Em meio a um crescente fluxo de bandas do chamado Technical Death Metal, eis que uma veia presa ao Old School se mantém intacta. A banda americana Jungle Rot, mantém desde a sua formação a ideologia da velha escola, com bateria rítmica, guitarra suja, baixo bem destacado e guturais absurdamente graves e naturais.
O grupo foi fundado por Dave Matrise (Vocal/Guitarra) nos confins de Wisconsin, EUA, tendo como base de sua temática, assuntos como as guerras, torturas, assassinatos, corrupção e afins. A demo de estréia é de 1995, "Skin The Living". É brutal do começo ao fim e possui uma ótima gravação, fato este que chama bastante atenção. O primeiro "Full" vem 2 anos após, intitulado "Slaughter the Weak", nos trás mais uma maravilha do Death Metal Americano. Em 1998, temos o EP "Darkness Foretold", contando com alguns covers de bandas de Thrash Metal como Slayer, Carnivore e Sodom. Vale mencionar que esse covers ficaram excelentes, rápidos e muito bem introduzidos ao Death Metal.
A partir de então, a banda vem lançando ótimos álbuns, como o aclamado "Dead and Buried" (2001), "Fueled By Hate" (2004), "War Zone" (2006), "What Horrors Await" (2009) e então o ápice da brutalidade é alcançado. Em 2011 é lançado "Kill on Command", onde os guturais de Dave estão mais fortes e mais graves, as guitarras com bases mais rápidas, o baixo com uma sonoridade mais potente e a bateria, cheia de técnica, um dos favoritos dos fãs.
Em 2013, repetem a dose com "Terror Regime", porém o resultado não é tão impactante quanto o obtido no registro anterior e por fim, em 2015, nos apresentam o lançamento tão aguardado, "Order Shall Prevail".
O novo álbum tem uma capa extremamente bem feita e podemos dizer que é o verdadeiro ápice da banda. Do começo ao fim, são inúmeras marretadas em nossos ouvidos, desde a faixa de abertura "Doomsday", uma música rápida e candidata a clássica, o grupo mostra que este este trabalho é facilmente uma real obra prima do Death Metal. Na sequência vem a rítmica e muito bem construída "Paralyzed Pray", que com certeza, deve agradar aos ouvidos de qualquer fã do estilo. A guitarra segue uma base simples, porém carregada de distorção, a bateria mais lenta e bem construída e um vocal brilhante de Dave, que parece não envelhecer.
O tracklist segue com uma composição que lembra as antigas faixas da banda. "Blood Revenge", nos leva a uma viagem aos tempos da primeira demo "Skin The Living". A dobradinha que vem a seguir, poderia carregar o álbum sozinho, tamanha sua qualidade. As extremas músicas "Fight Where You Stand" e "Order Shall Prevail". Na primeira, temos a velocidade do pedal único de Joey Muha (sim, nessa música ele não usa pedal duplo) e podemos observar a facilidade com que Dave canta e toca uma base rápida. O baixo de James sustenta muito bem o uso do pedal e acompanha o ritmo da música de forma precisa. Na continuação, o "breakdown" inicial é pra se preparar para o "mosh". Essa é uma faixa bem diferente das demais, com uma letra cadenciada, uma bateria clássica de Death e linhas de guitarra bem atrativas, possui uma construção onde o baixo é destaco e com certeza, é um dos pontos altos do disco.
Ainda destaco "E.F.K." e "Nuclear Superiority", que mantém o selo Old School bem preservado, músicas únicas e com linhas instrumentais dignas de nomes como Morta Skuld e Master.
Um álbum, que em minha classificação, é primoroso por sua simplicidade e inspiração. É tão bom quanto qualquer registro mais antigo e não possui momentos ruins. Se você é fã de Death Metal, este é um trabalho que você não pode deixar de escutar.
Obs: Após o lançamento de "Order Shall Prevail", Joey Muha deixou a banda e ainda não foi substituído.
Integrantes:
Dave Matrise (Vocals/Guitar)
James Genenz (Bass)
Geoff Bub (Guitars)
Faixas:
01 - Doomsday
02 - Paralyzed Pray
03 - Blood Revenge
04 - Fight Where You Stand
05 - Order Shall Prevail
06 - The Dread Pestilence
07 - I Cast The First Stone
08 - E.F.K.
09 - Trench Tatics
10 - Nuclear Superiority
Por Yurian Paiva