Houve uma época em que o Thrash Metal era apenas um estilo em formação, ainda iniciando a sua escalada de sucesso e apresentando bandas como Metallica, Slayer, Kreator e tantas outras. Estes eram os grupos que representavam a nova safra do Metal em meados da década de 80 e de forma ordenada, lançavam os discos que hoje são considerados clássicos absolutos do gênero.
A cena estadunidense aflorou de forma rápida, alavancando a carreira de diversos grupos e concebendo nomes importantes, que iam aos poucos, transformando o estilo e o deixando cada vez mais forte e popular. Paralelamente, a Alemanha dava a sua versão dos fatos, apresentando as bandas que seriam em alguns anos, consideradas tão importantes quanto as que se formaram na região da Bay Area de São Francisco e demais localidades estadunidenses.
Em 1982, o Destruction iniciava a sua trajetória na pequena cidade de
Weil am Rhein e cerca de três anos depois, os thrashers alemães já tinham um contrato assinado com a SPV, o que assegurou o lançamento do EP "Sentence Of Death" (1984) e do histórico debut "Infernal Overkill" (1985). Os dois registros garantiram a banda, a alcunha de bem sucedida comercialmente e enquanto o segundo disco de estúdio era planejado, o Destruction já era um dos nomes em maior ascensão na Europa.
O grupo era formado nessa época por Marcel Schmier (vocal e baixo), Mike Sifringer (guitarra) e Tommy Sandmann (bateria), um power trio fadado a marcar história. Em 12 de julho de 1986, quando "Eternal Devastation" chegou as lojas, o nome da banda era inserido definitivamente no hall de grandes ícones capazes de lançar álbuns seminais para o Metal.
O primeiro ponto a ser enaltecido no trabalho são os timbres de guitarra alcançados. Os riffs de Mike, além de magníficos, soavam como uma verdadeira motosserra e transmitiam um clima diferenciado de tudo o que havia sido lançado por bandas de Thrash Metal até o momento.
O instrumental do grupo, mesmo contando com apenas três músicos, era extremamente rico e durante todo o disco, podemos conferir composições técnicas, com diversas variações rítmicas e um grau de inspiração altíssimo. As linhas de guitarra de Mike e a técnica apurada do baterista Tommy, formavam um conjunto perfeito quando aliados as marcações precisas do baixo de Schmier, porém o baixista/vocalista se destaca realmente é através de seus vocais rasgados e principalmente, com a inserção dos gritos agudos que se tornaram a marca registrada do músico e são encaixados com precisão durante as canções.
Em "Eternal Devastation", o trio alemão estava tinindo e registrou algumas faixas que se tornaram não apenas clássicos da banda, mas de todo o Thrash. "Curse The Gods", "Life Without Sense" e "Eternal Ban", são verdadeiros hinos e até os dias atuais, são presenças garantidas e obrigatórias nas apresentações ao vivo do grupo. Se não bastasse, as outras quatro músicas são tão boas quanto as já citadas e formam um dos registros mais homogêneos da história, com uma sequência matadora do primeiro ao último minuto.
O Destruction é um dos poucos nomes que lançou não apenas uma, mas algumas obras essenciais ao longo de sua longa e proveitosa carreira, porém este é certamente o disco que traz a sua musicalidade definitiva. Em 2016, o álbum completará 30 anos de existência e sem dúvidas, posso afirmar que está entre os discos mais importantes e emblemáticos de toda a década de 80.
Preciso dizer que é item obrigatório em qualquer coleção?
Integrantes:
Marcel "Schmier" Schirmer (vocal e baixo)
Mike Sifringer (guitarra)
Thomas "Tommy" Sandmann (bateria)
Faixas:
1. Curse The Gods
2. Confound Games
3. Life Without Sense
4. United by Hatred
5. Eternal Ban
6. Upcoming Devastation (Instrumental)
7. Confused Mind
por Fabio Reis