Blood Feast - "The Future State of Wicked" (2017)

Hells Headbangers Records

Mundo Metal [ Lançamento ]



O renascimento do Thrash, além de revelar bandas e registros excepcionais, reacendeu o fogo sob as asas de bandas veteranas que começaram repentinamente a lançar álbuns impecáveis, algumas chegaram ao ponto de produzirem clássicos equivalentes aos anos dourados do Thrash, demonstrando uma capacidade impressionante de se reciclarem, angariando novos e satisfazendo velhos fãs do estilo.

Bandas que até então se pensava estarem esquecidas e soterradas pelas areias do tempo, aproveitaram o momento e ressurgiram das cinzas, caso do Blood Feast, de New Jersey. 

A sonoridade do Blood Feast nunca foi inovadora e tão pouco escreveram um grande clássico, faziam parte do mar de aspirantes de segundo escalão do estilo. Mas apesar de seu pequeno escopo, conseguiram lançar algum material decente, sua marca de Death/Thrash em seu álbum de estreia, "Kill for Pleasure" (1987), apresenta um som veloz, cru e simples, mas absolutamente insano extremamente agradável sob as circunstâncias certas, mas não exatamente uma obra prima do gênero, o maior ativo do Blood Feast sempre foi sua absoluta implacabilidade e natureza desleixada. 

Vinte e oito anos após seu ultimo registro, "Chopping Block Blues" (1989), Blood Feast ressurge, remodelado e capitaneado, pelo guitarrista Adam Tranquilli, único membro remanescente da formação original, com o surpreendente "The Future State of Wicked", um registro dos mais interessantes, apresentando um Thrash cru e visceral. 

Como resultado da enorme mudança de formação, o disco transmite uma sensação muito diferente do que qualquer um dos registros anteriores da banda. 
Os guitarristas  Adam Tranquilli e CJ Scioscia servem uma extensa coleção de riffs, mas os solos são o verdadeiro destaque.
Os vocais de Chris Natalini deixam de lado o Death/Thrash das obras anteriores, possuindo uma pegada ao estilo Dark Angel de Don Doty, o qual dá às canções muita personalidade e poder.


Nunca há um momento maçante na bateria. É surpreendente e agradável ouvir Joe Moore, possuidor de um estilo e técnica apuradas, com preenchimentos intrigantes, o baixista Tom Lorenzo, cumpri satisfatoriamente seu papel na seção rítmica sem maiores destaques, brilha apenas na faixa "Off With Their Heads" e na introdução de "By the Slice"

Outra coisa que realmente ajuda este álbum a infligir mais dano é a sua competente produção. O equilíbrio é quase perfeito.

A agressão começa instantaneamente nas duas primeiras canções do álbum, "I.N.R.I." seguida de "Off With Their Heads", ambas esparramam um mar de riffs convidando o ouvinte a banguear até desmaiar. 

Vale também destacar as faixas: 
"By the Slice", viciosamente divertida. 
"The Underling", com riffs em velocidade vertiginosa e seção rítmica implacável. 
"The Last Rites", que nos brinda com ritmos thrashing viciantes.
"Who Prays For the Devil" e "The Burn" que apresentam riffs pesados e hipnotizantes.
"Remnants II", faixa instrumental ardente e vitalizante com riffs melódicos pegajosos. 

"The Future State of Wicked" é um registro humilde, mas decente, serve como um aceno perfeito para a velha escola sem ser redundante, mas em um ano em que Power Trip, Havok, Warbringer, Kreator, Overkill e Iron Reagan lançaram alguns clássicos do Thrash moderno em potencial, pode ser difícil encontrar uma boa razão para dar atenção a este registro.


Nota: 7,5

*Nota do site The Metal Club: 7.19

Formação:

Adam Tranquilli - Guitarra
Tom Lorenzo - Baixo
Chris Natalini - Vocal
Joe Moore - Bateria
CJ Scioscia - Guitarra

Faixas:

01. INRI 
02. Off with Their Heads 
03. Brethren 
04. By the Slice 
05. The Underling 
06. Last Rites 
07. Who Prays for the Devil 
08. Nein 
09. Remnants II 
10. The Burn


Redigido por Claudio Santos

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