com a constante ascensão do cenário do Death Metal, o nome Benediction se tornou uma espécie de "figurinha carimbada" para quem curte som extremo, ganhando, inclusive um apelido bastante carismático, "Benê"!
No período de lançamento de "The Grand Leveller", o Benediction caiu na estrada mais uma vez, realizando uma turnê europeia ao lado do Massacre e excursionando ao lado do Dismember. Pouco depois, o baixista Paul Addams deixa a banda e em 13 de dezembro de 1992, os ingleses entregam um breve, porém esmagador lançamento, o "EP" "Dark Is the Season", que conta com o guitarrista Darren Brookes tocando guitarra e baixo. Novamente, a banda retorna para a Europa, tocando novamente ao lado do Bolt Thrower e também do Asphyx. Mais tarde, naquele mesmo ano, a banda recruta o seu novo baixista, Frank Healy, que na ocasião era guitarrista do Cerebral Fix e foi um dos fundadores da lenda viva do Death/Grind mundial Napalm Death. Assim que Healy se juntou ao grupo, a banda realizou alguns shows em Israel, em Tel Aviv.
Como diria o saudoso Freddy Mercury, "O show deve continuar" e em 10 de agosto de 1993 é a vez de "Transcend The Rubicon" ser lançado. Marcando a estreia de Frank Healy nas quatro cordas, esse terceiro álbum de estúdio é tal qual aos dois antecessores um deleite do mais alto nível, desde a sua envolvente e hipnotizante ilustração de capa até o âmago de suas composições. Abrindo com a fabulosa "Unfound Mortality", seguida das empolgantes "Nightfear" e "Paradox Alley", esse terceiro álbum de estúdio mantém o padrão "Benediction" em alta, jamais decepcionando o ouvinte em momento algum, entregando exatamente o que ele deseja ouvir. Existem algumas prensagens que ainda incluem o "medley" "Artefacted Irreligion / Spit Forth", uma vistosa e deslumbrante regravação de duas faixas matadoras do registro de estreia desses britânicos talentosíssimos.
O lançamento de "Transcend The Rubicon" deu início a mais uma extensa turnê, a "World Violation Tour", onde a banda viajou ao lado do Cemetery e do Atheist pela Europa, Estados Unidos, Canadá e Israel. Infelizmente, após o encerramento da turnê, o excelente baterista Ian Treacy deixou a banda, alegando diferenças pessoas. Posteriormente, ele foi substituído temporariamente por Paul Brookes no "EP" "The Grotesque / Ashen Epitaph (1994) e em seguida, por Neil Hutton, um jovem baterista de 18 anos, a partir do álbum "The Dreams You Dread" (1995). Hutton permaneceu na banda até o então último álbum lançado por eles, "Killing Music" (2008). Atualmente, o Benediction está sem um baterista permanente, contando apenas com músicos convidados.
Elogiar uma banda do porte do Benediction chega a ser extremamente desnecessário e repetitivo, uma vez que todo fã de Metal Extremo reconhece o trabalho criado por eles. Em se tratando de uma "trinca de ases" do Benediction, esses são realmente os álbuns que não podem deixar de ser ouvidos em hipótese alguma!