O Manilla Road é um quarteto (outrora powertrio) americano capitaneado desde sua fundação pelo grande Mark Shelton, único membro original na formação atual, que também é responsável pelas guitarras e vocais.
A banda foi fundada em Wichita, KS, EUA, em 1977, pelos amigos de escola Mark Shelton (vocais e guitarra), Scott Parks (baixo) e Steve Fisher (bateria). Suas primeiras apresentações foram em colégios e barzinhos da cena local, onde ganharam um pequeno, mas fiel, público. Tiveram um difícil começo, pois seus dois primeiros álbuns, "Invasion" de 1981 e "Metal" de 1982, apresentavam uma produção pobre e um som bem cru, uma vez que foram produzidos e distribuídos independentemente pela banda. Isto influiu decisivamente para que o grupo não obtivesse uma boa receptividade comercial nos EUA. A sonoridade encontrada nesses álbuns também é um pouco diferente da que os fãs do MR estão habituados, aqui a banda flerta com uma sonoridade bem setentista, o chamado Classic Rock.
Apesar das dificuldades iniciais, o Manilla Road jamais desistiu e mostrou em seus trabalhos subseqüentes que o potencial latente contido na crueza de "Invasion" e "Metal", explodiria cada vez mais em ondas de verdadeira porrada sonora. A partir do genial “Cystal Logic” (1983), a banda passa a investir numa sonoridade mais Heavy Metal aliada a letras voltadas a temas fantasiosos, o que foi o Big Bang e embrião do que é conhecido hoje como Epic Metal.
De promessa a banda virava uma realidade na cena underground. Os anos 80 foram a fase de ouro da banda, pois ainda lançariam os também magistrais “Open the Gates” (1985, que saiu em LP aqui no Brasil), “The Deluge” (1986), “Mystification” (1987), “Out of The Abyss” (1988, onde a banda flerta com o Thrash Metal com maestria), o ao vivo “Roadkill” (1988) e “The Courts of Chaos” (1990), que conta com a melhor produção da banda até então.
Após uma década brilhante, a banda não teve a mesma sorte na década seguinte. Os anos 90 não foram generosos com a banda, a moda grunge que tomou conta do mundo fez com que o interesse do público pelo Manilla, que era pequeno e restrito ao underground, ficasse ainda menor, jogando a banda num mar de incertezas. Mark Shelton ainda chega a lançar um trabalho em 1992, “The Circus Maximus”, que saiu com o nome de Manilla Road por imposição da gravadora (Black Dragon) , pois o som nada se assemelha ao da banda, inclusive mostrando alguns elementos grunge e de outros estilos musicais mais acessíveis em suas composições. Após o lançamento de “The Circus Maximus”, a banda encerra suas atividades.
Esse hiato da banda dura pouco, pois em 1994 Mark remonta a banda, mas uma volta aos estúdios de gravação só mesmo em 2001, com o álbum “Atlantis Rising”. A partir daí, o Manilla Road adota uma pegada um pouco mais épica em seu som, alternando faixas mais velozes com músicas mais arranjadas e longas, ainda assim conseguindo cativar seu público fiel. Desde então a banda permanece ativa, inúmeras turnês em pequenas cidades americanas e pela Europa intercalam-se com os trabalhos subseqüentes, fazendo que o Manilla Road atingisse uma aura cult entre os bangers.
O Manilla Road foi e ainda é uma grande e lendária banda que apesar de jamais ter obtido um retorno comercial e de divulgação à altura do seu trabalho, conseguiu a partir do Underground gravar seu nome na história como uma das melhores surgidas nos EUA e uma das mais influentes e inspiradoras do Heavy Metal.
Escrito por Wellington Dias