Em 1983, a chamada NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal) estava em alta, a quantidade de bandas que sugiram nesse período é enorme e entre essas bandas iniciantes estava o Elixir. O grupo infelizmente não chegou a fazer sucesso, mas carrega consigo o mérito de ter gravado um dos melhores discos da historia do Heavy Metal.
Após sua formação, o conjunto demorou três anos para lançar o seu disco de estréia, “The Son Of Odin”. O trabalho foi antecedido por duas demo tapes, um “single” e o pelo fato do grupo possuir recursos limitados, o debut foi concebido de forma independente.
A recepção não poderia ser melhor e de cara, a crítica especializada o colocava entre os melhores lançamentos do ano.
As guitarras da dupla Norman Gordon e Phil Denton são tudo aquilo que se espera de uma banda clássica da NWOBHM, os riffs são o ponto forte aqui, a base de guitarras é variante dando maior consistência a melodia poderosa e original do quinteto londrino. Importante ressaltar a capacidade da dupla em criar e transmitir sensações e climas, somente utilizando os sons de guitarra, este é um dos mais belos atrativos do disco.
A cozinha é constituída por Kevin Dobbs e Nigel Dobbs, baixo e bateria respectivamente. Mesmo em uma gravação que não é a ideal, Kevin teve a imensa felicidade em criar um trabalho que se destaca entre o instrumental, o fato de termos um som de baixo bem audível, é um ponto positivo que ressalta o trabalho maravilhoso do músico.
Já nas baquetas, Nigel é o típico baterista correto, conciso e acima de tudo, preciso. O maior destaque é o bom entrosamento com o baixo de Kevin, os dois se completam e ditam perfeitamente o andamento das composições.
Para fechar o quinteto, entra em cena o frontman Paul Taylor, sua voz marcante é o que um disco como “The Son Of Odin” precisava. Paul faz mais que cantar, ele praticamente narra as historias épicas e mitológicas que estão contidas nas letras das musicas. Ter um vocalista acima da media é um dos fatores que mais contribuíram para que “The son o Odin” conseguisse quase de forma instantânea, se tornar um clássico do gênero.
A formação não se manteve a mesma para o segundo registro do grupo, Mark White assumiu o baixo e o lendário Clive Burr (Samson e Iron Maiden) foi o encarregado de assumir as baquetas no segundo e bom disco “Lethal Potion”(1990). Depois disso a banda sofreu com hiatos, tempos de inatividade e assim como muitos grupos talentosos da época, acabou sendo “esquecido”.
Os destaques do disco são as faixas “Pandora´s Box”, ”Trial By Fire”, “Son´s Of Odin” e claro, a faixa que se transformou num hino da banda, “Treachery (Ride Like The Wind)”, que desde os tempos das demos, já era executada no set list dos britânicos e parece ter sido concebida para se tornar um clássico do Heavy Metal.
Ainda que “The Son Of Odin” seja um dos maiores clássicos não apenas da NWOBHM, mas sim de todo o Metal, o Elixir como já fora mencionado, é mais uma banda a não receber o reconhecimento devido do público headbanger em geral.
Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de apreciar essa obra prima, recomendo não perder mais nem um segundo e fazer esta audição, pois trata-se de um dos melhores álbuns de 1986.
Integrantes:
Paul Taylor (Vocal)
Phil Denton(Guitarra)
Norman Gordon(Guitarra)
Kevin Dobbs(Baixo)
Nigel Dobbs(Bateria)
Faixas:
1. The Star Of Beshaan
2. Pandora's Box
3. Hold High The Flame
4. Children Of Tomorrow
5. Trial By Fire
6. Starflight
7. Dead Man's Gold
8. Treachery (Ride Like The Wind)
9. Son Of Odin
10. Chariot Of Gods*
11. Winds Of time*
12. The Star Of Beshaan (BBC)*
13. Pandora's Box (BBC)*
14. Hold High The Flame (BBC)*
15. Son Of Odin (BBC)*
*Somente na versão “The Son of Odin (25th Anniversary Edition)”.
por Vitor Hugo Quatroque