Unleash The Archers - "Apex" (2017)

Napalm Records

Mundo Metal [ Lançamento ] 



Unleash the Archers é uma banda que orgulhosamente levanta a bandeira da abordagem moderna do Power Metal, com muito groove e até alguns grunhidos característicos do Melodic Death Metal. Talvez você já tenha ouvido falar neles, já que alcançaram uma exposição considerável com seu último trabalho, 'Time Stands Still', então esses canadenses não são tão estranhos assim na cena. Tocando um som semelhante a 3 Inches of Blood, Crimson Shadow, e - em uma escala menor - Seven Kingdoms e Kobra and the Lotus, a banda retoma destaque com seu quarto play de estúdio, 'Apex', lançado no último dia 2 de junho.

Dessa vez essa galera foca em atmosferas mais épicas e místicas e mandam bala um Power Metal puro, abandonando quase que completamente os elementos Death de seus álbuns anteriores. ‘Apex’ celebra 10 anos de Unleash the Archers com riffs quentinhos e coros explosivos, ao mesmo tempo em que mantém uma qualidade de produção respeitável que faz todos os instrumentos participarem da festinha em igual escala.

Músicas como "Awakening", "The Matriarch" e "The Coward’s Way" oferecem uma mistura mais direta e pesada, com os tambores do garoto Scott Buchanan e o baixo proeminente do recém-chegado Nikko Whitworth fazendo as músicas soarem vívidas e poderosas; Brittney Slayes faz um ótimo trabalho aqui, especialmente no coro de "The Matriarch". "Shadow Guide", no entanto, parece um pouco abaixo da média e não encaixa ou sequer combina com a atmosfera geral do disco – ótima atmosfera, aliás, por conta de uma história atraente e até um pouco original, em partes.


Mas é na parte épica da bagaça onde a banda realmente brilha. "Cleanse the Bloodlines" vai lentamente se construindo em um verdadeiro monstro, numa experiência bombástica com um puta clímax no refrão, em mais uma boa performance da Brittney. Talvez a melhor composição da história dos canadenses, a faixa não deixa absolutamente nada a desejar e é, inclusive, uma das melhores performances de Power Metal de 2017 até aqui. Toda a segunda parte do álbum, na verdade, é empilhada por músicas mais opulentas que conseguem manter o sangue quente e os punhos no ar.

Como nada é perfeito, a semi-balada "False Walls" não consegue alcançar o conceito e a velocidade do disco e "Earth and Ashes" é talvez mal aproveitada por causa de sua construção e desempenho geral, especialmente nos versos e ponte, mas "Ten Thousand Against One", por exemplo, é um anabolizante de energia, muito por conta de seu refrão impecável e destruidor, digno de ser chamado de canto de guerra. A bateria é particularmente barulhenta aqui, e os riffs galopantes aliados com os coros de Brittany e companhia contribuem pra fazer dessa uma das melhores do play.

"Call Me Immortal" é decente, embora não atinja o status de ser realmente boa. As linhas de baixo virtuosas são evidentes aqui e os riffs mais densos e pesados compõem a exibição vocal – dessa vez não tão inspirada - de Brittney, que parece cansada e com a voz mais mecanizada aqui, talvez por causa da mistura vocal na mixagem. A faixa-título fecha o álbum e, não por coincidência, é a mais grandiosa e cuidadosamente trabalhada de todas. Uma guitarra acústica prepara o caminho para uma atmosfera pungente e um verso bonito, onde Brittney rouba os holofotes com uma performance emocional. Melodica, ainda que imponente, a faixa mostra um alto nível de composição e um dos melhores refrões da carreira dos canadenses.


Melodias rápidas, linhas de guitarra prolíficas mas objetivas e ganchos atraentes são abundantes em 'Apex'. Apesar de mostrarem uma necessidade quase patológica de serem dramáticos, Brittany e seus companheiros têm sucesso em equilibrar o mágico com o mundano, em um álbum que é gratificante e, apesar de tentar ser épico quase em um nível de desenho animado da Disney, é fácil de digerir. Os puristas do Metal pesado vão ter algum tipo de resistência à maneira moderna de tocar desses caras, mas se você olhar um pouquinho mais de perto vai ver que isso aqui nada mais é do que Power Metal com uns toques diferentes.

Ao procurar modernizar e tornar seu trabalho acessível, o Unleash the Archers  dá um grande passos pra figurar entre os medalhões modernos da cena. Esperemos, no entanto, que esse novo "estrelato" atingido não afete sua capacidade de tocar o bom e velho Metal direto do coração. De fato, o ápice da carreira 

Nota: 7.8

Formação:

Brittney Slayes (vocais)
Scott Buchanan (bateria)
Grant Truesdell (guitarra)
Andrew Saunders (guitarra)
Nikko Whitworth (baixo)

Faixas:

1. Awakening 
2. Shadow Guide 
3. The Matriarch
4. Cleanse the Bloodlines
5. The Coward's Way
6. False Walls
7. Ten Thousand Against One
8. Earth and Ashes
9. Call Me Immortal
10. Apex


Redigido por Bruno Medeiros

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