Indicação: Horror Chamber - "Eternal Torment" (2016)


O Metal extremo sempre foi uma das grandes especialidades das bandas brasileiras e o Death Metal, um dos estilos que mais geraram bons frutos em nosso país. Diversos nomes ganharam prestígio na cena e o gênero atrai uma verdadeira legião de fãs. De norte a sul do Brasil, ótimos grupos vem aparecendo e nos presenteando com trabalhos concisos, fortes e capazes de se destacar até mesmo entre os lançamentos internacionais de bandas renomadas.

A Horror Chamber aparece em meio a esta nova e talentosa safra, executando um Brutal Death Metal avassalador, técnico e principalmente, repleto de ótimos riffs. Apesar das referências naturais ao Krisiun, o grupo demonstra uma identidade forte e uma capacidade criativa diferenciada.

Como em todo trabalho do gênero, "Eternal Torment" é uma verdadeira destruição sonora, em apenas oito composições e pouco mais de trinta e cinco minutos, a banda consegue passar o seu recado e mostrar a que veio. Apesar de tratarmos de um disco de estréia, fica nítido que a Horror Chamber é detentora de características das mais interessantes. A primeira delas é a capacidade de compor faixas bem variadas. nem sempre as bandas do estilo conseguem este feito e alguns discos soam excessivamente repetitivos, o que não acontece de forma alguma por aqui. 

Outro item a ser ressaltado é a técnica dos integrantes, é impossível não notar a precisão cirúrgica na parte rítmica que conta com o baixista/vocalista Guilherme Lannig e a fera Dio Britto (Distraught, In Toment e atualmente na Westfield Massacre) nas baquetas. A dupla promove um verdadeiro massacre e forma uma das cozinhas mais insanas do estilo. Nas guitarras, temos Paulo Hendler e Felipe Pujol despejando riffs matadores, solos cortantes e linhas certeiras, os vocais de Guilherme são daqueles bem tradicionais ao estilo, um gutural cavernoso que remete em muitos momentos aos de Frank Mullen (Suffocation).


A produção de Sebastian Carsin acerta no alvo e se mantém naquele meio termo ideal entre o old school e o moderno, ao mesmo tempo em que as composições soam sujas e despojadas, é possível ouvir cada instrumento com clareza. Sábia escolha e resultado pra lá de satisfatório. 

Entre as composições, destaco as excepcionais "Eternal Torment", "Dawn Of Madness", "Believe In The Faith (Burn)" e "Perverse Mind". Apesar dos destaques, o disco agrada como um todo e a audição completa merece ressalvas positivas, a banda alterna com perfeição entre as partes mais cadenciadas e aquelas extremamente rápidas e agressivas, fazendo com que o álbum além de variado, não se torne cansativo. As letras variam entre temas obscuros, perversidade, anti religião, gore e a maldade existente na natureza humana, enfim, todos os ingredientes de um grande trabalho do gênero estão reunidos em "Eternal Torment".

O Horror Chamber com este álbum de estréia, mostra muito potencial e certamente, deve se firmar com uma grande representante do Death Metal em nosso país. Talento e competência o grupo já mostrou que possui.

Obs: o baterista Dio Britto participou das gravações do disco e depois foi substituído pelo igualmente competente Rafael Kniest. Dio hoje faz parte da banda californiana Westfield Massacre.


Integrantes:

Guilherme Lannig (baixo e vocal) 
Felipe Pujol (guitarra) 
Paulo Hendler (guitarra) 
Dio Britto (bateria)

Faixas:

1. Beyond the unknow
2. Eternal Torment
3. Rise Of The Dead
4. Prelude To Perdition
5. Dawn Of Madness
6. Believe In The Faith
7. Blood Obssession
8. Perverse Mind

por Fabio Reis

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