Saldo positivo nos lançamentos do Big Four?


Com o novo álbum do Metallica chegando as lojas nesta sexta feira, 18 de novembro, fecha-se o ciclo de lançamentos dos quatro grandes do Thrash estadunidense. A grande questão que fica pendente neste momento é: o saldo do Big Four foi positivo? 

O Slayer foi o primeiro a lançar e em setembro de 2015 apresentou o surpreendente "Repentless". Sem contar com Dave Lombardo nas baquetas e com Gary Holt (Exodus) substituindo o saudoso Jeff Hanneman, falecido em 2013, a banda mostrou enorme superação e mesmo com a ausência de um dos seus dois grandes compositores, as faixas contidas no novo trabalho foram capazes de chamar a atenção até mesmo dos fãs mais antigos. 

Logo no início de 2016, o próximo integrante do Big Four a colocar nas lojas seu mais novo disco foi o Megadeth. "Dystopia" foi lançado no final janeiro e apresentava a nova formação da banda, com o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro (ex-Angra) e o baterista Chris Adler (Lamb Of God) ao lado de Dave Mustaine e David Ellefson. O registro agradou aos fãs com uma musicalidade moderna e um Thrash que prioriza o peso em detrimento da velocidade. 

Um mês mais tarde foi a vez do Anthrax lançar o seu "For All Kings". A única mudança na formação foi a entrada de Jonathan Donais substituindo Rob Caggiano e o trabalho caiu nas graças de toda a mídia, sendo o disco mais vendido do grupo desde o início da década de 90. Diversas faixas fazem menção a fase inicial da banda e mesmo com algumas composições soando mais modernas, a audição é bem balanceada e agradou a grande maioria dos fãs.


Com Slayer, Megadeth e Anthrax lançando registros de peso, a expectativa foi toda direcionada para o Metallica. "Hardwired... To Self-Destruct" será lançado oficialmente em alguns dias, porém todos já devem ter escutado o material, pois o disco vazou na internet.

Em se tratando de Metallica, esperar por uma avaliação unânime do público ou imprensa é pedir muito e como já era esperado, o álbum dividiu opiniões. Não podemos classificar "Hardwired... To Self-Destruct" como Thrash Metal, acredito que o ideal seja Heavy Metal com alguns elementos de Thrash e duas músicas legitimamente Thrash ("Hardwired" e "Spit Out The Bone"). Se por um acaso você pensa que isso diminuiu o disco, está redondamente enganado, pois o novo trabalho de James, Lars, Kirk e Robert Trujillo, segue com a evolução e mudança de postura iniciada em "Death Magnetic" e traz um Metallica tocando de maneira despojada, sem experimentalismos desnecessários e sem mudanças drásticas.  

O disco não é nem de longe inovador, porém passa a quilômetros de distância de tudo o que a banda fez nos esquecíveis anos 90 e início dos anos 2000. É o Metallica tocando Heavy Metal sem se preocupar com rótulos e só por esse motivo, já merece uma ressalva positiva. Para aqueles que argumentarem que nem de longe parece o Metallica dos velhos tempos, a minha resposta é simples, qual dos quatro trabalhos aqui apresentados lembra os melhores momentos do passado das respectivas bandas? Com exceção de algumas poucas músicas, nenhum deles foi composto pra se parecer com o passado glorioso, então o que vale pra um, vale pra todos.

Em um balanço geral, os quatro integrantes do Big Four apresentaram trabalhos dignos e confirmaram o ótimo momento do gênero. Se as bandas novas vem roubando a cena e lançando discos surpreendentes, os veteranos não vem deixando a desejar e também apresentam álbuns com qualidades inegáveis. 

Que ótima fase vivemos!

por Fabio Reis 


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