Leif Edling


Da série: Midas Touch

Não há como não glorificar a versatilidade de um artista. Nem nós, simples mortais, nem os também imortalizados por obras superiores, similares ou inferiores. Uma das coisas que mais me dá prazer é o regozijo quando da audição de obras clássicas proporcionado pela genialidade de um único artista em particular.

Leif Endling é um desses monstros da virtuosidade. Podemos dizer que a magnitude de seus conhecimentos no campo em que atua é tanta que deveríamos, sem uma fração sequer de exagero, submetê-lo ao patamar de semideus.


Nascido aos seis dias de agosto do ano de 1963, Edling começou sua carreira em 1979, então com 16 anos, na banda de nome Toxic que posteriormente denominou-se Trilogy, em companhia de Ian Haughland, famoso baterista, a posteriori, da famosíssima Europe.
Em 1981 atuou na banda Witchcraft como baixista e em 1982 fundou a banda Nemesis, a pré-Candlemass, onde lançou, em 1984, a demo “Tales of Creation” e o EPerfeição “The Day of Retribution”.

Neste mesmo ano mudou o nome da banda para Candlemass. Alguns meses após, sob sua austera, mas sensível e obstinada batuta, o Candlemass incorpora a figura de Messiah Marcolin nos vocais e, estrondosamente, lança uma das obras que é venerada por todo o clã adepto do doom metal, o excelentíssimo “Epicus Doomicus Metallicus”. Foi o suficiente pra assombrar o mundo da música obscura e arrastada. O frisson causado chegou a ser ensurdecedor, mais que o baixo que o próprio Edling empunhava, mais que a voz vibrante e enlouquecida do ainda desconhecido Marcolin. Edling se encarrega de tudo: música, letra, harmonia, arranjos. Pra mim, o mais perfeito dos One Band Man. Tanto que não teve como assumir os papéis dos vocais, por isso, os entregando a Marcolin, que em nada comprometeu o virtuosismo de seu tutor.


A história do Candlemass é mais que conhecida e não cabe a mim entregar de mão beijada àqueles que se interessarem em conhecer este que também considero um “Midas Touch”...
Mas... a história de Edling é muito mais extensa e, além de extensa, esplendorosa. Cada letra, cada música, cada banda, cada projeto idealizado por este homem é metal raro e caro. Entre tantos vou citar alguns:

Abstrakt Algebra: Projeto fundado por Edling em 1994, logo após o break momentâneo nas atividades do Candlemass. Uma única demo e um único álbum homônimo de 1995, ambos com o nada menos sensacional Mats Levén nos vocais. Simplesmente, como tudo da gênese Edling, uma obra prima;

Jupiter Society: Projeto prog metal de seu amigo e inseparável companheiro Carl Westholm, onde atua como baixista em diversas das canções do debut “First Contact/Last Warning de 2008 e do mais recente full lenght “From Endangered to Extinct” de 2013;

Krux: Este projeto de Edling tem 3 full lenghts, todos fenomenais, mas o debut, homônimo, é uma sumidade em matéria de virtuosismo. E não estou falando apenas do regente, mas sim de todos os componentes, todos atuam na mais perfeita harmonia, as composições são aberrações da natureza, algo sui generis, nada que meus ouvidos tivessem tido o deleite de experimentar anteriormente;

Avatarium: Outro projeto fenomenal, outra experiência única da música de vanguarda, mais um episódio atemporal desse gênio chamado Leif Edling. São dois “EPerfeição” intercalando o álbum homônimo e trazendo como prova inconteste da sabedoria de Edling, a jovem e linda Jennie-Ann Smith nos vocais.


Tudo que ele toca vira ouro, tudo é trabalho da genialidade desse monstro da música arrastada ou do Doom Metal, como preferirem.
Leif Edling – o Mr. Midas Touch



Escrito por Luís Henrique Campos

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