Lançamento: Omen - "Hammer Damage" (2016)


Eis um álbum difícil de analisar!

Primeiramente devo lembrar aos amigos que o Omen da atualidade é uma banda bem diferente daquela que nos encantou na década de 80. Citando somente a perda de J.D. Kimball, falecido em 2003 (R.I.P.), já temos um motivo palpável que impediria qualquer  tentativa de chegar próximo da sonoridade alcançada em discos como "Battle Cry" (1984)  e "Warning Of Danger" (1985).

O vocalista era dono de um timbre absurdamente original e após a sua saída, o grupo nunca mais foi o mesmo. Somente em 2003, com o álbum "Eternal Black Dawn", o Omen demonstrou que ainda poderia apresentar discos interessantes e que talvez, tivesse  ainda alguma lenha pra queimar.

O grande problema é que depois do registro de 2003, nada mais foi lançado e apenas em 2012 (quase dez anos depois), começaram alguns rumores sobre um possível novo trabalho. Quatro anos de especulações se passaram  até que "Hammer Damage" foi finalmente apresentado de forma oficial. A formação atual é basicamente a mesma de "Eternal Black Dawn", havendo apenas a substituição do baterista Rick Murray por Steve Wittig.

Tendo em vista que a banda vinha se apresentando regularmente ao vivo e os integrantes são os mesmos que gravaram o último disco do grupo, era praticamente certo que teríamos um álbum no mínimo do mesmo patamar correto? Errado!

"Hammer Damage" é um trabalho medíocre e vamos entender o por que disto.


É de conhecimento geral que uma produção bem feita é um fator primordial para que qualquer álbum se torne no mínimo audível. Da mesma forma que ótimas produções salvaram trabalhos medianos do fracasso total, o contrário também acontece e com mais frequência do que se pensa.

O que torna "Hammer Damage" medíocre como descrito acima, vai muito além de uma banda sem criatividade ou sem competência, mas esbarra em uma produção horrorosa, daquelas que fazem uma banda renomada parecer um grupo de adolescentes que mal tocam seus instrumentos e estão gravando a sua primeira demo tape.

O trabalho feito neste álbum é um exemplo claro de como não se deve produzir um disco de Heavy Metal. A bateria soa como se fosse eletrônica e Steve Wittig parece não ter sequer adentrado nos estúdios de gravação, as guitarras estão abafadas e sem punch, o baixo é quase inaudível e estes nem são os piores problemas. O maior erro foi com relação aos vocais de Kevin Goocher, pois se o cara não tivesse gravado "Eternal Black Dawn" e estivesse sendo apresentado em "Hammer Damage", a impressão que teríamos é que o Omen contratou um vocalista sem a menor condição de ocupar o posto, tamanho é o baixo nível dos vocais e a inexistência de uma produção, masterização e mixagem no mínimo decente.

Com todos estes problemas, as composições em si foram prejudicadas a um ponto em que fica praticamente impossível analisar o trabalho criativo da banda e com exceção de alguns raros momentos em que algumas faixas são tão boas, que mesmo com essa sonoridade amadora, ainda conseguimos perceber um pequeno resquício do velho Omen, "Hammer Damage" é totalmente descartável e nem deveria ter sido lançado.

É decepcionante ver um nome tão bem quisto no underground, após décadas de carreira lançar um disco tão pobre como este. É claro que esse revés não apagará o passado da banda e seus clássicos continuarão sendo tratados da forma que merecem, porém que fique a lição, lançar um trabalho apenas por lançar e sem executar todos os passos necessários, sempre resultará em registros medíocres.

Obs: a faixa a seguir está com uma produção MUITO acima da composição do álbum, pois foi disponibilizada em 2015 e depois disso, o álbum foi totalmente remodelado.




Integrantes:

Kevin Goocher (vocal)
Kenny Powell (guitarra)
Andy Haas (baixo)
Steve Wittig (bateria)

Faixas:

1. Hammer Damage 
2. Chaco Canyon   
3. Cry Havoc 
4. Eulogy For A Warrior 
5. Knights  
6. Hellas  
7. Caligula  
8. Era Of Crisis  
9. A.F.U. 

por Fabio Reis

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