PEGAZUS - Discografia Comentada



O Pegazus é uma banda australiana de oriunda Melbourne, formada em 1993 pelo guitarrista Johnny Stoj juntamente com seu irmão Robbie Stoj na bateria. Tendo como principais influências bandas como Helloween, Judas Priest e Manowar, a banda sempre foi fiel ao seu estilo característico e, ao longo de seus mais de 20 anos de carreira, lançou diversos álbuns dignos de nota, os quais iremos comentar um a um a partir de agora:

Pegazus (1995)


Lançado de forma independente pela banda e disponibilizado apenas no mercado australiano, contendo onze faixas mais uma hidden track ("To be King", uma música apenas voz e violão), o debut do Pegazus inicia com os acordes de "Apache Warriors", que narra o massacre dos índios apache dos Estados Unidos, tema que sempre fascinou o guitarrista Johnny Stoj. Após uma breve "intro" ao som do vento, trovoadas e ao fundo toque de trompete ouve-se o início de uma guerra entre os índios e o homem branco.

Na sequência temos a cavalgada "Bastards of War", a rápida "Speed Demon" e a balada "Cry For The Angel". A quinta música é fantástica "Pain is my Friend" com um baixo bem forte e um solo que em alguns momentos remete aos solos da banda Trouble (timbre e estilo), essa faixa seria também o 1º Clipe da banda, que foi gravado, editado mas que nunca chegou a ser lançado). O mesmo ocorreu com a sétima faixa "Our Father and the Holy Ghost"). A seguir temos a faixa com intitula o álbum, "Pegasus", baseada na mitologia, e no meio da música o guitarrista Johnny assume os vocais (no bridge) com ótimo timbre dando um clima legal à faixa. 

Dando sequência, temos "Our Father and the Holy Ghost", "King of the Jungle" sendo a faixa mais empolgante do álbum, outra balada "Free as a Bird", a oitentista "Past Life". Encerrando oficialmente o álbum temos a empolgante "I'm on Fire", com ótimo refrão e um grande desempenho de toda banda. Quem tiver paciência em aguardar um tempinho de silêncio terá ainda a Hidden track "To be King". Um ótimo disco de estreia para amantes daquele Heavy oitentista, calcado na NWOBHM.



Lineup: Justin Fleming (Vocal), Johnny Stoj (Guitarra), Dave King (Baixo) e Robbie Stoj (Bateria)

Wings Of Destiny (1998)



Após a boa repercussão de seu primeiro álbum a banda recruta Danny Cecatti para assumir os vocais, considerado um prodígio por seu vocal poderoso e acreditando no potencial de suas composições, entram em estúdio e gravam uma demo tape (Metalbound) e devido às boas resenhas, resolvem gravar o segundo full lenght, o fantástico "Wings Of Destiny" (1997). Com o álbum gravado e totalmente quebrados financeiramente, tentam algumas gravadoras para lançar o material mas, sem encontrar uma proposta interessante, resolvem lança-lo de forma totalmente independente.

Um amigo próximo da banda (nada mais nada menos que o grande Steve Rowe – Mortification), insiste para que enviem seu material para a Nuclear Blast, que fecha imediatamente com a banda e relança "Wings of Destiny" em 1998 com direito a uma nova arte de capa, assinada pelo ótimo Andreas Marshall, conhecido principalmente por seus trabalhos com Hammerfall e Blind Guardian . Falando sobre o álbum em si, o mesmo inicia-se com a maravilhosa "Wings of Steel", apresentando uma banda poderosa, entrosada e com uma música cativante. Seguida pela já clássica "Cry Out", umas das mais pedidas nos shows, e por "Braveheart", faixa mais cadenciada com um ótimo refrão. A seguir, "Mother Earth" apresenta uma banda mais contida, com um ótimo tema que foge um pouco da temática “fantasiosa” que a banda costuma adotar em suas letras. 

Prosseguindo, "Enchanted World" apresenta a banda um pouco mais melódica e conta com um dos melhores momentos de Danny Cecati. A faixa seguinte, "Life on Mars",  é uma instrumental que inicia com uma famosa contagem regressiva e em seu solo tem o uso de wah-wah que dá um efeito muito bacana. Daí pra frente o que temos são 3 temas maravilhosos com características distintas: "The Werewolf", com sua levada cavalgada e cativante, é aquele típico som que você não consegue tirar de sua cabeça; "Witches Hex", mais cadenciada e melódica, seguindo a escola alemã antiga; e fechando esse petardo temos a ótima balada "Destiny", que conta com início de somente voz e piano mas que entra numa crescente até o momento de seu belo solo, até retornar para a leveza e sutileza novamente.

Um ótimo segundo álbum, mostrando uma banda promissora e que com potencial para figurar entre as principais naquele boom do Power Metal no final dos anos 90, e que provara à própria banda que sua aposta em gravar o álbum totalmente no vermelho não foi em vão. Foram feitos 3 clipes para esse álbum, justamente das primeiras três canções.

Line Up: Danny Cecati (Vocals), Johnny Stoj (Guitars), Dave King (Bass) e Robbie Stoj (Drums)



Breaking The Chains (1999)




Após colher os ótimos frutos com o lançamento do segundo trabalho pela Nuclear Blast, que rendeu uma grande Turnê européia ao lado de Hammerfall e Primal Fear, era chegada a hora da prova de fogo para a banda (aquela lenda criada pela mídia de que o terceiro CD é que determina o futuro da banda e blá blá blá).

"Breaking the Chains" é um álbum matador e logo em sua primeira música mostra todo o poderio da banda, "Metal Forever" é um hino metálico com aquele apelo de ser entoado ao vivo a plenos pulmões. A segunda música, "The Crusade",  não deixa a peteca cair e após um início leve, a poderosa voz de Danny Cecati prova o motivo dele ser chamado de "Bruce Dickinson" australiano, música empolgante e envolvente que termina de forma apoteótica. ‘"Queen Evil" vem na sequência, seguida pela faixa título "Breaking the Chains" com um ótimo riff e a mais uma vez com Danny Cecati roubando a cena.

Dando sequência temos as ótimas "Tears Of The Angels", "Chariots Of The Gods", a instrumental "Emerald Eyes" (simples, mas de extremo bom gosto), e finalizando o álbum temos a regravação de "Bastards Of War" e "Apache Warriors", faixas gravadas originalmente no debut da banda.
O álbum conta ainda com os covers de "Time Machine" e "A Little Time" (Black Sabbath e Helloween respectivamente), cada uma dessas saiu em uma versão do CD (Alemã e Australiana). Um álbum perfeito, da primeira à última música e indicado a todos os fãs metal tradicional sem frescuras ou firulas.

Mas como nem tudo são flores, algumas semanas antes de iniciarem a tour de divulgação do álbum o vocalista Danny é desligado da banda, e o que poderia ser o grande salto para a banda torna-se no famoso "ouro de tolo", pois o futuro prometia ser grandioso (em termos de popularidade).

Line Up: Danny Cecati (Vocals), Johnny Stoj (Guitars), Cory Betts (Bass) e Robbie Stoj (Drums)



The Headless Horseman (2002)



Em 2000 a banda anuncia Rob Thompson como seu novo vocalista, um conhecido músico da cena australiana. Então, resolve investir novamente naquela sonoridade oitentista encontrada em seu primeiro álbum, o que desagradou uma parte dos fãs que esperavam um álbum mais direto na linha do "Breaking The Chains". 

Após uma breve Intro (primeira vez que a banda grava uma intro para abrir um disco) "The Headless Horsemen" inicia mostrando qual seria a atmosfera do álbum (essa música seria o único clipe do álbum), sendo seguinda por "Nightstalker", "A Call To Arms" e a maravilhosa "The Patriot". "Look To The Stars", que poderia muito bem figurar em "Breaking the Chains", vem em seguida com sua levada cavalgada e cativante.

Outros destaques do álbum são: "Spread Your Wings" com um ótimo início; a empolgante "Forever Chasing Rainbows", bem na linha do som praticado pelo inglês Chariot; e "Neon Angel" com uma forte influência dos holandeses do Picture. E, encerrando o álbum, temos a maravilhosa homenagem ao inesquecível Phil Lynott com "Ballad Of A Thin Man" cantada pelo guitarrista Johnny Stoj. Esta música deveria ter saído em um tributo ao Thyn Lizzy, mas em seu lugar acabou saindo o cover de "Warriors". A Sra. Philomena Lynott adorou a música e considera a mais bela homenagem feita a seu filho até hoje.

Nessa época a banda era formada por Rob Thompson (Vocals), Johnny Stoj (Guitars, Vocals on "Ballad of a Thin Man"), Cory Betts (Bass) e Robbie Stoj (Drums) que resolve deixar a vida de músico após a gravação desse álbum. Um ano depois é lançado o ao vivo "Live! Thunder Down Under", um registro cru e sem maquiagem de estúdio que é indicado para os fã mais "True".



In Metal We Trust (2011)



Após 9 anos sem lançar nada de estúdio, o Pegazus retorna com seu vocalista original Justin Fleming, e lança um álbum empolgante e viciante. Mais direto e agressivo que seu antecessor, podemos dizer que esse é o sucessor legítimo de "Breaking the Chains".

A Primeira música, "Metal Messiah", e seu refrão cativante (que dá nome ao álbum) já confirmam as premissas desse álbum: riff sobre riff, solo sobre solo e a grande performance de Justin Fleming, de forma segura, energética e com ótimas variações durante o disco. Energia essa que emana na ótima "Road Warrior", baseada no filme Mad Max a segunda faixa do álbum e que começa com som de motores seguidos pela famosa frase 'YOU! You can RUN, but you can't HIDE!' (dita no segundo filme da série 'The Road Warrior'), até a entrada de guitarras poderosas. Essa música é uma da melhores de todo o play e acabou virando o 2º clipe (o 1º foi para a música "Haunting Me").

A seguinte "Old Skool Metal Dayz" é uma pérola, após uma breve intro temos um riff que remete aos saudosos anos oitenta. Uma ótima canção em celebração ao bom e velho espírito metálico. Essa música aparece duas vezes no álbum, sendo que a segunda é uma versão estendida com a participação de Ross the Boss, David Shankle e Jeff Watson que alternam ótimos solos com Johnny Stoj.

E a celebração ao bom e velho Metal não para, "We Live to Rock", "Haunting Me", "Eye for an Eye" e "Ghost Rider" mantém o nível do álbum e preparam o ouvinte para o ótimo cover de "Metal Gods" do Judas Priest, banda que é uma das maiores influências do Pegazus. Continuando a audição, temos a mais cadenciada "End Of The World", que conta com ótimas linhas de voz e uma boa bateria. A penúltima música do disco, "Death Or Glory", começa de forma inusitada para os padrões do Pegazus, sendo guiada pelo baixo de Cory Bets até que os riffs se apresentam e a sonoridade característica da banda retorna. Com ótimos refrões, daqueles que a galera canta junto em coro ao vivo, o álbum vai chegando ao seu final com a já citada "Old Skool Metal Dayz" em sua versão estendida.

Line Up: Johnny Stoj (Guitars, Vocals), Ange "Vuggs" Sotiro (Drums), Cory Betts (Bass), Justin Fleming (Vocals)



E, não fugindo a tradição, o Pegazus já se encontra com um novo vocalista, Axel Winter (Justin Fleming juntou-se a banda somente para gravar "In Metal We Trust" e fazer uma tour pela Europa), que nos promete uma banda ainda mais tradicional. Atualmente o Pegazus está compondo material para a gravação de sexto álbum de estúdio, com previsão de lançamento para 2015. Nos resta aguardar e torcer para que consigam manter uma formação estável e, com isso, ambicionarem alçar vôos mais altos.


Escrito por Harisson Strim

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