God Dethroned - "The World Ablaze" (2017)

Metal Blade Records

Mundo Metal [ Lançamento ] 



Você não odeia quando uma banda é tão consistente, os membros são tão bons como músicos e os álbuns são tão fodidos, que raramente temos algo de ruim pra meter o malho? Não? Bem, eu odeio, porque isso não é divertido pra competição e pros fãs em geral, e eu me alimento de álbuns horrendos e podres porque eles me fazem ser um resenhista melhor - e mais odiado. God Dethroned, aquele quinteto pútrido e irritante dos Países Baixos, se dissolveu depois de 'Under the Sign of the Cross', em 2012, e organizou uma reunião em 2014 para tocar uma quantidade seleta de shows nas terras estupradas por corrupção, sodomia e putas de Instagram (a qual chamamos “Planeta Terra”) - e pelo mar também, já que os caras se apresentaram no cruzeiro mais demoníaco do mundo, 70k Tons of Metal, que foi, adivinhem? Sim, foda pra caralho; que sem graça - mas não mostraram nenhuma promessa de lançar um novo play, até o final de 2016. Então, quando finalmente acenaram o lançamento de um novo trabalho, eu pensei: "ok, esses putos vão gravar um novo CD; agora vou conseguir falar merda e destruir eles. Não tem como uma banda voltar tão rápido assim ao topo de sua forma, depois de encerrarem completamente suas atividades e perder pelo menos alguma alegria de tocar música, certo?” 

Então, veja bem, eu estava bem animado pra dizer algumas palavras sobre ‘The World Ablaze’, décimo álbum de estúdio do sempre competente Henri Sattler (guitarra, vocal) e seus ajudantes Michiel van der Plicht (bateria, Apophis), Jeroen Pomper (baixo, ex-Absorbed), e Mike Ferguson (guitarras, Detonation, ex Picture), porque eu finalmente me vingaria dos outros nove plays desses arrombados impossíveis de tacar o pau por serem tão destruidores. O álbum começa com "A Call to Arms", uma introdução lenta com uma atmosfera assassina e um simples mas tocante solo de guitarra apresentando o que estava por vir. E então "Annihilation Crusade" começa com uma manada de riffs clássicos do God Dethroned. A atmosfera visceral, a porradaria brutal e técnica, as linhas de baixo comendo os ouvidos...estava tudo lá, arruinando minhas esperanças de esse ser finalmente o álbum ruim da carreira do God Dethroned; não poderia ser...não, não! Me acalmei e escutei o álbum inteiro pela primeira vez - pulsos cortados, lágrimas salgadas caindo da minha bochecha - esperando por uma colisão, um erro de produção ou masterização, uma nota fora de tom...nada. Não foi antes da quarta vez me torturando com a intenção sádica de falar mal da lenda do Death/Black holandês que eu percebi que essa era uma batalha perdida. O God Dethroned estava de volta, e eles estavam obliterando os inimigos com ferocidade, brutalidade e “foderosidade” na forma de música.


'The World Ablaze' resgata muito bem o que seu antecessor (‘Under the Sign of the Iron Cross’) fez e o executa com competência. As linhas mais melódicas e a atmosfera exótica estão presentes em músicas como "On the Wrong Side of the Wire" e "The 11th Hour", enquanto a brutalidade e a pompa podem ser vistas nas faixas mais venenosas como "Close to Victory", “Messina Rage" e "Breathing Through Blood"; essa última mais cadenciada e pesada, quase que Doom, com um riff em escala maravilhoso. Os grunhidos de Sattler soam viris como sempre e a sintonia das guitarras relembra um pouco da banda na era ‘Ravenous’, injetando uma boa quantidade de distorção e trabalho de pedal. A cozinha suporta lindamente a rifferama, com van der Plicht roubando o show batendo nas peles e pratos com a raiva de mil cornos que acabaram de descobrir suas mulheres com outro cara. Passagens mais densas também fazem aparições aqui: "Königsberg" e "Escape Across the Ice (The White Army)" cuidam dessas emoções contando a história triste do Exército Branco, uma confederação de forças anticomunistas que lutou contra os bolcheviques na Guerra Civil Russa; bem daora. As letras, aliás, não são lá peças de arte Shakespearianas, mas conseguem cumprir bem seu objetivo. A mixagem também é ponto positivo, com o lendário Dan Swanö fazendo um puta trabalho e entregando um álbum mais singular e de personalidade através de sua visão única, o que é chover no molhado, já que estamos falando de um verdadeiro Rei Midas da produção.


Como Swanö disse com sabedoria: "Este álbum é uma ótima combinação de todos os tipos de tempos e estilos que o gênero tem para oferecer, cada um executado com perfeição esmagadora, refrões cativantes e ganchos melódicos memoráveis! Ele vai cair bem entre os fãs de Bolt Thrower." Então, é isso aí; ‘The World Ablaze’ é um retorno estelar da banda que nunca deveria ter encerrado suas atividades. O fato de o álbum não ter pontos fracos me deixou com raiva pra caralho, porque eu estava pronto e disposto a ser um dos primeiros seres humanos a colocar a carreira animalesca do God Dethroned em cheque. Em vez disso, o que eu encontrei foi uma pérola Death cuidadosamente trabalhada, que deve ser ouvida por todos os fãs do gênero. Não é tão visceral como ‘The Christhunt’ ou tão prolífico como 'The Toxic Touch', mas definitivamente já figura na prateleira de cima de lançamentos dos guerreiros holandeses. Infelizmente, porém, vou ter que esperar que a próxima banda matadora solte seu ‘Virtual XI’ ou ‘Risk’ da vida pra que eu possa alimentar minha necessidade sociopática de apontar o catastrófico. Maldito seja, God Dethroned.

Nota: 8.5

*Nota do site The Metal Club: 8.20

Formação:

Henri Sattler (guitarra e vocal)
Michiel Van Der Plicht (bateria)
Jeroen Pomper (baixo)
Mike Ferguson (guitarra)

Faixas:

1. A Call to Arms 
2. Annihilation Crusade 
3. The World Ablaze 
4. On the Wrong Side of the Wire 
5. Close to Victory 
6. Königsberg 
7. Escape Across the Ice (The White Army) 
8. Breathing Through Blood 
9. Messina Ridge 
10. The 11th Hour 

Redigido por Bruno Medeiros

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